Cães têm maneiras especiais de se comunicar com os humanos, diz estudo

Segundo os pesquisadores, ao contrário dos porcos e outros animais, os cachorros podem direcionar seus tutores para algum ponto de interesse

Por Fernanda Drumond


Porcos não conseguem realizar comunicação referencial com humanos como os cães — Foto: David Clode/ Unsplash/ CreativeCommons

Os cachorros podem mostrar geograficamente objetos e situações para humanos, enquanto porcos não conseguem, foi o que concluiu uma pesquisa realizada no Departamento de Etologia da Universidade Eötvös Loránd, em Budapeste.

A comunicação referencial é o ato de direcionar a atenção de outra pessoa para uma entidade específica no ambiente. Nós, humanos, frequentemente fazemos uso dela por meio de nossa linguagem e de nossos gestos quando, por exemplo, apontamos para um objeto desejado.

De acordo com a pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, os animais domésticos parecem especialmente predispostos a se comunicar referencialmente com os humanos. No entanto, algumas espécies selvagens socializadas também podem fazer isso, portanto, os cientistas concluíram que a domesticação pode não ser a chave para o surgimento dessa habilidade.

Eles perceberam que as espécies com essa habilidade tinham como característica compartilhada o uso de muitos sinais visuais ao se comunicar com animais iguais a eles. Isso poderia ser uma característica necessária para os animais se envolverem em comunicação referencial com humanos.

Para testar essa hipótese, os pesquisadores — que já haviam liderado estudos sobre o cérebro canino, como habilidades dos cães para traduzir idiomas — compararam os comportamentos de duas espécies de animais de companhia: cachorros, que dependem muito da comunicação visual, e mini porcos, que não precisam.

Os animais foram colocados em uma sala sozinhos com seus tutores, depois sozinhos com um petisco à vista — mas fora de seu alcance — e, por último, com o responsável e a guloseima. O objetivo era verificar se os bichos pediriam ajuda para os humanos.

Eles constataram que quando porcos e cachorros estavam sozinhos com seus tutores, eles prestavam atenção semelhante ao responsável. No entanto, depois que o pesquisador escondeu a recompensa, apenas os cães tentaram mostrar aos humanos onde ela estava. Os porcos apenas procuraram uma forma de alcançar o alimento sozinhos, provando que, ao contrário dos caninos, eles parecem não fazer comunicação visual intraespecífica.

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