Em 2024, já não basta que um vestido de noiva seja apenas lindo, com acabamento primoroso e feito a partir de materiais finos. Com a urgência de se discutir -- e colocar em prática -- termos como circularidade, consumo consciente, sustentabilidade e upcycling, cada vez mais noivas buscam por marcas que combinem expertise e responsabilidade socioambiental na hora de dizer "sim" para o vestido ideal. É aqui que etiquetas como a paulistana My Vintage Dress ganham espaço.
Fundada em 2012 pela dupla de estilistas Camila Rossi e Vanessa Corraini, a label nasceu do desejo de modernizar o universo de moda noiva, tão clássico e tradicional. "No começo, nós comprávamos vestidos usados de marcas internacionais e nacionais para alugar. Daí surgiu o nome, nosso conceito e linguagem", lembra Camila em entrevista à Vogue Brasil. "Já nos primeiros anos, no entanto, algumas clientes passaram a pedir para que a gente desenvolvesse modelos exclusivos, feitos sob medida", acrescenta Vanessa.
![Camila Rossi e Vanessa Corraini — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-vogue.glbimg.com/npRsGnRrjDmzTdDI0-vzdoNKAHk=/0x0:3840x5760/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2024/T/7/lYrz18RjWZqdkzEltSrQ/mvd-paris-12837.jpg)
O sucesso dos desenhos autorais foi tanto que logo as sócias interromperam o aluguel de peças terceirizadas e concentraram todo o foco em criação. "Mesmo quando fazíamos a curadoria de vestidos de outras marcas para alugar já tínhamos uma assinatura de estilo bem definida. Nós valorizamos muito o trabalho manual, os bordados e a renda. Temos vestidos que combinam, em um só modelo, mais de 40 tipos de renda", conta Vanessa.
"Para além disso, prezamos pelo conforto da noiva e, por isso, acabamos atraindo um público que não se vê representado em outras marcas. Anos atrás, quando pautas como diversidade e inclusão ainda não estavam postas à mesa, a gente já trazia editoriais com noivas tatuadas, de cabelo raspado... Enfim, que fogem do estereótipo. Uma coisa mais real, para todo mundo e todos os amores", completa Camila.
![My Vintage Dress — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-vogue.glbimg.com/hiCBhgHFYpvEs1bo7S0oItljDcU=/0x0:3840x5760/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2024/Z/c/kUUNVoQaCsxMGVlY5MAw/mvd-paris-12370.jpg)
Práticas de sustentabilidade incorporadas à confecção
Doze anos de marca depois, Camila e Vanessa não só desenvolvem coleções completas feitas a partir de desenhos autorais como também contam com uma confecção própria. E detalhe: composta 100% só por mulheres, informação que a dupla compartilha com orgulho. Além disso, todo o operacional da etiqueta é pensado pelo viés da sustentabilidade.
"O vestido de noiva é uma peça que, supostamente, só usamos uma vez. Aplicar uma lógica de moda circular neste segmento da indústria faz total sentido. Por isso, até hoje, trabalhamos com diversos formatos de contratação, desde o primeiro aluguel, aluguel até a venda. Assim, podemos estender a vida útil daquele vestido em até quatro vezes, evitamos desperdícios e, no fim, aproveitamos seus retalhos para criar novas coisas", detalha Camila.
![My Vintage Dress — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-vogue.glbimg.com/KRMmKvEi5eY2MoVS_omJYTjzf0c=/0x0:3840x5760/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2024/I/o/ep5L0JRaAL0kY6r66EPw/mvd-paris-12045.jpg)
Vanessa explica que a reutilização de materiais -- também conhecida como upcycling --- faz parte da prática lixo zero da marca. "Tudo é passível de reaproveitamento. Convido qualquer pessoa a abrir o lixo do nosso ateliê e tentar encontrar uma renda", brinca. "Usamos os retalhos em kimonos, na roupa das daminhas, dos pets e em todos os nossos acessórios de cabelo".
Próximos passos
Com uma loja própria no bairro de Pinheiros, em São Paulo, atendimentos online via WhatsApp e um ponto de venda em Salt Lake City, em Utah, nos Estados Unidos, Camila e Vanessa planejam agora levar a marca para o continente europeu. O primeiro passo para a expansão acontece já em junho deste ano, quando a etiqueta desfila em Paris, no J Summer Fashion Show, evento que combina moda e sustentabilidade.
![My Vintage Dress — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-vogue.glbimg.com/WltHUdTTnglixL8zGGDNNefun10=/0x0:3840x5760/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2024/B/K/K3KZMGRESt6ylBtmC2yg/mvd-paris-12638.jpg)
Organizado pela supermodelo vietnamita Jessica Minh Anh, o desfile acontece em 27 de junho, paralelamente à semana de Alta-Costura. Para introduzir a label ao mercado europeu, as estilistas decidiram desfilar uma coleção em duas partes, com alguns modelos inéditos e outros que já fazem parte do acervo da marca.
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"Somos a única etiqueta brasileira no line-up e a passarela vai ser montada em um barco, no Rio Sena, que recentemente foi limpo para os Jogos Olímpicos", conta Vanessa. "É uma oportunidade que pode nos levar para outros lugares", celebra Camila.
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![Rodapé Vogue Um Só Planeta — Foto: Vogue Brasil](https://cdn.statically.io/img/s2-vogue.glbimg.com/Ev0CtwInl0GpMp_Y-5K9AkmsL04=/0x0:2166x276/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2024/D/t/fL5OrQTeeNamlNZStVyg/rodape-glamour-gq-e-vogue-20-8x3-6.jpg)