Sua Idade

Por Claudia Lima


A atriz Regina Casé — Foto: João Pedro Januári
A atriz Regina Casé — Foto: João Pedro Januári

Ao abrir a câmera do zoom Regina Casé se espantou com sua imagem na tela. "Estou encantada comigo, parece filtro, estou bonita!" E estava mesmo. Pleníssima, aliás, como quem acabou de cumprir uma missão com sucesso.
Uma das atrizes mais carismáticas da TV, Regina Casé faz juz àquele chavão de pessoa à frente do seu tempo. Na pele de Zoé, a vilã que todo mundo odiou e amou na mesma intensidade, estreou uma novela-aposta veiculada em um formato e mídia diferente. Com apenas 85 capítulos, Todas As Flores, foi direto para o streaming e consolidou esse novo formato, tornando-se uma febre com o público e sucesso com a crítica.

Mas Regina tem um quê de visionária mesmo. Quando o Brasil não mostrava nada do Brasil, lá foi ela, ao lado de sua equipe, fazer o Brasil Legal e O Central da Periferia, programas que desbravaram o país de norte a sul mostrando sua verdadeira cara. Depois, numa época em que negritude e antirracismo não eram pauta, fez o Esquenta, onde levou o Brasil real, com seus 56% de negros, para a tela da TV, semanalmente, batendo numa tecla que o país insistia em não querer ver. Depois, misturou tudo isso para criar personagens que caíram no gosto popular justamente por, de novo, mostrar a nossa cara. Estão aí Tina Pepper, Val e Dona Lourdes para provar.

Na vida, Regina também é essa desbravadora: aos 59 anos, já mãe de Benedita, à época com 24 anos, adotou Roque, seu filho com o marido, Estevão Ciavatta com quem é casada há 26 anos. Hoje, aos 69, vive com a casa cheia de amigos, vai ao samba com as amigas mais jovens e continua curiosa e apaixonada pela vida.
Tudo isso ela contou nesse papo exclusivo com Vogue Sua Idade, direto de sua casa no Rio de Janeiro. Confira a conversa abaixo.

Você esperava todo esse sucesso de Todas as Flores?
Não! Nós todos, atores e diretores, estávamos impactados com a mudança dessa novela da TV aberta para o streaming. Eu achava que menos pessoas iriam ver, que seria um um público diferente da população para a qual eu gosto falar…. Eu deixei de fazer teatro e cinema e fui para a TV aberta justamente porque eu queria falar com todo mundo. Começamos achando que a novela iria evoluir devagar e a repercussão viria a médio prazo. Como ninguém entendia muito a lógica, a gente se encontrava pra estudar, fez muitas reuniões aqui e na casa do João Emanuel, parecíamos um grupo de teatro. E qual não foi a nossa surpresa quando a novela teve um sucesso enorme, muito pela trama do João Emanuel Carneiro e pelo elenco de ótimos atores. E essa união e essa excelência fizeram a diferença, sem dúvida. Foi o maior desafio que eu já tive na carreira.

Por que?
Foi um grande desafio sair da Dona Lurdes, que era um personagem empático, do povo e que eu poderia ter entrevistado no Brasil Legal, por exemplo. Ao contrário da Zoé. O João me fez este convite quando eu estava fazendo Amor de Mãe. Ele disse que eu precisava fazer uma mulher rica e má e eu achei maravilhoso. Mas quando ele me contou que ela tinha uma filha cega, outra com leucemia e que fazia tráfico de criança, meu Deus! Eu tenho uma filha PCD, é tudo que eu luto contra e a personagem é mega capacitista. Todas essas coisas me sacudiram muito no início. Fiquei muito assustada. Mas tentei dar o máximo de humor a ela.

A Zoe é uma mulher madura e muito sexual. Como foi fazer essas cenas com o Fábio Assunção?
Eu nunca tinha trabalhado com Fábio, não tínhamos intimidade. Na nossa primeira cena, eu já tinha de dar um beijo nele. Eu pensei: 'Como é que eu vou fazer isso?!' A relação dos dois não é a de um amor romântico, eles estão juntos há 20 anos, tinha esse preconceito da idade. Eu consegui solucionar isso de primeira: eu fui andando até ele, levantei a perna, sentei no colo dele, agarrei e dei um beijo. Já comecei dando uma sentada diferente, rs. Agora, o que me impressionou foi essa coisa do preconceito, né? Hoje, nas redes sociais, as pessoas já temem serem homofóbicas e racistas, mas o etarismo continua a mil… Fizemos uma cena em que a gente tinha transando e imediatamente, já tinham vários posts no Twitter dizendo: "Que horror, eles estão se pegando!" "Que cena nojenta!".

