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Imagine um mundo no qual a imaginação flui livremente, em que a individualidade é celebrada e toca todos os sentidos. A moda pode ser degustada em pequenas mordidas e se transforma em uma experiência multissensorial, na qual cada peça surpreende como uma cobertura crocante de chocolate que revela um recheio macio e irresistível. Nesta jornada que atravessa sensações, Magnum escreve um novo capítulo na sua história ao se unir à Nhaí, diversitech dedicada a promover soluções inovadoras e tecnológicas que expandem os horizontes da diversidade. Juntas, elas lançam agora uma coleção de roupas e acessórios exclusiva, fruto de um programa de aprimoramento profissional para estilistas LGBTQIAP+ nacionais.
Para compor esse elenco, a empresa de inovação buscou empreendedores em seu próprio ecossistema. "Priorizamos a seleção de indivíduos já imersos em nossa casa, cujos potenciais e compromissos com a nossa missão de fomentar a inclusão já eram reconhecidos por nós", explica a CEO da Nhaí, Raquel Virgínia. A seleção reúne seis estilistas com trajetórias e perspectivas variadas. ”Temos um grupo composto de homens e mulheres trans e travestis, homens bissexuais, pessoas não binárias, entre outros, que representam a pluralidade de gêneros no Brasil", completa Raquel.
"Profissionais com distintas influências, técnicas e estilos se agruparam em um processo colaborativo que transborda estímulos e festeja essa sinestesia”, diz a empresária Olivia Merquior, criadora da Brazil Immersive Fashion Week que atuou como consultora criativa na empreitada. Cada detalhe, desde o corte até os tecidos utilizados, retrata a conexão entre o visual e a essência de Magnum e destaca a variedade de referências que podem ser transformadas em arte. Para além do paladar, a série é uma comemoração da competência de novos artistas e sua criatividade. "A marca celebra a autenticidade e o prazer sem julgamentos. Esse projeto é a materialização desse universo, traduzido em peças únicas que combinam cores, tramas e sensações de Magnum que despertam os sentidos", diz a head de marketing de sorvetes da Unilever, Camila Conti. Após o desfile, que será no dia 3 de agosto, a collab será leiloada e todo o valor arrecadado, revertido a uma organização assistencial a ser escolhida pelas duas companhias.
Em entrevista à Vogue e a convite da Magnum, os designers falam sobre a ação e o impacto dela em suas carreiras.
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Caduda Mexias, da Macramêxias, com sandália de Antônia Janaína, da Nós Antonia
Em cada nó de seus acessórios de macramê, que ela denomina "afrotransjoias", Caduda Mexias, travesti, artesã e fundadora da Macramêxias, tece a representatividade. Nascida e criada na Zona Norte de São Paulo, ela molda suas vivências em acessórios que enaltecem a beleza e a força de corpos como o seu. "São objetos artesanais feitos com afeto e respeito ao meio ambiente e ao diverso", explica. O apoio recebido foi fundamental para o aperfeiçoamento de suas habilidades. "Eles impulsionaram minha criatividade e aprimoraram minhas obras", revela. Neste contexto, pedrinhas coloridas foram cravejadas em uma trama ao redor de um vestido, inspirado no formato de Magnum. "Pela primeira vez, trabalhei em um ambiente acolhedor, com uma equipe composta de pessoas da comunidade", acrescenta.
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Sandro Freitas, da Berimbau
O maranhense Sandro Freitas, diretor criativo da Berimbau, carrega em sua expressão a ligação com a cultura local e afro, moldada por sua infância em frente a um clube de reggae. Suas produções vibram com cores e menções ao bumba meu boi maranhense e às tradições africanas. “Esse programa é um marco na minha profissão", afirma. A experiência potencializou seu crescimento como estilista e permitiu a ele explorar novas propostas – no conjunto criado, a manga comprida mimetiza uma calda de chocolate. “Pretendo demonstrar a abundância da minha cultura e que empresas como a Magnum valorizam pessoas LGBTQIAP+", completa.
