Vendas de imóveis com desconto crescem no 1º tri e atingem maior marca desde julho de 2020

Percentual de respondentes que considerava que os preços dos imóveis encontravam-se em um 'nível razoável' passou de 15% para 19%

Por Valor Investe — Rio


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A compra de imóveis no primeiro trimestre foi marcada pelo crescimento das negociações envolvendo algum desconto no valor anunciado. Os mais recentes dados da Pesquisa Raio-X FipeZAP mostram que o percentual de transações cujos preços foram reduzidos pela negociação entre as partes foi de 68% em março de 2024superando em quatro pontos percentuais a média histórica da pesquisa (64%) – e a proporção de 56% registradas em março de 2023.

Essa foi a maior marca de descontos desde julho de 2020, quando 69% das negociações envolveram algum desconto no valor anunciado. O aumento das transações com desconto, entretanto, não foi acompanhado por um aumento dos descontos nas cifras pagas. Nos últimos 12 meses, o percentual médio de desconto negociado entre os compradores e os vendedores se manteve praticamente estável (em 11%).

Entre aqueles que adquiriram imóveis recentemente, a parcela que considerava os preços atuais “altos ou muito altos” subiu de 72%, no 1º trimestre de 2023, para 74%, no 1º trimestre de 2024. No mesmo horizonte de comparação, o percentual de respondentes que considerava que os preços dos imóveis encontravam-se em um “nível razoável” passou de 15% para 19%, enquanto a parcela que classificava os preços como “baixos ou muito baixos” oscilou discretamente de 6% para 5%.

A Pesquisa Raio-X FipeZAP inclui informações sobre compras realizadas e intenção de compra; participação de investidores entre os compradores; incidência e percentual de descontos nas transações efetivadas; percepção e expectativas com respeito ao nível e trajetória dos preços dos imóveis no curto e longo prazos, entre outros tópicos de interesse.

O grupo que declarou ter adquirido imóvel nos últimos 12 meses registrou a segunda alta consecutiva na pesquisa, passando a representar 11% da amostra do 1º trimestre de 2024. Em relação ao tipo do imóvel adquirido, a preferência por imóveis usados também cresceu (para 65%).

O principal objetivo na compra do imóvel continua sendo para fins de “moradia” (61%), mas o percentual recuou em relação aos dois trimestres anteriores (63% no 4º trimestre e 66% no 3º trimestre, respectivamente). O restante (39%) classificou a compra como investimento.

Entre os investidores (39% dos compradores), prevaleceu a intenção de alugar o imóvel recentemente adquirido para obtenção de renda (79%). A participação de transações classificadas como investimento têm oscilado em torno da média histórica da pesquisa (41%).

Intenção de compra

No 1º trimestre de 2024, a proporção de compradores potenciais – isto é, de respondentes que declararam intenção de adquirir um imóvel nos próximos três meses – cresceu de 38% para 40%, mantendo-se acima da média histórica da Pesquisa Raio-X FipeZAP (38%). Com respeito ao objetivo da compra pretendida, a intenção de destinar o imóvel para “moradia” foi destacada por 90% dos compradores potenciais.

Em relação à expectativa de preços para os próximos 12 meses, a última leitura revela que o percentual de respondentes que projetavam alta nominal no valor dos imóveis cresceu de 38%, no 1º trimestre de 2023, para 41% da amostra referente ao 1º trimestre de 2024. A parcela que tem expectativa de manutenção dos preços atuais oscilou de 23% para 24% no período, enquanto o grupo de respondentes que apostavam na queda perdeu representatividade, passando de 14% para 10%.

— Foto: Getty Images
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