Comportamento

Por Por Yara Guerra


De tão extraordinários, os polvos são comumente chamados de alienígenas marinhos — Foto: ( Flickr/ damn_unique/ CreativeCommons)
De tão extraordinários, os polvos são comumente chamados de alienígenas marinhos — Foto: ( Flickr/ damn_unique/ CreativeCommons)

Com a proximidade da estreia da Copa do Mundo 2022, muitos de nós ficamos saudosos com as edições que marcaram gerações. É o caso da Copa de 2010, na África do Sul, que eternizou ícones como a bola Jabulani; a música Waka Waka, da Shakira; bem como o polvo Paul, conhecido por "prever" corretamente os resultados das disputas na competição.

Por acertar os resultados de toda a campanha da seleção alemã e também prever o vencedor da final, o molusco marinho se tornou famoso no mundo inteiro, chamando atenção para um questionamento: por que os polvos são tão inteligentes?

Durante a Copa do Mundo de 2010 da FIFA, o polvo Paul chamou atenção por "prever" os resultados dos confrontos a partir da escolha sobre que caixa se alimentar. Cada uma estampava uma bandeira de seleção diferente — Foto: ( Wikipedia/ Oktopus-Orakel_Paul_mit_Schuh/ Wikimedia Commons)
Durante a Copa do Mundo de 2010 da FIFA, o polvo Paul chamou atenção por "prever" os resultados dos confrontos a partir da escolha sobre que caixa se alimentar. Cada uma estampava uma bandeira de seleção diferente — Foto: ( Wikipedia/ Oktopus-Orakel_Paul_mit_Schuh/ Wikimedia Commons)

Parte da dúvida vem de um especismo já datado dos seres humanos – acreditar que outros animais seriam versões pioradas de nós mesmos, o que não é verdade. Mas há também uma certa incongruência da natureza: desenvolver inteligência geralmente requer um cérebro grande, vida relativamente longa e dentro de um grupo social, o que permite àquele ser compartilhar experiências e aprender com seus pares. Nada disso é comum aos polvos.

Pelo contrário, estes animais costumam viver de 6 a 36 meses. Há casos em que, horas após a copulação, a fêmea mata o macho e o devora por dias. Além disso, as mães costumam morrer assim que os filhotes nascem, depois de cuidar dos seus ovos durante meses – sem sair de perto nem para se alimentar.

Mesmo assim, os polvos desenvolveram muitos mecanismos e apresentam comportamentos que continuam a impressionar os cientistas ao redor do mundo. Um exemplo é o polvo Otto, que vivia num parque aquático em Colônia (Alemanha), que descobriu que poderia apagar a luz colocada em cima de seu tanque esguichando água nela. Ele continuava independente das trocas realizadas por zeladores, que acreditavam que se tratava de um problema elétrico.

Estes moluscos cefalópodes possuem 500 milhões de neurônios, o mesmo número que os cachorros, mas apresentam uma capacidade cognitiva ímpar — Foto: ( Pexels/ Pia/ CreativeCommons)
Estes moluscos cefalópodes possuem 500 milhões de neurônios, o mesmo número que os cachorros, mas apresentam uma capacidade cognitiva ímpar — Foto: ( Pexels/ Pia/ CreativeCommons)

Outra história igualmente surpreendente ocorreu em um laboratório da Universidade de Guelph (Canadá). Os polvos "zanzavam" pelos tanques, testando todo o ambiente e seus compartimentos – até tampar, de propósito, as válvulas de drenagem. Isso fez com que a água transbordasse e o laboratório ficasse inundado.

Segundo se conta no livro Outras Mentes: o polvo e a origem da consciência, do cientista australiano Peter Godfrey-Smith, os animais sabiam que estavam dentro do tanque e que os humanos estavam fora, agindo de forma a fugir do contêiner para alcançar o mar.

O que aconteceu nestes casos dá suporte aos estudos que defendem a senciência dos polvos – ou seja, a sua capacidade de interpretar o mundo que os rodeia e responder a diferentes sensações, estímulos ou mesmo sentimentos. Isso contrapõe à ideia de que eles são meros componentes da natureza.