Minha pergunta era exatamente sobre isso. Personagens como a Rebeca, de Um Lugar ao Sol e a Maria Bruaca, de Pantanal, são mulheres mais velhas que dão vazão aos seus desejos e se apropriam da sua sexualidade. Você acha que isso ajuda a abrir a perspectiva do público?
Eu sou muito mais velha que a Isabel e a Andrea, faço 70 anos no ano que vem, então é diferente. Mas sim, eu acho que ajuda muito. Muitas mulheres mais novas ou da minha idade ou até mais velhas adoraram me ver safada. Botando na balança, o saldo foi positivo. Mas, em mais de 90% das novelas, filmes e séries, colocam sempre casais jovens se relacionando, se beijando e transando. Cenas como essa da Zoé são muito raras. Mesmo com um certo humor, houve esse tipo de reação. Foi isso que me assustou.

Você ficou com vergonha, em algum momento?
Na hora você fica com vergonha, claro. Mas o Fábio foi um parceiro e tanto, foi cuidadoso, me deixou super à vontade. Ele teve uma compreensão e um acolhimento tamanhos, da dificuldade de eu estar ali, na minha idade, com meu corpo completamente fora do padrão da mocinha da novela, da novinha que vai seduzir. Me veio um pensamento aqui: o Fábio já sofreu tanto preconceito, com tudo que ele passou na vida, que ele tem um conhecimento de causa do que é ser atacado. Fico até emocionada, porque foi tão bonito o jeito que ele cuidou para que eu não fosse atacada por essas cenas. Só quem tem conhecimento de causa age assim.

Você deu uma entrevista agora pro Mano Brown no Mano a Mano onde falou muito de preconceito, racismo e capacitismo…
Eu tenho pensando muito nisso. Minha filha é PCD, ela é surda e só namorou meninos pretos e hoje é casada com um homem preto. Na conversa com o Mano eu falo de como o fato de os dois terem sofrido muito preconceito, criou de alguma maneira, um vínculo e uma empatia que facilitou a aproximou aquela relação. Claro, eles têm gostos parecidos, amam pagode e são lindos. Mas acho que essa bagagem foi um peso e um facilitador. Você, por exemplo, é uma mulher preta e vai saber entender a dor de uma pessoa PCD, assim como uma pessoa gorda vai compreender a dor de uma pessoa gay ou trans que é a melhor pessoa pra estar na luta etarista. Ou eu, que sou uma mulher mais velha, tenho uma filha PCD e um filho preto preciso lutar contra a homofobia. Mas por outro lado, eu já vi um discurso super etarista vindo de um militante negro e jovem. A gente vê rappers que querem por fogo no racista sendo homofóbico, gays sendo misóginos e etaristas. Eu tenho pensado muito nisso: ao invés de se aliarem, se atacam. Saber das dores uns dos outros potencializa muito mais as pessoas e as lutas. Nós precisamos nos aliar.

Regina, você foi mãe de novo aos quase 60. Como foi se tornar mãe nessa idade? Você sempre quis ter mais filhos?
Eu imaginava e queria muito, mas como o episódio da Benedita, que nasceu surda e demoramos para descobrir, foi muito difícil, inclusive fisicamente. Então eu e o pai dela fomos adiando. Depois, quando eu me casei com Estevão, eu já tinha mais de 40 anos. O prognóstico era péssimo: primeiro porque, na época, era um casamento atípico. Eu sou 15 anos mais velha que ele, era muito famosa e ele estava começando a carreira, eu tinha grana e ele não, eu já tinha sido casada outras vezes, tinha uma filha… Quando eu tinha uns 45, começamos a tentar. Fiquei grávida quatro vezes, mas tive sucessivos abortos. Eu não queria fazer tratamentos e não entendia porque as gravidezes não iam adiante. Eu consultei vários médicos e perguntava como outras mulheres famosas (algumas até mais velhas) conseguiam engravidar e eu não. Mas na época ninguém, nem os médicos, falavam sobre ovodoação ou fertilização. Até hoje, ninguém fala. Depois da terceiro, do quarto aborto, a gente estava dilacerado. Aí decidi fazer uma tentativa de inseminação. Com os hormônios, eu tive uma quantidade enorme de efeitos colaterais, passei muito mal e acabei desistindo.

