Cultura

Por Luísa Graça (@luisa_graca)


Norah Jones (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue
Norah Jones (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue

Com apenas 23 anos, Norah Jones ganhou 8 prêmios Grammy com Come Away With Me, seu disco de estreia lançado em 2002 com mais de 23 milhões de cópias vendidas. Hoje aos 40, ela continua fazendo música pelo prazer de fazer música, sem se preocupar com sucesso. Seu mais recente disco, Begin Again, lançado em abril, é uma compilação de singles gravados entre 2018 e 2019 em parceria com músicos como Jeff Tweedy, do Wilco, e Thomas Bartlett, passeando por jazz, folk e americana.

Nos últimos anos, é assim que Jones vem fazendo e lançando música, single a single, colaborando com músicos que admira como também é o caso da faixa avulsa I’ll Be Gone, gravada com a cantora e ativista Mavis Staples, e I Forgot e Falling, músicas que co-escreveu e gravou com o brasileiro Rodrigo Amarante. Apresentando essas composições mais recentes e também seus grandes sucessos, Norah desembarca no Brasil pela terceira vez para shows em São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro entre 08 e 13 de dezembro, com abertura de seu colaborador de longa data Jesse Harris. Em entrevista à Vogue Brasil, ela fala sobre sua relação com a música brasileira, a colaboração com Rodrigo Amarante, sucesso e o que a mantem inspirada.

Você tem composto e lançado músicas faixa a faixa com bastante frequência. Por que tem preferido trabalhar assim? Isso tira um pouco a pressão de fazer um álbum completo?

Com certeza! Tem sido um processo muito interessante. Sabe, eu tenho filhos pequenos e minha capacidade de concentração está cada vez mais curta – como a de todo mundo, o que é um problema [risos]. Fazer música assim é mais prático pra mim e as pessoas consomem música desse jeito hoje, né? Mas também tem sido mais inspirador. Isso porque a cada música trabalho com um grupo de pessoas diferente, num estúdio diferente. Sinto que tenho aprendido muito. E é um processo muito divertido porque me dá liberdade de experimentar coisas novas. Não é um compromisso que exige muito de mim, nem do músico com quem estou colaborando, porque é uma coisa da gente se juntar por dois dias e fazer música. Tanta coisa inesperada saiu disso, tem sido ótimo.

Norah Jones (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue
Norah Jones (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue

Isso levou a gravação de duas músicas com o Rodrigo Amarante lançadas agora em novembro. Como se deu essa parceria com ele? Como você o conheceu?

Eu era muito fã da banda Little Joy, que ele tinha com o Fabrizio Moretti e a Binki Shapiro. Fiz um show em que o Rodrigo estava, em 2009, pouco antes de ir ao Brasil e ele me passou um monte dicas de lugares pra conhecer e mantivemos contato desde então. Quando eu comecei a fazer uma lista de pessoas com quem queria colaborar, pensei nele. Eu ouvi o disco solo dele e achei tão lindo, o que me levou a ouvir Los Hermanos também e um mundo todo se abriu. Perguntei se ele estava disponível para fazer umas músicas comigo e foi isso. Passamos tempo tocando, bebendo vinho e gravando na casa dele. Foi ótimo!

Vídeo de I Forgot, faixa composta com Rodrigo Amarante

O que tinha na lista de recomendações que ele te passou?

Nossa, eu não me lembro exatamente. Estou procurando o email dele aqui pra te dizer, mas não estou encontrando. Ele foi muito gentil, indicou um monte de restaurantes e lugares para visitar. Eu me diverti muito nessa última vez que estive no Brasil, em 2010. Toquei em um espaço aberto em São Paulo, no Parque da Independência, para um público enorme. Foi uma experiência marcante para mim. E eu conheci muita gente legal e amei os restaurantes que visitei. Estou animadíssima para voltar!

Você gosta de música brasileira?