Para o oceanólogo Rodrigo Silvestre Martins, doutor em zoologia que pesquisa moluscos cefalópodes, qualquer um que já observou um polvo percebe a sua senciência naturalmente.

"Mudanças na textura e na coloração da pele, bem como uma série de comportamentos sofisticados que indicam agressividade, calma e até mesmo satisfação e tédio evidenciam a senciência dos polvos, que, aparentemente, é o mais avançado dentre todos os invertebrados", diz o pesquisador, que trabalha no Instituto do Mar da UNIFESP.

Apesar de terem deixado as conchas durante a evolução, os polvos podem usá-las como escudo se encontrá-las em seu caminho — Foto: ( Wikipedia/ Daiju Azuma/ Wikimedia Commons)
Apesar de terem deixado as conchas durante a evolução, os polvos podem usá-las como escudo se encontrá-las em seu caminho — Foto: ( Wikipedia/ Daiju Azuma/ Wikimedia Commons)

Rodrigo define os bichos marinhos como mestres na arte de escapar de aquários e tanques. "Algumas espécies chegam a utilizar ferramentas. Há ainda relatos de polvos que reconhecem pessoas individualmente, além de usarem brinquedos para se distraírem quando mantidos em cativeiro. Todos esses fatores indicam um sofisticado grau de inteligência", completa.

Origem de tudo

Os polvos são moluscos marinhos da classe dos cefalópodes, que surgiram no período Cambriano e acredita-se que estivessem aqui mesmo antes dos dinossauros, sobrevivendo a três grandes extinções. Somente esta informação infere uma surpreendente capacidade adaptativa, explicada por inúmeros fatores.

Para começar, estes animais derivam de moluscos com concha. Mas, quando os seres do mar desenvolveram olhos, surgiu a necessidade de algum mecanismo de fuga para sobrevivência. Foi aí que os cefalópodes abandonaram as conchas para nadar de forma mais rápida e poder fugir dos predadores.

Com oito braços fortes, os polvos conseguem atingir velocidades de nado de até 40 km/h. Na foto, um polvo da espécie Amphioctopus Marginatus come um carangueijo — Foto: ( Wikipedia/ Silke Baron/ Wikimedia Commons)
Com oito braços fortes, os polvos conseguem atingir velocidades de nado de até 40 km/h. Na foto, um polvo da espécie Amphioctopus Marginatus come um carangueijo — Foto: ( Wikipedia/ Silke Baron/ Wikimedia Commons)

O biólogo Alexander Turra, doutor em ecologia do Instituto Oceanográfico da USP, dedica seu trabalho à estrutura e funcionamento de ecossistemas marinhos. Ele diz que, embora a concha seja importante para a autoproteção, a sua ausência em polvos lhe garantiu certos benefícios:

"O fato de não possuí-la permite ao polvo entrar em orifícios que os outros não conseguem, porque o corpo dele se molda e é flexível. Ele acaba usando esses espaços para procurar alimentos e se proteger. É como se os recifes de coral passassem a ser a concha para o polvo", comenta.

Outra vantagem adaptativa dos polvos é a presença da bolsa de tinta na maior parte das espécies, capaz de desorientar os predadores e facilitar a sua fuga — Foto: ( Unsplash/ Mohamed Ahsan/ CreativeCommons)
Outra vantagem adaptativa dos polvos é a presença da bolsa de tinta na maior parte das espécies, capaz de desorientar os predadores e facilitar a sua fuga — Foto: ( Unsplash/ Mohamed Ahsan/ CreativeCommons)

Tatiana Silva Leite, doutora em oceanografia biológica especialista em moluscos cefalópodes, explica que este é o momento em que surgiram diversas vantagens adaptativas.

"Eles saíram do ambiente da coluna d'água, que é mais simples, com menos cores, menos informações, e voltaram para esse ambiente super complexo, mas sem a concha. Eles desenvolveram então o lobo cerebral sub frontal e o frontal inferior, que a gente não encontra nas lulas. É com ele que o polvo lida com todo o sistema de aprendizado químico e tátil, captando informações do ambiente por meio dos braços e garantindo uma capacidade de memória e aprendizado sobre o que está ao seu redor no oceano", diz ela, que é membro do departamento de Zoologia e Ecologia da UFSC.