Como foi sua menopausa Regina, você sofreu muito?
Eu entrei na menopausa com 50 e poucos anos mas não tive grandes sintomas, só fogachos, nem fiz reposição. Minha mãe morreu cedo e eu não conhecia mulheres que tivessem passado por isso, minhas amigas não estavam passando por isso. Então, como eu não tinha conhecimento, não prestei muita atenção. A única pessoa que eu conhecia era a Fernanda Montenegro, que me contou que não havia feito reposição hormonal. Penso que na época, as drogas eram piores. Se fosse hoje em dia eu talvez fizesse.

E como o Roque chegou na sua vida?
Depois dessa tentativa desastrosa, decidimos partir para a adoção e entramos com o processo. E aí é aquela coisa: as pessoas querem menina branca, recém-nascida e se possível, de olho azul. Para nós, podia ser uma criança de até cinco anos, menino ou menina, branco ou preto. Podia até ter um irmão e na verdade, e, por conta da minha idade. Ou seja, era um espectro bem aberto e, mesmo assim, demoramos oito anos para conseguir. Tivemos várias outras intempéries no caminho, entre elas uma notícia num jornal aqui do Rio dizendo que nós já tínhamos adotado e meio que "louvando", sabe, tipo "ela aceitou ser um menino negro e mais velho". Isso para nós foi a gota d'água. Decidimos mudar o processo para a Bahia. Aí aparecia uma criança e na hora H não dava certo. Depois, meu marido teve um acidente grave. Foi muito sofrido. Um dia eu falei chega! Até que recebi o recado de uma conhecida dizendo que tinha ido num abrigo e viu "um bebezinho que é o filho da Regina". Estávamos indo pro aeroporto, voltando pro Rio, mas decidi fazer uma última tentativa. Quando cheguei, não tive a menor dúvida de que ele era o Roque e que ele era meu filho e do Estevão. Foi um encontro muito forte.

E você teve alguma questão em relação à idade, fisicamente falando?
Eu achava que não tinha mais disponibilidade de tempo para lidar com um bebê recém-nascido. Mas até o Roque ter uns dois anos, todos os banhos quem deu fui eu. Até os cinco, ele foi a todas as gravações do Esquenta. Hoje é mais difícil para mim porque agora ele quer jogar bola, lutar. Começou uma coisa muito física, que é meio chata pra mim, então eu vou cavando programas que ele se interesse e eu também, tipo shows.

A atriz Regina Casé — Foto: João Pedro Januário
A atriz Regina Casé — Foto: João Pedro Januário

Você tem muitos amigos negros mas o que ter um filho negro mudou na sua vida? Você passou a prestar mais atenção às questões do racismo?
Meus pais sempre tiveram amigos negros que frequentavam nossa casa. Eles tinham um zero letramento, mas hoje eu tenho a percepção de que tive uma educação antirracista, que não era explicita. Eu desenvolvi uma espécie de "despertador" que tocava a cada 15 dias quando acontecia uma situação de racismo e eu ficava inconformada. Depois, adulta, com os amigos, isso ficou mais frequente. Quando a Benedita começou a namorar o meu genro, João Pedro, começou a tocar em todo lugar. Com o Roque, isso acontece 24 horas por dia. Com os dois, em qualquer lugar que eu entre, dou uma geral para ver quantas pessoas pretas estão no restaurante, por exemplo. Você acaba desenvolvendo cuidados e proteção. O Roque está rodeado não só de pessoas negras, mas também de gente que o valoriza e acolhe como ele é. Eu nunca vou ter essa noção de como é ser preto porque eu sou branca. Isso é engraçado porque nos Estados Unidos, eu sou lida como negra. Aqui, quando eu digo que sou branca, dizem: "A Regina Casé acha que é branca!" Para não ter confusão, estou me declarando oficialmente parda.

A gente vê fotos suas no Instagram e você tá sempre rodeada de amigos de todas as idades. É isso que mantém o espírito jovem?
Sim, eu tenho muitos amigos jovens. Mas às vezes, isso é ruim, porque não tenho muito parâmetro em relação a questões de saúde, por exemplo. Eu não tenho mulheres da minha idade, então eu não tenho muita troca nesse sentido. Mas tem outra coisa: outro dia eu tive um dia pesado e quando chegou à noite eu falei: 'Quer saber? Vou no bar do Zeca ver o show do Xande de Pilares. Liguei para Benedita e ela estava exausta. Aí fui com minhas amigas mais novas, de 20 e poucos anos. Sambei a noite toda. Mas para eu sambar o que elas sambam, não dá, eu tenho 69 anos! Ter amigo novinho ou novinha é bom, mas essa ideia de que os jovens trazem a novidade não é totalmente certa. Eu sou muito curiosa, eu me interesso por tudo, sou apaixonada pela vida e pelas pessoas. Muitas vezes sou eu quem mostra coisas novas para os mais jovens. Eu acho que ter o espírito jovem tem mais a ver com o ambiente em que você circula e os interesses em comum com pessoas mais jovens. Eu tive a sorte de o meu trabalho fazer essa roda girar. E espero que seja assim até os 106 anos, que é meu trato com o Roque.

