Reino Unido lança guia de conduta para empresas lidarem com as mulheres na menopausa

Decisão surgiu devido ao grande número de mulheres que deixam o emprego por conta dos sintomas e dos estigmas

Por Da Redação*


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Menopausa no trabalho — Foto: Getty

O Reino Unido vem fazendo avanços significativos em prol dos direitos das mulheres na menopausa. Depois de lançar um medicamento para reduzir fogachos, agora, os empregadores da Inglaterra, Escócia e País de Gales que não fizerem ajustes razoáveis para as mulheres que passam pela menopausa seguindo as novas orientações emitidas pela Comissão para a Igualdade e os Direitos Humanos (EHRC) poderão ser processados ​​por discriminação por deficiência.

A decisão surgiu devido à preocupação com o grande número de mulheres que deixam seus empregos devido aos sintomas presentes nesta fase.
Segundo o EHRC, se esses sintomas tiverem um impacto substancial e de longo prazo na capacidade da mulher de realizar as atividades diárias, eles podem ser considerados uma deficiência.

De acordo com os termos da Lei da Igualdade instituída no país em 2010, os trabalhadores são protegidos contra discriminação, assédio e vitimização com base em características protegidas, incluindo deficiência, idade e sexo.
Assim, se os sintomas da menopausa tiverem impacto substancial e de longo prazo na capacidade da mulher de realizar as atividades diárias normais, eles poderão ser considerados uma deficiência.
E se esses sintomas constituírem uma deficiência, o empregador terá a obrigação por lei de fazer ajustes nas políticas da empresa e de não discriminar devido à deficiência, nem sujeitar a mulher à discriminação decorrente da deficiência.

A orientação do EHRC também afirma que os locais de trabalho devem pensar sobre como a temperatura ambiente e a ventilação podem afetar seus funcionários na menopausa e recomendou fornecer salas silenciosas, sistemas de refrigeração ou ventiladores para quando as mulheres experimentam fogachos, por exemplo.

Acrescentou que os empregadores também poderiam oferecer mais trabalho híbrido e ajustar os horários de início e término para acomodar uma mulher que possa ter tido uma noite de sono ruim ou quando o tempo estiver muito quente. Esses ajustes também podem incluir o relaxamento das políticas de uniformes ou permitir que as mulheres na menopausa usem roupas mais frescas feitas de materiais alternativos.

Pesquisas feitas no país mostram que uma em cada 10 mulheres que trabalharam durante a menopausa deixou seu trabalho devido a sintomas que podem incluir ansiedade, alterações de humor, confusão mental, fogachos e períodos intensos ou irregulares.
Outro estudo, feito pelo Chartered Institute of Personnel and Development descobriu que dois terços (67%) das mulheres trabalhadoras com idades entre 40 e 60 anos com experiência de sintomas da menopausa disseram que tiveram um impacto principalmente negativo sobre elas no trabalho.

Os dados mostram que 79% delas disseram que eram menos capazes de se concentrar; 68% relataram que experimentaram mais estresse. Quase metade das entrevistadas (49%) disse que se sentia menos paciente com clientes e colegas e 46% se sentiam menos capazes fisicamente para realizar suas tarefas.

Com essas novas diretrizes, espera-se que o guia ajude a garantir que todas as mulheres que passam pela peri e pela menopausa sejam tratadas de forma justa e possam trabalhar num ambiente seguro e de apoio.
No Brasil, empresas já começam a se manifestar sobre o tema. A Diageo, conta com uma cartilha intitulada “Prosperar com Menopausa” que aborda alguns fatores no local de trabalho que podem afetar quem está na menopausa e traz diretrizes para funcionárias, funcionários e liderança direta para tornar o ambiente mais inclusivo e solidário.

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