O representantes do governo tentaram rebater a sensação de fiasco do leilão de hoje com o argumento de que o tempo urge para o petróleo e que, além disso, desatar o nó górdio da cessão onerosa, herança da gestão petista, foi um feito histórico.
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) despencaram logo depois do resultado do leilão, mas se recuperaram em seguida. O papel preferencial está estável, por volta de R$ 29,66.
“O que vamos ver agora é a transformação de energia potencial em energia cinética”, disse o ministro da Infraestrutura, Tarcíso de Freitas, na entrevista coletiva depois do leilão, referindo-se à transformação das reservas das profundezas em riquezas de fato.
“São novas encomendas de navios e contratações de serviços que fazem parte de um ciclo de investimentos lastreado em capital privado.”
Em seguida, o secretário especial do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Junior, disse que cada ano de atraso na realização do leilão representava um prejuízo de R$ 21 bilhões em custo de oportunidade perdido.
“Foi um evento de enorme magnitude fiscal e um sucesso sob várias perspectivas”, disse Waldery, uma delas a revisão do contrato de cessão onerosa de 2010. “Conseguimos retirar uma insegurança jurídica e liberar R$ 11,7 bilhões para Estados e municípios.”
O diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Décio Oddone, falou sobre o “milagre” de se ter conseguido fazer a revisão do contrato de cessão onerosa.
“Há um ano e meio ainda havia dúvidas se a União receberia R$ 170 bilhões ou a Petrobras receberia R$ 150 bilhões”, disse.
Segundo ele, a preferência da Petrobras e a necessidade de se negociar uma compensação com a estatal inibiu, sem dúvida, a concorrência no leilão de hoje. “Mas isso não tinha como mexer.”
(Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor)
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