Como você encara o envelhecimento?
Para mim, o que me apavora é uma invalidez ou uma doença. Estar viva e não conseguir cuidar dos meus filhos me dá medo. Eu sou corajosa, quando o Roque ou meu neto, Brás, ou qualquer pessoa da família fica doente ou tem uma doença grave, eu sou uma heroína épica. Quando é comigo, eu não sei me cuidar do jeito que eu gostaria. Ontem o médico me disse que eu tenho de aceitar o que não dá pra fazer. Isso eu vou ter muita resistência. Porque eu tenho muito interesse e vontade de fazer as coisas. Isso vai acontecer cada vez mais.

A ideia da finitude te assusta?
Eu tenho medo como todo mundo. Tento conversar bastante com meus filhos, levo nos velórios, tento lidar como um processo natural da vida. Com o Roque isso vem muito, eu me confronto muito com essa ideia da finitude. Agora que ele fez 10 anos, estamos num momento mais tenso, eu faço contas, penso em quanto tempo ainda tenho. E ele também já sabe fazer conta. Hoje, eu vejo que lidar com aquele bebezinho era moleza. Mas vou te falar: tantas coisas já me apavoraram, como o diagnóstico da Benedita, todo esse processo até ter o segundo filho... Tudo parecia imenso. E olho eu olho… A Benedita deu tão certo sabe? Ela é uma mulher tão plena, íntegra, feliz. Linda! E com o Roque… Em um menino de dez anos você já consegue ver muito da formação dele, as opiniões, a maneira como ele se coloca… Eu sinto uma tranquilidade no coração porque deu certo também.

Você teve crise dos 50 ou 60?
Eu não tive crise de 30, 40, 50, 60. Mas quando O Roque fez 10 anos eu chorei o dia inteiro. Primeiro, porque ele não era mais criança. Depois, porque me lembro que, quando ele chegou, eu pensava "Nossa, quando ele tiver 10 anos eu vou ter 59. Como é que eu vou cuidar dele?" Agora eu tenho 59, tô cuidando dele e tá tudo bem. Isso me dá um ânimo de que eu posso estar com 79 cuidando bem do adolescente que ele vai ser.
Talvez eu tenha uma crise quando eu fizer 70, mas muito mais pelo Roque. Pensando bem, acho que os 10 anos dele foram uma crise, uma sensação de "Se esses 10 anos passaram tão rápido, será que os próximos também?”

Qual a sua relação com a beleza? Você é vaidosa?
Primeira surpresa: já parei de gravar e estou com essa unha postiça que eu jamais achei que eu teria. Eu não gosto de coisas artificiais, mas estou tão apaixonada pela unha da Zoé. Demorei para me acostumar, mas agora não consigo tirar! Usar lace também foi bom, inclusive porque eu jamais pintaria meu cabelo de loiro. Eu amo isso: usar coisas que eu jamais usaria, como uma bolsa, ou aquele relógio de cobra da Bulgari, que combinou muito com ela.
Eu gostaria de ser mais vaidosa, mas não tenho disciplina para fazer exercícios, por exemplo. Eu só gostaria que a idade não deformasse tanto o nosso corpo, nem é uma questão de ser gorda ou magra.
No fim, acho que a minha maior vaidade mesmo é ir sambar, admirar a casa que eu construí, os lugares que eu já fui e vou… Mas eu adoro moda, então acho que roupa e sapatos são outra vaidade. Adoro Dries Van Noten e Marni. Adoro Margiella, mas depois do John Galliano achei chato.

Você já fez ou faz procedimentos estéticos?
Eu fiz laser algumas vezes. Mas costumo dizer que eu cheguei aos 70 sem uma gota de botox e sem uma gota de Rivotril ou outros remédios. Agora, pensando bem, para a Zoé eu devia ter levantado um pouco a sobrancelha. Até porque não existe uma mulher daquelas sem essa unha e uma sobrancelha arqueada, um silicone.

Você disse que quer viver até os 106 anos. Como você se vê daqui 30 ou 40 anos?
Olha eu convivi com a dona Canô, mãe de Caetano e Bethânia, até seu aniversário de 105 anos. Se eu ficar como ela, tá ótimo!

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