Coleção épica de fotografias de Sir Elton John ganha exposição em Londres

No início da década de 1990 e pouco depois, Sir Elton John fez várias daquelas reviravoltas que muitas vezes marcaram a sua carreira de colecionador. Ele vendeu quase tudo – carros, joias, pinturas, estatuetas de Dresden, bronzes art déco, prata italiana – para se concentrar na aquisição de fotografias. O tour de force de Penn foi uma de suas primeiras compras.

“A fotografia entrou na minha vida logo depois que fiquei sóbrio”, explica Elton. “Depois de sair da reabilitação, fui para Cahors para ficar com amigos, uma mistura maravilhosa de pessoas, incluindo o negociante de fotografia David Fahey. Foi durante aquela viagem e através das lentes da minha nova sobriedade que a fotografia realmente ressoou em mim. Para minha primeira aquisição - normalmente, nunca seria apenas uma peça - Fahey, que estava a caminho de uma feira de arte, trouxe para casa caixas com trabalhos cheios de vários fotógrafos: Irving Penn, Herb Ritts, Edward Weston. Comprei 10 fotografias na hora e não parei desde então.”

A coleção John/Furnish atualmente conta com cerca de 7 mil obras de arte e continua aumentando. “Enquanto Elton vai por impulso”, diz Furnish, “adoro saber tudo sobre o artista, a série e seu trabalho em geral e como tudo isso culmina na peça que temos diante de nós”.

A coleção abrange quase todas as disciplinas, da natureza morta ao retrato, do nu à moda, do abstrato e gráfico à vida real e ao documentário. Francis Bacon pode conviver com Mae West, Divine, com Malcolm X, Penn e Richard Avedon com os fotógrafos contemporâneos da Vogue Tyler Mitchell e Harley Weir.

“Tornei-me um pouco mais paciente ao procurar uma impressão específica”, diz Elton. “Não só deve ser vintage, mas a condição deve ser de qualidade de museu.” O trabalho de Diane Arbus de 1962, Criança com uma granada de mão de brinquedo no Central Park, Nova York, foi, acrescenta ele, “uma busca e tanto – estivemos à espreita durante anos. No final, a nossa paciência valeu a pena e encontrámos o poster vintage perfeito.”

Então, o que torna uma fotografia irresistível? “Eu sei instantaneamente”, diz Elton. “A imagem deve me agarrar no primeiro momento em que a vejo para que entre na coleção. Se o trabalho for poderoso o suficiente, terei uma resposta emocional imediata, seja de humor, desejo ou tristeza.” Ele continua: “Espero que o espectador saia não apenas inspirado, mas também com uma compreensão de como David e eu colecionamos, como queremos que nossa coleção represente onde a fotografia estava e para onde ela está indo”.

Além disso, com a inclusão de artistas como Robert Mapplethorpe e Peter Hujar, que morreram de AIDS, o show cria um “cruzamento poderoso com todo o trabalho que [nós] fazemos dentro da Elton John Aids Foundation”, diz Furnish. “É um lembrete constante de quanto perdemos e de como estamos lutando para garantir que isso nunca aconteça novamente.”

Fragile Beauty: Photographs from the Sir Elton John and David Furnish Collection ficará exposta no V&A de Londres até 5 de janeiro.

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