Linn da Quebrada resgata lembranças da adolescência: "Passei a olhar para o meu reflexo com dúvida"

Foi assim que Lina deu início à ideia de explorar territórios e experimentar estéticas que transcendiam os limites do vestuário e das salas de ensaio da Escola Livre de Teatro, em Santo André. "Eu vestia saias, mas também criava visuais com fitas adesivas coloridas e papel", diz ela. Lina foi vivenciando novas etapas da construção da sua nova versão. Ou versões. Até hoje, ela acredita que segue em constante transformação, dela e de Linn da Quebrada.

"Sigo nesse ritmo de experimentações, dos modos de me vestir e me despir", diz. Por isso, existe um pouco de cada estilo no seu guarda-roupa. "Hoje, o meu closet representa todas essas transformações. É diferente de quando tinha 12 anos e vestia o que herdava dos primos e amigos mais velhos. A minha estética partia dessas roupas", relembra ela, que, durante a pré-adolescência, teve seu primeiro momento de metamorfose, tanto no visual quanto no comportamento. A "responsável"? Um amor de escola. "Me apaixonei por uma menina na oitava série. Ela era muito desobediente e essa rebeldia chamou minha atenção. Eu era Testemunha de Jeová, tirava notas boas, passei nas Olimpíadas de Matemática e ganhei bolsa de estudos em escola particular", comenta. O visual emo da sua paixão da época de escola fez com que Linn também mudasse seu jeito de vestir e se comportar. "Mudei meu estilo porque queria estar perto dela", explica. "Foi ela que me apresentou a música e a moda e, consequentemente, um novo modo de ser. É isso que me impressiona. As diversas possibilidades de criar modos de existência. Afinal, a estética não é estática", finaliza.

O livro não estará à venda, mas poderá ser baixado nas plataformas da Vogue Brasil em outubro.