Um pouco de ciência

A inteligência dos polvos, assim, pode ser desmembrada em dois fatores: biologia e curiosidade. Em seu livro, Peter Godfrey-Smith questiona "quando você observa um polvo com curiosidade, é verdade que ele te olha de volta tão curioso quanto?". A resposta, provavelmente, é positiva.

De acordo com José Eduardo Amoroso Rodriguez Marian, biólogo e professor doutor do departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da USP, a curiosidade destes bichos pode ser explicada, em parte, pela sua característica de predador.

"Eles dependem da exploração do ambiente para encontrar alimento. Além da visão muito eficiente, os polvos utilizam quimiorreceptores das ventosas para decifrar aquilo que tocam com os braços. A exploração do ambiente é igualmente importante para encontrar parceiros sexuais", explica o professor, que pesquisa moluscos.

Paladar no braço?

Os braços dos polvos são capazes de experimentar o ambiente de uma forma bem peculiar, por meio do tato e do paladar — Foto: ( Unsplash/ Stephanie Harlacher/ CreativeCommons)
Os braços dos polvos são capazes de experimentar o ambiente de uma forma bem peculiar, por meio do tato e do paladar — Foto: ( Unsplash/ Stephanie Harlacher/ CreativeCommons)

Com 500 milhões de neurônios presentes, majoritariamente, no sistema nervoso periférico, eles apresentam uma capacidade cognitiva ímpar, atingindo um nível de sofisticação semelhante a dos vertebrados.

Apesar disso, é difícil pensar na experiência de vida de um polvo com base na referência que temos enquanto vertebrados e humanos – o ancestral comum entre estes animais e nós é um tipo de verme que viveu há pelo menos 600 milhões de anos. Um exemplo, citado por José Eduardo, é que o animal utiliza os braços para sentir o ambiente por meio do tato e, inclusive, do paladar.

Além disso, não há correspondências entre os cérebros de moluscos cefalópodes e de seres humanos, o que descarta qualquer possibilidade de mapeamento.

"O sentido táctil e olfativo/gustativo dos braços dos polvos permite um grau de sensibilidade em relação ao ambiente que os rodeiam sem comparação, mesmo dentre os vertebrados. Cada ventosa do braço do polvo é munida de 10 mil células sensoriais (receptores químico-tácteis). Considerando que cada braço tem cerca de 200 ventosas, e que são oito braços, então estamos falando de 16 milhões de células sensoriais", diz Rodrigo.

Sencientes, os polvos sentem o que lhe rodeia de forma consciente e há quem defenda que cada animal tem o seu próprio temperamento e personalidade — Foto: ( Unsplash/ Αντωνης Κοροτσάκης/ CreativeCommons)
Sencientes, os polvos sentem o que lhe rodeia de forma consciente e há quem defenda que cada animal tem o seu próprio temperamento e personalidade — Foto: ( Unsplash/ Αντωνης Κοροτσάκης/ CreativeCommons)

Para colocar em perspectiva, o professor explica que nós temos cerca de 50 mil células sensoriais desse mesmo tipo na nossa língua, que é uma das estruturas mais sensíveis – talvez a mais sensível – do corpo humano. É como se os polvos explorassem seu mundo com oito “superlínguas”.

"Eles têm um sistema nervoso central que concentra 40% dos neurônios, enquanto a maioria fica no no sistema nervoso periférico, que vai para os braços, que têm uma certa autonomia quanto ao SNC, mas não total", diz Tatiana.

Isso explica os relatos de casos em que braços de polvos decepados continuam explorando o oceano em busca de comida – e, quando encontram, tentam levá-la a uma boca que já não existe mais.

A pele do polvo contém células capazes de mimetizar as cores e a textura do ambiente ao seu redor, conferindo-lhe a habilidade da camuflagem — Foto: ( Unsplash/ Diane Picchiottino/ CreativeCommons)
A pele do polvo contém células capazes de mimetizar as cores e a textura do ambiente ao seu redor, conferindo-lhe a habilidade da camuflagem — Foto: ( Unsplash/ Diane Picchiottino/ CreativeCommons)

Ainda sobre os braços, de acordo com José Eduardo, cada um dois oito possui um gânglio nervoso, que controla os membros de forma autônoma. Isso significa uma economia muito grande para o sistema nervoso central.