Muito! Minha mãe morou no Brasil por 2 anos, entre o final dos anos 1960 e o início dos anos 1970. Então, ela tinha um monte de discos que comprou no Brasil nesse período e eu cresci ouvindo tudo isso. Caetano Veloso, Jorge Ben, Gilberto Gil, Elis Regina… Elis é uma das minhas favoritas. Eu cheguei a cantar músicas do Tom Jobim no período da faculdade. Acho que eu amo música brasileira porque fez parte da minha infância. Você pode amar um tipo de música pelo que é e pronto, mas quando faz parte da sua infância é algo mais profundo.

Acha que o sucesso estrondoso no início na carreira permitiu que você experimentasse mais com sua música a partir de então, sem se preocupar com sucesso em si?

Eu não sei. O que eu posso dizer é que quando meu primeiro disco saiu eu entendi que fazer dinheiro com música e ter sucesso não seria o suficiente. Você precisa se manter inspirado. Eu amava a música que vinha fazendo, mas sabia que havia um mundo inexplorado e isso me deixou inquieta. Eu pensei: ok, preciso encontrar um jeito de tornar fazer música algo divertido para mim, caso contrário isso vai se tornar um emprego como qualquer outro. Antes de qualquer coisa, eu toco música. Eu não preciso planejar nada, posso entrar numa sala com outros músicos e trocar ideias e experiências através da música. E é disso que gosto, desse lugar espontâneo, de improviso.

Vídeo de Uh Oh, faixa composta com Jeff Tweedy

Você sente que há alguns temas para os quais sempre volta com a sua música?

Essa é uma boa pergunta, mas não sei se sei responder. Eu penso nas minhas músicas e elas estão tão compartimentalizadas na minha cabeça [risos]. Mas sei que quando você escreve muito durante um determinado período, alguns temas se repetem. O clima político no mundo todo hoje, por exemplo, é algo que tem me afetado. Tantas coisas horríveis acontecendo, a gente fica com isso na cabeça a cada vez que lê ou vê um noticiário. Acho que isso tem aparecido na minha música repetidamente de alguma maneira, mesmo que de forma latente. E em termos de som, acho que o tema principal é recorrer a músicos que eu respeito pra tentar pegar um pouco da mágica deles e aprender com eles. Como artista, você não quer parar de aprender nunca. Quero aprender e me divertir sempre. Se não for assim, fico em casa e tudo bem. Eu tive muita sorte em ter alcançado o sucesso no início da carreira, poderia ter ficado em casa desde então se eu quisesse. Mas eu ainda quero fazer música, então...

Serviço

08/12 – Espaço das Américas – São Paulo
09/12 – Espaço das Américas – São Paulo
11/12 – Teatro Guaira – Curitiba
13/12 – Vivo Rio – Rio de Janeiro

Mais recente Próxima 10 filmes que marcaram a última década
Mais do Vogue

Filme-concerto está disponível na MAX

33 pensamentos sobre o filme “Chromatica Ball” de Lady Gaga

Da costa sul do país, com suas praias de areias negras, que contrastam com a cor do oceano, ao fascinante espetáculo do Geysir

5 dicas do que não perder na Islândia

Atriz completou 28 anos no último domingo (30.06)

Marina Ruy Barbosa dá continuidade às celebrações de aniversário

Funkeiro compartilhou o encontro nas redes sociais

MC Cabelinho posa com Chico Moedas e web reage

Modelo compartilhou os registros nas redes sociais

Alessandra Ambrosio posa em cenários paradisíacos da Itália

Atriz compartilhou os cliques nas redes sociais

Maisa Silva exibe novos registros de viagem a Portugal

Atriz disse que ainda não vai mostrar o desenho

Luana Piovani faz mistério sobre nova tatuagem

Cantora compartilhou os registros nas redes sociais

Wanessa Camargo posa como IA e faz reflexão

Bruna Griphao decidiu mostrar um pouco do seu treino para os seguidores

Bruna Griphao compartilha com seus seguidores seu treino para o bumbum

Influenciador falou sobre a troca de farpas da advogada e do ator nas redes sociais

Carlinhos Maia se pronuncia sobre polêmica entre Deolane Bezerra e Fiuk