No último dia da Semana de Moda de Milão uma curva foi criada. Corpos reais, gostosos e pasmem: nenhum manequim 36. Karoline Vitto desfilou sua coleção outono/inverno pela primeira vez na cidade italiana com o suporte de Dolce&Gabbana. Sem essa grande ajuda, a brasileira provavelmente não realizaria um show na fashion week. E que show!
Como jornalista e fundadora do Corpo Livre, falo da pauta body positive há anos. Vivi inúmeras alegrias e momentos impactantes, já desfilei na SPFW e fui até capa da Vogue Brasil ano passado. Dito isto, afirmo com todas as letras que a passarela que vi foi inédita.
Devido a falta de modelos curvy na Itália, KV precisou trazer modelos de todo o mundo. A estrela do show foi a mãe de todas as gostosas, Ashley Graham. Em seguida, minhas amigas lindíssimas Rita Carreira, Raphaella Traske e Fernanda Liberti.
Cada mulher que entrava era enaltecida por peças que valorizam as curvas de uma forma que só a marca faz. E com detalhes em materiais de metal que tornam a roupa ainda mais especial, como um acessório. E detalhe interessante que, além dos vestidos, dos corsets, calças e tops, ela desfilou biquínis e maiôs em pleno outono/inverno europeu.
Tudo isso observado por grandes nomes, como Domenico e Stefano Gabbana, Jade Picon, Felicity Hayward, Raisa Flowers, toda a imprensa do mundo, e essa que vos escreve, que se emocionou tanto… E depois, no backstage, todas as modelos choraram e se abraçaram no mesmo mood do “o que acabou de acontecer?”. Foi lindo, fantástico.
Estar nesse ambiente, para mim, pela primeira vez, foi respirar um novo ar. Um ar cheiro de urano, como em Milão, que transforma, transborda e cria um arco no caminho. KV muda os parâmetros, sendo a única marca a ofertar para mulheres curvies muito além de uma peça de roupa que caiba no corpo, mas que valoriza e projete esse corpo para lugares inimagináveis.
Qual grife faz isso por corpos como o meu, o seu, o da sua amiga? E desfila na fashion week? São corpos reais, que se mexem, que querem estar nesses ambientes de luxo com segurança, confiança e o mesmo nível de poder que essas peças trazem. No momento em que estamos retomando alguns padrões de beleza com a volta dos anos 2000, o impacto da curva de KV é cultural e global.
Obrigada, Karoline Vitto. Hoje me sinto mais poderosa e pensando que se eu estiver no tapete vermelho de qualquer lugar do mundo existe grife que me veste e me deixa gostosa demais. Conheça a marca, veja as modelos, assistam ao show. Faça essa curva com a gente.