![Look Salvatore Ferragamo (Foto: Imax Tree, Getty Images e Divulgação) — Foto: Vogue](https://cdn.statically.io/img/s2-vogue.glbimg.com/J4492ER59f0MjopFER0vniX-93g=/0x0:620x877/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2022/W/3/d57bjJSv6AG3WVVZnIBA/2019-06-25-o-tempo-nao-para-1.jpg)
Milão vive um renascimento cultural que passa pelo design, pela arquitetura, gastronomia e até pelo circuito clubbing. E talvez por isso a moda esteja sendo tratada de maneira mais inovadora. O que é luxuoso está sempre em movimento e as forças típicas dos tempos recentes (as mídias sociais, a expansão de novos mercados, as culturas millennial e geração Z) têm determinado mudanças rápidas, que definitivamente influenciam a percepção para a apreciação dos produtos. Assim, as marcas se reinventam, convocam novos designers (que respeitem seus respectivos DNA) e, principalmente, criam novas estratégias de marketing.
![Look do inverno 2019/20 da Salvatore Ferragamo (Foto: Imax Tree, Getty Images e Divulgação) — Foto: Vogue](https://cdn.statically.io/img/s2-vogue.glbimg.com/l-dcqArIoMUCsm5gHyNQMfxZ4TQ=/0x0:620x1129/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2022/K/n/y25oMmTwaABUdbVYDzZw/2019-06-25-o-tempo-nao-para-2.jpg)
O daywear e sua admirável alfaiataria, numa espécie de homenagem aos anos 80 e 90 (quando o made in Italy bombou soberanamente), movimentaram as passarelas. Objetivo: vestir mulheres reais para vidas reais, com roupas feitas com excelência artesanal, executadas com materiais extraordinários em modelos inspiradores, bem longe da monotonia do “normal”. Tarefa desafiadora. A tradicional Salvatore Ferragamo, por exemplo, convocou o britânico Paul Andrew para, com seu light touch e visão de moda de alcance global, atender a uma audiência mais ampla, agradando mães e filhas. Trabalhando volumes que sugerem os anos 80 com elegante precisão nos tecidos e um patchwork de lenços de seda do caleidoscópico arquivo da casa, a coleção é atraente e criteriosa com seu luxo discreto e evidente sensibilidade italiana.
![Look do inverno 2019/20 da Marni (Foto: Imax Tree, Getty Images e Divulgação) — Foto: Vogue](https://cdn.statically.io/img/s2-vogue.glbimg.com/no1ompEIHz1NlJpXFlwGHgR3_ik=/0x0:620x1131/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2022/2/A/zTRFj6SPmxEKVCCBoUog/2019-06-25-o-tempo-nao-para-3.jpg)
Pronta para cativar uma audiência mais jovem, a Marni, que sempre foi associada a mulheres modernas, todas mais “cabeça”, ousou com uma sensualidade desconstruída mais que contemporânea. Francesco Russo chamou sua coleção de neuro-erotic, assumindo o desafio de definir uma nova ideia de sedução com uma estética excêntrica e arrojada. O resultado, meio desigual, teve a qualidade de uma corajosa abordagem experimental, bastante rara em Milão.
![Look da coleção desenvolvida por Richard Quinn para o projeto Moncler Genius (Foto: Imax Tree, Getty Images e Divulgação) — Foto: Vogue](https://cdn.statically.io/img/s2-vogue.glbimg.com/z4gQXKS_oAJkAMK8BcrUYTxBPeI=/0x0:620x877/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2022/l/G/S6GqcBQdm2O8FNM9Iuag/2019-06-25-o-tempo-nao-para-4.jpg)
Mas o verdadeiro pulo do gato foi da Moncler. Conhecida por suas jaquetas acolchoadas, a marca substituiu a participação de Tom Browne e Giambattista Valli como diretores criativos das linhas Gamme Bleu e Rouge por lançamentos mensais, convidando 11 designers da maior relevância para conseguir estar sempre presente em nossas mentes, corações e feeds. Do projeto denominado Moncler Genius, fazem parte Pierpaolo Piccioli (da Valentino), Noir de Kei Ninomiya, Simone Rocha, Richard Quinn, Francesco Ragazzi da Palm Angels, entre outros.
![Look da coleção desenvolvida por Palm Angels para o projeto Moncler Genius (Foto: Imax Tree, Getty Images e Divulgação) — Foto: Vogue](https://cdn.statically.io/img/s2-vogue.glbimg.com/o2a52OzXiO4l8ixxfJw4Rmu8QZw=/0x0:620x1070/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2022/m/M/AiZgBvRN2r1MPqv7s42g/2019-06-25-o-tempo-nao-para-5.jpg)
A estratégia reflete bem a mobilidade do momento: não se conversa mais com o consumidor apenas a cada seis meses, mas preferencialmente com um bom papo por dia. É no que a Moncler acredita para atrair a nova geração. Brilhantemente extravagantes, estas coleções-cápsulas, muito diferentes entre si, são uma maneira pertinente para oferecer um fluxo de inovação, sem revolucionar completamente a estética da marca. Assim, a técnica do acolchoado em materiais sintéticos de última geração vive um momento fashion-espetacular, com peças que também são símbolos atualíssimos do resgate da filosofia do “bem viver” e do “bem fazer” italianos, que sempre acreditaram na aproximação entre artesanato e arte.
![Look da coleção desenvolvida por Simone Rocha para o projeto Moncler Genius (Foto: Imax Tree, Getty Images e Divulgação) — Foto: Vogue](https://cdn.statically.io/img/s2-vogue.glbimg.com/FSDh3-13KYzhNB5Oj3GAD_17KnY=/0x0:620x1068/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_5dfbcf92c1a84b20a5da5024d398ff2f/internal_photos/bs/2022/M/T/vCVFlRRuSBffIo4V9PWA/2019-06-25-o-tempo-nao-para-6.jpg)