Criptomoedas

Por Laelya Longo, Valor Investe — São Paulo


Depois de “sair dos trilhos”, em abril, quando interrompeu uma sequência de sete meses de altas consecutivas, o bitcoin (BTC) deve encerrar maio de volta ao rumo de valorização, registrando ganhos próximos de 11%.

O período foi marcado por uma forte volatilidade: entre a mínima de US$ 56.600, no início do mês, à máxima de US$ 71.800 houve uma variação de 27%.

Nesta sexta-feira (31), por volta de 18h30 (horário de Brasília), o bitcoin era negociado em torno dos US$ 67.500, segundo o CoinDesk.

Beto Fernandes, analista da Foxbit, ressalta que o apetite institucional pelos ETFs (fundos de índice negociados em bolsa) com exposição direta a bitcoin nos Estados Unidos voltou, “com fluxos positivos diários consecutivos, acumulando mais de US$ 2 bilhões na reta final do mês”.

“A euforia em torno dos ETFs de ETH, aprovados neste mesmo período, ainda ajudaram a manter o fôlego dos investidores, que passaram a ver uma nova possibilidade de capitalização no mercado de criptomoedas e, também, uma abertura quase inédita – e principalmente polêmica – da CVM americana para esta classe de ativos”, ressalta Fernandes.

No cenário macroeconômico, o analista da Foxbit aponta como gatilho positivo “a ligeira melhora da inflação nos Estados Unidos, porém, ainda há muitas incertezas, principalmente envolvendo os juros, que deverão ser precificadas em algum momento”.

Para junho, Fernandes avalia que o bitcoin “parece bem direcionado para a manutenção da alta”. “Estamos vendo cada vez menos BTCs disponíveis nas exchanges, o que demonstra ser um sinal de baixa intenção de vendas”, pontua. “Ao mesmo tempo, há um fluxo comprador forte por parte de baleias [os grandes investidores], responsáveis por movimentar bastante o preço.”

Ainda assim, ele afirma que a macroeconomia ainda exige cautela. Mesmo com um corte de juros no meio do ano já estar descartado e embutido no preço dos ativos de risco, Fernandes acredita que o mercado ainda pode se assustar com as falas de alguns representantes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), principalmente seu presidente Jerome Powell, assim como a inflação norte-americana, que saiu dos trilhos nos últimos meses.

Ana de Mattos, analista técnica da Ripio, aponta que, na faixa de preço atual, as resistências a serem rompidas são de US$ 69.700 e US$ 70.900, para engatilhar um novo momento de alta significativa.

Mas a estrela de maio no mercado foi o ethereum (ETH), segunda maior cripto em valor de mercado e token nativo da maior rede blockchain do mundo.

No dia 23, a Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) aprovou a listagem dos ETFs de ethereum. No entanto, como observa Ana, as negociações desses ETFs ainda não começaram, pois a SEC precisa aprovar os registros S-1, documentos que detalham o gerenciamento dos fundos. “Esses formulários ainda estão sob revisão”, explica.

Nesse contexto, o preço do ethereum subiu cerca de 25%, este mês, marcando máximas muito próximas de US$ 4 mil. “Se o fluxo comprador continuar, a resistência está em US$ 4.565”, aponta Ana.

Superada essa faixa, o ethereum pode romper sua máxima histórica e buscar o primeiro nível de expansão em US$ 5.454. Às 18h30 desta sexta-feira (31), o ethereum valia US$ 3.777.

Bitcoin ‘volta aos trilhos’ em maio, com cenário macro e novos ETFs alimentando a força compradora — Foto: Getty Images
Bitcoin ‘volta aos trilhos’ em maio, com cenário macro e novos ETFs alimentando a força compradora — Foto: Getty Images
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