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Nathan Santos, da King of Durags
Nascido e criado em São Gonçalo, Rio de Janeiro, Nathan Santos encontrou na vestimenta a ferramenta perfeita para desafiar os padrões estéticos e se expressar de maneira autêntica. Sua vida teve uma reviravolta quando, após ser demitido como professor de matemática, se reinventou na confecção de durags, acessórios para cabelos crespos e cacheados que transcendem a função estética e se convertem em símbolos de resistência. “Por meio do volume e proporção, quero transmitir a mensagem de que as pessoas trans são grandiosas e podem ir além do que a sociedade espera”, afirma. Nathan concebeu sua veste com formas exageradas, baseado nas variadas consistências de um Magnum. "Desejo que todos se sintam potentes e livres para se expressarem como almejam."
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Joana Jade, da Arte Trava, com bota de Antônia Janaína, da Nós Antonia
As roupas da Arte Trava, da artista plástica pernambucana Joana Jade, visam ao empoderamento de travestis como ela mesma. Sua relação com o vestuário começou em um brechó. Ali, a customização de vestes descartadas deu vida nova ao seu trabalho. Ao experimentar tingimentos em panelas e o método tie-dye, ela descobriu o pixo, material que se tornou a assinatura da sua etiqueta. A parceria com a Magnum e a Nhaí alavancou seu nome e disseminou suas criações. "Quando comecei a trabalhar, não imaginava que teria esse tipo de oportunidade. Tem sido uma experiência incrível entender a repercussão gerada para os envolvidos", aponta Joana. A inspiração para o seu artigo combina desenhos abstratos às cores de ingredientes do picolé, como o chocolate.
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Will Andre, da Afroperifa, com sandália de Antônia Janaína, da Nós Antonia
O designer Will Andre concentra sua pesquisa de estilo na periferia de São Paulo. É no afrofuturismo que ele busca a essência da Afroperifa, etiqueta que idealizou para traduzir a força e a beleza das raízes negras. A elaboração representou um desafio para Will, que precisou ampliar seu pensamento para novas possibilidades. "Graças às oficinas de capacitação consegui desenvolver algo diferente do que costumo produzir. Foi uma experiência enriquecedora que me levou a desconstruir meus próprios conceitos". Habituado às estampas geométricas, ele criou um vestido com formas esculturais, projetado com palitos de Magnum. Para Will, o projeto simboliza a visibilidade do movimento em um mercado excludente. “Todo dia temos que provar que somos capazes de criar algo com qualidade. Fizemos uma parceria com uma corporação global, e estamos mostrando aos nossos que podemos chegar onde quisermos”, encoraja.
Antônia Janaína, da Nós Antonia
Antônia Janaína, designer de sapatos, dedica-se à produção de calçados para o público feminino. Ela começou o seu percurso como vendedora ambulante pelas ruas da capital paulista. Especializada em saltos altos, conquistou sua clientela com uma grade de numeração ampliada. A criação para a campanha foi uma etapa de aprendizado, crescimento e união. "No início, houve desafios na compreensão mútua das expectativas, comum em colaborações criativas", relata Janaína. Com diálogos abertos, a equipe alinhou visões e objetivos, para tornar ideias em realidade. “Esse suporte melhorou o resultado e me ensinou sobre a dinâmica com marcas renomadas”. As sandálias nascidas dessa iniciativa reproduzem em suas texturas a crocância da cobertura do Magnum.
Foto: Gabe Ortiz
Styling: Kaio Assunção
Beleza: Vale Saig
Direção de arte: Palmiro Domingues
Coordenação de produção: Marina Chicca
Produção executiva: Mamé Nardon
Atendimento: Mariane Rocha
Set design: Lari Dantas
Tratamento de imagem: Marcelo Calenda