"Uma analogia seria o maestro regendo a orquestra – ele não precisa tocar os instrumentos, mas é essencial para a sincronia da orquestra. O cérebro do polvo ainda é necessário para 'reger' os movimentos autônomos desses braços, mas não precisa comandá-los diretamente", diz ele.

Enxergar através da pele

Mas as excentricidades do polvo não param por aí: a pele do animal é repleta de cromatóforos, células que contêm bolsas de pigmentos de diferentes cores; e iridóforos, células que refletem a luz. Eles também têm papilas que podem ser elevadas ou contraídas, permitindo a alteração da textura da pele.

Ou seja, eles são capazes de mimetizar o ambiente a partir da pele, sendo ainda melhores camufladores que os próprios camaleões.

Todas estas habilidades são um pouco do que seria, para nós, uma verdadeira sinestesia. "De uma certa forma, eles 'enxergam' formas, texturas e volumes e literalmente sentem o gosto de seu caminho", comenta o professor Rodrigo.

Ainda se discute, porém, se os polvos conseguem perceber cores através do olhar, uma vez que a maior parte das espécies só apresenta um tipo de pigmento na retina. Ela equivale aos bastonetes, o que lhes garante o daltonismo.

Contudo, segundo Tatiana, alguns trabalhos desenvolvidos ao longo dos anos trazem alguns contrapontos.

"Descobriu-se que algumas espécies de polvos têm mais de um pigmento, em especial as espécies noturnas de profundidade, o que se acredita ser importante para a captação da bioluminescência. Uma outra questão é que o formato da pupila do animal é diferente [em 'u' ou 'w', não circulares como as dos humanos] e faz com ele consiga captar a informação de uma forma também diferente", explica.

É como se os olhos dos polvos funcionassem como prismas, decompondo as cores em fragmentos que eles possam processar.

Outra característica comum aos polvos e também às lulas e sépias é a edição do RNA, o que pode lhe ajudar em algumas situações adversas — Foto: ( Flickr/ Henry Burrows/ CreativeCommons)
Outra característica comum aos polvos e também às lulas e sépias é a edição do RNA, o que pode lhe ajudar em algumas situações adversas — Foto: ( Flickr/ Henry Burrows/ CreativeCommons)

"O seu sistema nervoso altamente desenvolvido está associado, pelo menos em parte, a estratégias defensivas. Há, inclusive, uma hipótese que defende que o desenvolvimento da complexa camuflagem dos polvos esteve associada ao desenvolvimento de um avançado sistema nervoso ao longo de sua evolução. Isso porque o controle nervoso dos inúmeros padrões de camuflagem está associado a uma alta demanda do sistema nervoso central", completa José Eduardo.

Tinta para entorpecer

Outra curiosidade destes animais é a presença da bolsa de tinta (melanina), que serve para repelir os seus predadores. É apenas mais uma das vantagens adaptativas adquiridas ao longo da evolução e que garante uma defesa eficiente no ambiente marinho.

"A função da tinta que eles espirram é exatamente aquela o que o senso comum de quem observa o fenômeno diz: serve para gerar uma autêntica cortina de fumaça, que distrai os potenciais predadores enquanto o animal foge ou tenta se camuflar para se livrar o perigo", explica o professor Rodrigo.

Além da camuflagem cromática conferida por um pigmento chamado melanina, esta tinta possui compostos narcotizantes que anestesiam momentaneamente o olfato dos predadores. Ou seja, além de esconder o animal rapidamente, ela também acaba desorientando o inimigo.

O polvo é capaz de se camuflar em segundos, de uma maneira, inclusive, bem mais rápida que os camaleões — Foto: ( Unsplash/ Vlad Tchompalov/ CreativeCommons)
O polvo é capaz de se camuflar em segundos, de uma maneira, inclusive, bem mais rápida que os camaleões — Foto: ( Unsplash/ Vlad Tchompalov/ CreativeCommons)

"Algumas espécies também produzem o que chamamos de 'pseudomorfos', que nada mais são do que balões de tinta que mimetizam a forma e o tamanho do animal. Os predadores atacam esses 'engodos' enquanto o polvo muda rapidamente de cor para se mesclar com o ambiente e fugir sorrateiramente", completa.

