A diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Michelle Bowman, disse hoje (25) em evento em Londres que se a inflação se mover de forma sustentável para a meta de 2%, será necessário reduzir os juros gradualmente. “Mas não estamos nesse ponto ainda”, afirmou. Bowman disse que não vê nenhum corte nos juros em 2024, apenas em 2025.
Segundo ela, o Fed deve manter os juros estáveis para levar a inflação à meta, mas se a desaceleração da inflação parar ou se reverter, os juros poderão voltar a subir. “Outros bancos centrais deverão diminuir os juros mais rapidamente que o Fed. Estamos vendo pouco progresso na queda da inflação este ano”, disse.
A diretora disse que ainda existem vários riscos de alta da inflação e que está monitorando subcategorias inflacionárias. Ela disse também que está observando de perto por sinais de deterioração do mercado de trabalho, mas que ele segue aquecido, apesar de um maior equilíbrio.
Reforçando a sua visão, a diretora do Federal Reserve (Fed), Lisa Cook, disse hoje que a inflação anual deve seguir de lado pelo restante do ano e apenas cair de forma mais agressiva em 2025. “A inflação de 12 meses vai ficar praticamente inalterada no resto do ano, com os dados mensais próximos daqueles registrados no segundo semestre do ano passado”, disse ela, em evento no Economic Club de Nova York. Cook disse, contudo, que as inflações de três e seis meses terão um caminho “mais acidentado”, refletindo a resistência dos consumidores aos aumentos de preços.
A previsão, segundo ela, é de que a tendência de desinflação continue, mas que um aumento nas expectativas de inflação implicaria em manter os juros mais altos por mais tempo. Cook disse também que o mercado de trabalho está mais equilibrado e muitos indicadores sugerem que ele voltou para os patamares de antes da pandemia: apertado, mas não extremamente aquecido.
Cook disse também que a economia dos EUA deve crescer cerca de 2% em 2024, impulsionada pelo crescimento da força de trabalho e pelos consumidores americanos, que tiveram um forte crescimento de renda no período. “Mas dados recentes indicam que esse crescimento está desacelerando. E, em abril, o volume total de uso de cartão de crédito e outros tipos de dívida com consumo caiu pela primeira vez desde 2021”, afirma.
Por fim, a diretora do Fed afirmou que há riscos de mudanças no cenário econômico, mas que o Fed está em uma boa posição para responder às mudanças, se necessário. “Considero que os riscos para alcançar os nossos objetivos de emprego e de inflação evoluíram para um melhor equilíbrio. Dada a nossa dependência de dados, iremos monitorar de perto as informações recebidas para determinar a trajetória futura da política”, disse. “Em algum momento, teremos que cortar os juros”.
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