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Por Geiza Martins


Minissaia na década de 1960 (Foto: Reprodução) — Foto: Glamour
Minissaia na década de 1960 (Foto: Reprodução) — Foto: Glamour

Bela, recatada e do lar. Apesar dessas palavras ultrapassadas terem virado meme nos nossos dias, elas eram sinônimo de uma mulher respeitada pela sociedade na década de 1960. Foi nessa época que nasceu a minissaia, uma afronta a esse perfil feminino e suas saias comportadas que subiam ao máximo na altura do joelho.

Foi entre 1965 e 1970 que a indumentária ficou popular. Ela era símbolo fashion da "Swinging London", a efervescência cultural e o modernismo de costumes que surgiu em Londres, considerada a capital da cultura pop e da moda, e seguiu para o mundo inteiro. Naquela época, o mundo transpirava um desejo de liberdade. Eram os tempos áureos dos Beatles, do “iê, iê, iê” e da queima de sutiãs. Sim, era a famosa minissaia que boa parte das 400 ativistas do grupo Women’s Liberation Movement usava ao se reunir durante o Miss América de 1968 para queimar sutiãs e outros objetos que simbolizavam a beleza feminina!

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Minissaia na década de 1960 (Foto: Reprodução) — Foto: Glamour
Minissaia na década de 1960 (Foto: Reprodução) — Foto: Glamour

Meu corpo, minhas regras
Assim como o feminismo atual, a revolução feminista da década de 1960 deu a mulher um sentido de liberdade de seu corpo, principalmente sexual. Na época, a pílula anticoncepcional e as campanhas pró-aborto davam a elas a opção de transarem quando bem entendesse e com quem quisessem.

Minissaia na década de 1960 (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour
Minissaia na década de 1960 (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour

Você pode se perguntar por que estamos falando sobre a sexualidade feminina daquela época se a protagonista desse texto é a minissaia. Pois lembre-se que moda está diretamente ligada à atitude. A peça não foi apenas uma revolução no mundo da moda, mas também um reflexo da chamada segunda onda feminista, que debateu e questionou o papel da mulher na sociedade, sua sexualidade, seu lugar na família e no mercado de trabalho.

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Quem aderiu ao modelo foram as garotas mais jovens, que não queriam mais depender de uma saia que restringia movimentos e buscavam por uma peça fácil de vestir e que dava liberdade de movimento.

Minissaia na década de 1960 (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour
Minissaia na década de 1960 (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour

As mãos e o cérebro
O crédito da invenção da peça ficou para a estilista britânica Mary Quant - ela também inventou o hot pants! Apesar disso, os franceses e os estadunidenses também clamam pela invenção. Alguns dizem que o estilista André Courrèges foi o primeiro a lançar uma coleção com comprimentos mais curtos, outros chama a atenção para a figurinista Helen Rose (ela criou o famoso vestido de casamento de Grace Kelly!) que desenvolveu minissaias para o filme Forbidden Planet, de 1956, um clássico da ficção científica.

Twiggy e sua minissaia (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour
Twiggy e sua minissaia (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour

De qualquer forma, a história oficial diz que Mary Quant defendia que “bom gosto é morte, vulgaridade é vida”. Ao lado do marido, ela era dona da butique Bazaar, que virou símbolo vanguardista da época. A primeira loja ficava King’s Road, famosa rua em Londres.

Mas, suas saias de 30 centímetros (e outras criações de Mary, como meia-calça colorida e malhas caneladas) fizeram tanto sucesso que, em poucos anos, ela abriu 150 filiais na Inglaterra, 320 nos EUA e muitos outros pontos de venda ao redor do mundo todo. Com tanto sucesso, a estilista sempre foi humilde e compartilhou a criação com todas as garotas que frequentavam a King’s Road. “Eu apenas comecei a fazer a barra na altura que as elas queriam: bem curtas!

Vesitdo curtinho nos anos 1960 (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour
Vesitdo curtinho nos anos 1960 (Foto: Getty Images) — Foto: Glamour

Para finalizar, uma curiosidade. Sabe porque esse ícone fashion foi batizada desse jeito? Porque Mary era fã do carro “Mini” e decidiu fazer uma homenagem.

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