Já aquelas espécies de águas mais profundas e ambientes menos visualmente complexos tendem a não apresentar o órgão que armazena a tinta. Isso porque, na escuridão, o composto – que tem um custo metabólico caro –, não contribui muito para a defesa.

Edição de genoma

Mais uma das características que tornam estes animais tão interessantes é a sua capacidade de edição do próprio genoma. Assim como lulas e sépias, os polvos são capazes de editar o seu RNA para aumentar o seu repertório de proteínas.

Para entender melhor, é preciso ter em mente que a expressão genética das células de qualquer organismo vivo se baseia em dois tipos de moléculas: o DNA , que tem a função de armazenar informação genética, e o RNA (ácido ribonucleico), o qual, entre outras funções, transforma os dados contidos no DNA em proteínas, necessárias para o funcionamento do organismo.

"O DNA armazena informação, o RNA a carrega e as proteínas são o produto final. Antes da tradução do RNA em proteínas, ele pode ser editado. Entretanto, essa alteração de RNA é geralmente bastante restrita e limitada a pequenas porções do genoma. Nos polvos e outros cefalópodes, descobriu-se que a edição do RNA é bastante extensa, principalmente nas regiões associadas à produção de proteínas do sistema nervoso", explica José Eduardo.

Os oito braços do polvo apresentam uma certa autonomia em relação ao sistema nervoso central — Foto: ( Unsplash/ Masaaki Komori/ CreativeCommons)
Os oito braços do polvo apresentam uma certa autonomia em relação ao sistema nervoso central — Foto: ( Unsplash/ Masaaki Komori/ CreativeCommons)

Assim, o RNA modificado irá produzir proteínas com funcionalidades diferentes das que seriam fabricadas pelo RNA original. Em se tratando da edição nas células do sistema nervoso, o processo permite a alteração da fisiologia de seus cérebros e gânglios nervosos. Dessa forma, talvez eles tenham mais chances de sucesso em diferentes condições adversas.

Rodrigo completa: "A maioria dos organismos não utiliza esse método, que é metabolicamente custoso e, na maioria das vezes, pode ser danoso (tornando uma proteína normal em algo deletério, por exemplo) ou não fazer diferença alguma para o organismo".

Embora o motivo pelo qual alguns moluscos realizam a edição do RNA ainda seja desconhecido, especula-se que o mecanismo pode estar associado ao avançado sistema nervoso desses animais, já que as edições estão mais concentradas nas regiões vinculadas à produção de proteínas do sistema nervoso.

"É possível que esse processo seja crucial para o funcionamento de seu sistema nervoso sofisticado, um 'custo evolutivo' que essas criaturas arcam por serem tão inteligentes", diz Rodrigo.

Alienígenas marinhos

A pupila dos polvos tem um formato diferente da dos seres humanos e isso os torna capazes de captar a informação de uma maneira diferente de nós — Foto: ( Unsplash/ Qijin Xu/ CreativeCommons)
A pupila dos polvos tem um formato diferente da dos seres humanos e isso os torna capazes de captar a informação de uma maneira diferente de nós — Foto: ( Unsplash/ Qijin Xu/ CreativeCommons)

De tão exóticos e peculiares, os polvos por vezes são chamados de "alienígenas dos mares". Eles reúnem, em um só organismo, tudo o que para o senso comum parece não fazer sentido: oito braços, três corações, um bico, ventosas capazes de cheirar e sentir gosto, um corpo mole capaz de rapidamente mudar de forma e cor, e a já citada bolsa de tinta e os milhares de neurônios.

Embora haja quem realmente acredite que os animais de fato sejam extraterrestres, o apelido parte mais da nossa dificuldade em entender como seres considerados tão primitivos possam ter alcançado um nível de cognição.

"Tenho para mim que esses animais só não desenvolveram cultura ou mesmo civilizações porque eles têm um ciclo de vida muito curto. Se, por acaso, vivessem mais, provavelmente, teríamos de negociar com eles o uso que fazemos do ambiente marinho", diz Rodrigo.

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