Carol Celico conta reação dos filhos e reflete sobre autoestima na gravidez

Mãe de Luca e Isabella, frutos de seu primeiro casamento, com o ex-jogador Kaká, Carol também não descartava totalmente a ideia de um terceiro filho. Optou, então, por congelar os óvulos no começo de 2023, antes de completar 36 anos. "Fiz o procedimento por segurança. Pensei: 'Se com 40 ou 45 eu quiser engravidar, posso usar os meus óvulos de hoje", lembra.

Foi justamente o congelamento que adiantou os planos do casal, que já há dois anos usava a tabelinha como método contraceptivo. "Meu ciclo sempre foi muito regrado, mas depois do congelamento começou a ficar estranho. Nessa época fomos para Las Vegas comemorar sete anos juntos e dois de casados, e acabamos perdendo um pouco a noção das datas... O que aconteceu? Eu engravidei!".

Em bate-papo com a Vogue, Carol fala sobre sua relação com a maternidade, a expectativa dos filhos - e as reações inusitadas - para a chegada do irmão caçula, e como pretende equilibrar o novo momento com o comando de sua marca de moda, a NIINI. Fala ainda sobre o machismo que insiste em associá-la ao seu ex-marido. Veja abaixo!

VOGUE: Você já chegou a falar em algumas entrevistas que não teria um terceiro filho "de jeito nenhum". Como a notícia da gravidez chegou para você?
Carol Celico: Descobri que estava grávida já com seis semanas de gestação e realmente não estava planejando. Foi um susto, mas acredito muito que Deus sabe a hora certa. Se fosse organizar para ter um filho, me conhecendo, ia prolongar eternamente e acabar não tendo. Meu marido já tinha até se acostumado com a ideia. Ele é muito presente na criação dos meus filhos e os trata como se fossem dele, mas neste ano já tinha parado de pedir. E aí veio esta surpresa muito feliz. É, com certeza, um presente que veio na hora certa.

VOGUE: E como foi o processo de congelamento de óvulos?
CC: Tenho conversado com muitas amigas que às vezes estão na dúvida e ainda não sabem se querem ter filhos e costumo sugerir o congelamento. A gente muda muito, nossa vida e opinião também. Por mais que você nem queira pensar nisso agora, é uma segurança a mais. O meu médico sempre falou que era importante e que o ideal seria fazer até os 35 anos, que foi quando eu fiz. Achei o processo muito tranquilo, de verdade. Estava apreensiva com mudança de humor, ganho de peso, a quantidade de hormônios... Mas não notei muita diferença, o inchaço foi algo que passou em dois meses.

VOGUE: Qual foi a reação do Luca e da Isabella ao saberem da gravidez?
CC: Eu ia preparar uma surpresa, mas pensei que tinha sido um choque até para mim, então queria dar a oportunidade deles gostarem ou não da notícia. Se você faz uma surpresa, fica subentendido que a pessoa tem que gostar, né? Por isso, resolvi sentar com eles e falar, mas na hora que ia contar o Luca, meu filho, já mandou: "Mamãe está grávida!". Foi muito fofo, porque ele quis primeiro saber como eu estava, se era algo que eu queria. Falei que não tinha planejado, mas estava feliz, e ele também ficou preocupado com a empresa [a NIINI, marca de moda fundada por Carol em 2021]. Muito bonitinho! Disse que iria trabalhar normalmente e ele falou: "Qualquer coisa, você conta comigo!". Já a Bella levou um susto e ficou paralisada. Ela me perguntou se eu ia esquecê-la, falei que nunca! Passaram-se 30 segundos, ela levantou e já começou: "Posso cuidar? Posso escolher tudo?". Então, ela está curtindo e sendo minha parceira. Acho que todo mundo ficou um pouco em choque, mas aquele choque maravilhoso.

VOGUE: Esta gravidez está sendo diferente das gestações dos seus filhos mais velhos?
CC: Em relação a sintomas, estou tendo exatamente os mesmos que tive. Azia, dor de estômago, fome e enjoos, mas acho super normal. Também estou mais tranquila, tanto por estar mais velha nesta gestação quanto por ser a minha terceira vez, né? Você já sabe as coisas que dão certo, o que não precisa, quais foram os exageros do primeiro filho. No passado, existiam algumas inseguranças. Hoje, não tem essa. Se mamar, mamou. Se eu tiver leite, tenho. Se não, está tudo certo. Acho que isso é a maturidade que traz para a gente. Além disso, quero comprar o mínimo possível e para o quarto do bebê quero uma coisa prática e minimalista. Gosto desta estética tanto por questões de higiene quanto para rapidez e fluidez, não fica aquela poluição visual.

VOGUE: Como foi a escolha do nome?
CC: Foi certeira! Rafael sempre foi o meu nome favorito. O Luca ia se chamar Rafael, mas um primo dele, que era pequenininho na época, já se chamava assim. Ia ficar muito próximo. Mas Rafael sempre foi a minha primeira opção desde pequena. Quando falei para o meu marido, ele disse que era o nome que ele mais gostava também. A Bella e o Luca amaram e foi unanimidade. Até esperamos uns dias antes de bater o martelo, mas não tinha outro nome além desse.

VOGUE: Hoje, além de ser mãe e influenciadora, você ainda comanda sua marca e a Fundação Amor Horizontal. Está se organizando para tirar uma licença-maternidade após o nascimento do Rafael?
CC: Eu tenho esse estilo de gostar de fazer muitas coisas. Sou muito organizada e prática, então acho que isso me ajuda muito a monitorar tudo o que está acontecendo. Além disso, me cerco de pessoas que confio e que são muito boas. Mas parar completamente, não vou. Acho que pós-pandemia a gente aprendeu tanto a trabalhar de casa e é a minha empresa, né? É um filho e posso falar que, de todos, é o que dá mais trabalho. Preciso dar muita atenção. O escritório fica perto de casa e estou bem tranquila em relação a isso, costumo brincar que só vou parar de trabalhar na hora da expulsão [risos].

VOGUE: Como está sua autoestima na gestação?
CC: Eu não posso falar com mães que amam e acham a gravidez linda, porque eu não acho [risos]. Sou de um outro grupo, daquele que não gosta do corpo da gravidez. As pessoas até falam "nossa, como você está bonita!", mas acho que é algo que mexe muito com a nossa autoestima e humor.

VOGUE: Ainda hoje e mesmo com você tendo construído a sua própria história, muitos veículos insistem em te associar ao seu ex-marido. Isso é algo que te incomoda?
CC: Isso acontece com as mulheres no geral. É difícil ver um homem que seja colocado como o "ex da fulana". É algo que, realmente, tem que mudar, porque a gente tem que ser reconhecida por quem nós somos. Mas isso me incomoda muito menos do que já me incomodou quando eu era casada, por exemplo. Ficava muito chateada. Hoje, com 36 anos, sei quem eu sou, a história que construí e o que ainda estou construindo. Sim, sou a mãe do Luca e da Isabella, a filha da Rosangela e do Celso, fui casada e sou muito bem casada e feliz com o Eduardo. Acho que tudo isso faz parte da minha trajetória e não me incomodo mais. Tem muita gente que me acompanha nas redes sociais e nem sabe da onde eu vim, quem sou e que morei fora. Até evito falar, mas, para mim, tanto faz.