Cultura

Por Lolita Mang | Vogue Internacional

Nascida em 1882, Virginia Woolf é uma das escritoras de maior sucesso da literatura britânica. De Mrs. Dalloway a Orlando, passando por Um Teto Todo Seu, seu trabalho edificante é atravessado por suas firmes demandas feministas e uma liberdade sem precedentes. Em 1941 suicidou-se, deixando um extraordinário legado literário. A seguir, revisamos alguns de seus melhores trabalhos para que você conheça mais sobre a obra da escritora e aproveitar para colocar a leitura em dia!

Mrs Dalloway (1925) — Foto: Reprodução
Mrs Dalloway (1925) — Foto: Reprodução

Em Mrs. Dalloway a ação concentra-se no espaço de um único dia de Junho de 1923. E que dia agitado! Foi neste romance que Virginia Woolf explorou em profundidade o que veio a ser chamado de escrita automática, um formidável estilo literário com o qual a escritora deixa a sua pena fluir ao ritmo do pensamento das suas personagens (que nesta obra têm cerca de 20 anos). O resultado é uma narrativa tão difusa que mistura discurso direto e indireto, e que alguns acharão dissuasiva.

Mrs. Dalloway é Clarissa, uma aristocrata inglesa de 51 anos que se estabelece em Londres alguns anos após a Grande Guerra. Neste livro, que inicialmente se chamaria As Horas (título dado à cinebiografia da escritora, interpretada por Nicole Kidman), a protagonista prepara uma festa em sua casa, mas é dominada por suas lembranças, então seu presente se torna pontuado por vários episódios de seu passado.

Orlando (1928) — Foto: Reprodução
Orlando (1928) — Foto: Reprodução

Publicada em 1928, Orlando é uma biografia surpreendente que tem sido objeto de múltiplas interpretações. O romance é inspirado na história familiar da poetisa e romancista Vita Sackville-West, amante de Virginia Woolf. A história se passa durante o reinado da Rainha Elizabeth na Inglaterra. Nele, um jovem lorde inglês que sonha ser poeta passa sucessivamente de um século a outro e de um gênero sexual a outro, conhecendo em suas aventuras as figuras mais renomadas da história da literatura inglesa.

Hoje, Orlando é um clássico da literatura feminista, pois explora com enorme liberdade as noções de gênero e emancipação, com uma protagonista que foge de sua primeira vida para explorar outras com uma facilidade sem precedentes: ela viaja tranquilamente por três séculos em sua busca perpétua pela liberdade. Como a própria Virginia Woolf.

Um Teto Todo Seu (1929) — Foto: Divulgação
Um Teto Todo Seu (1929) — Foto: Divulgação

É a materialização do óbvio. Ensaio pioneiro no pensamento feminista, Um Teto Todo Seu é, sem dúvida, uma das obras mais famosas de Virginia Woolf. Embora muito breve, aborda devidamente a situação das mulheres no que diz respeito à criação artística. Partindo do pressuposto de que William Shakespeare tinha uma irmã com o mesmo talento para escrever que ele, Woolf argumenta de forma convincente por que, simplesmente por ser mulher, ela não poderia ter desenvolvido essa capacidade como seu irmão. Virginia Woolf argumenta que as mulheres precisam de um “quarto” próprio (palavra agora traduzida no título como “teto”) para explorar seu poder criativo.

Um Teto Todo Seu tem origem em várias palestras que a escritora proferiu em 1928 em duas escolas para meninas em Cambridge. O ensaio, cheio de ironia, foi publicado um ano depois, cheio de esperança para as jovens que queriam dedicar a vida à escrita.

Capa de 'As ondas' — Foto: Divulgação
Capa de 'As ondas' — Foto: Divulgação

As Ondas é uma das maiores realizações literárias de Virginia Woolf. Uma história de maioridade, se é que alguma vez existiu, acompanha os pensamentos de um grupo de amigos desde a infância até à idade adulta numa atmosfera tingida com a melancolia característica da obra da escritora. As “ondas” são diálogos internos que acontecem, como estes, na calmaria ou na tempestade. As ondas refletem as emoções humanas, que avançam e recuam como as marés: não pode haver metáfora mais bela.

As Ondas é considerado o romance mais experimental de Woolf, pois nele a autora leva ao mais alto nível as características de seu estilo, principalmente a escrita automática. Uma reflexão sobre comunidade e individualidade, com seis narradores diferentes (Bernard, Susan, Rhoda, Neville, Jinny e Louis) cujos monólogos são interrompidos por descrições das ondas entre o nascer e o pôr do sol.

Capa de 'Diário de uma escritora' — Foto: Divulgação
Capa de 'Diário de uma escritora' — Foto: Divulgação

O Diário de uma Escritora, de Virginia Woolf, é leitura obrigatória para todos os fãs do gênero memorialístico, em que os autores revelam seus diferentes processos de escrita. A obra revela a escritora britânica por um prisma diferente: ela é retratada como uma mulher muito exigente, sonhadora e dedicada ao mesmo tempo, sem nunca cair na condição de vítima.

Foi seu marido, Leonard Woolf, quem revisou os diários de sua esposa após sua morte. Dos seus 26 volumes ela selecionou todas as passagens relacionadas ao seu trabalho como escritora. “Também incorporei três outros tipos de extratos. Primeiro, passagens em que ela faz uso muito claro de seu diário como instrumento para praticar ou testar a arte de escrever. Em segundo lugar, passagens que, sem estarem direta ou indiretamente relacionadas com a sua obra, considerei oportunas incluir nesta seleção, e que dão ao leitor uma ideia do impacto imediato que determinadas cenas ou pessoas tiveram sobre ele. Por fim, uma série de passagens nas quais ele comenta os livros que está escrevendo”, escreve Leonard.

Esta matéria foi originalmente publicada na Vogue França.

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