A atenção dos investidores segue na política de preços da Petrobras, que opera em queda nesta manhã e pressiona o Ibovespa. Às 10h, o índice subia apenas 0,05%, aos 93.133 pontos, à espera da reunião do presidente Jair Bolsonaro e sua equipe econômica com representantes da Petrobras para tratar do reajuste do diesel.
Ontem, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco esteve com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para discutir o tema e saiu do encontro negando que tenha ocorrido "intervencionismo" na companhia, que "é livre" para decidir seus preços.
Ainda no radar do mercado está a derrota sofrida pela reforma da Previdência na reunião de ontem da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, que votou o orçamento impositivo em vez de apreciar o projeto.
O governo pretendia concluir essa etapa da tramitação da reforma ainda nesta semana, mas o plano foi adiado diante de um movimento da oposição e do Centrão, que se mostram insatisfeitos com a articulação política de Bolsonaro e seus aliados até aqui.
"O PSL tem sido um atraso monumental ao governo dado o amadorismo de seus membros e além de perder pontos importantes da articulação, ainda abre espaço para os ruralistas inserirem pontos com grande peso fiscal como o retorno do subsidio da energia elétrica ao agronegócio, com elevação da conta para os consumidores como um todo", critica Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
Após o revés, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), começará hoje uma nova ofensiva para garantir a aprovação da reforma da Previdência na CCJ na próxima semana.
O parlamentar entrará em contato com cada um dos membros da Comissão de partidos alinhados com a aprovação da proposta de mudanças no sistema de aposentadoria. O objetivo é garantir os 34 votos necessários para a admissibilidade do texto.
Produção industrial dos EUA cai 0,1% e frustra expectativas
A produção industrial dos Estados Unidos caiu 0,1% em março na comparação com fevereiro, segundo dados divulgados na manhã desta terça (16) pelo Federal Reserve, o Fed, o banco central americano. O resultado frustrou analistas que previam avanço de 0,2% na produção.
Bolsas internacionais
A influência das bolsas internacionais é positiva após dados chinesas mostrarem crescimento substancial do mercado imobiliário, o que levou a bolsa local a subir 2,39% no pregão.
Os índices futuros dos Estados Unidos também sobem com números positivos dos balanços corporativos.
"Neste cenário, o Brasil tenta ganhar corpo e atração do investidor estrangeiro, pois apesar de uma série de indicadores positivos, ainda busca o prêmio de maior risco em mercados emergentes como o Brasil", explica Jason Vieira.