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Por Geiza Martins


Sexo casual para as mulheres (Foto: BETTMAN/CORBIS) — Foto: Glamour
Sexo casual para as mulheres (Foto: BETTMAN/CORBIS) — Foto: Glamour

A modelo Monique Evans era considerada um símbolo sexual nos anos 1980 e 1990, mas revelaria anos mais tarde, em 2012, durante uma aparição no programa "Amor & Sexo", que só conseguiu ter seu primeiro orgasmo aos 30 anos. Na época, ela namorava o cantor Léo Jaime. “Ele foi o primeiro a ter paciência”, declarou.

Isso é muito mais comum do que imaginamos e são muitos os motivos que podem lhe impedir de chegar lá. Essa dificuldade ou até mesmo incapacidade tem nome: anorgasmia.

De acordo com o sexólogo Augusto Mendes, a anorgasmia é uma disfunção sexual em que a pessoa não consegue sentir o prazer máximo e passa a ter uma diminuição do desejo sexual devido à frustração. O mais chocante é que ele atinge a mais de 60% das mulheres. “Duas a cada três mulheres sofrem com isso. Muitas convivem com essa disfunção, pois nem sabem o que seria o orgasmo, que é confundido com o platô”.

Você deve estar se perguntando: mas como saber o que é ou não orgasmo? Aos fatos! “O orgasmo é uma descarga adrenérgica [ou seja, de adrenalina] que desencadeia uma sequência de espasmos musculares na região pélvica e provocando contrações involuntárias na vagina”, explica Augusto.

Cena de "Amor & Outras Drogas" (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour
Cena de "Amor & Outras Drogas" (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour

As causas
Os motivos para uma mulher desenvolver a anorgasmia podem ser psicológicos ou biológicos. Segundo dados do Projeto Afrodite, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os fatores biológicos são responsáveis por, pasmem, apenas entre 20% e 40% das disfunções sexuais.

Entre este tipo de gatilho orgânico estão o uso de anticoncepcionais de baixa dosagem por período prolongado, diabetes, miomas, tabagismo, álcool e vaginismo -- que é a contração involuntária da musculatura vaginal, causando dores e dificultando ou impedindo a penetração.

Porém, é na questão psicológica em que moram as principais dificuldades de quem nunca chegou lá. “As causas podem ser várias, como repressão, medo, insegurança, falta de sintonia com o parceiro, culpa religiosa, etc”, enumera Augusto.

A parcela dele
“Não raro, o parceiro não sabe como deixá-la com vontade", explica. Quando este parceiro sexual é um homem, isso pode acontecer devido a um comportamento machista ou mesmo a uma disfunção erétil ou ejaculação precoce. Às vezes, uma palavra, um gesto ou uma atitude pode cortar o tesão e, claro, travar tudo.

Cena de sexo a três em "Canções de Amor" com Louis Garrel, Ludivine Sagnier, Chiara Mastroianni (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour
Cena de sexo a três em "Canções de Amor" com Louis Garrel, Ludivine Sagnier, Chiara Mastroianni (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour

Como mudar?
Comece devagar. Primeiro, ambiente e privacidade importam, portanto, sempre busque espaços em que você se sinta confortável. Masturbação pode ser um bom caminho, seja em um momento solitário ou no meio do sexo. “É sim uma prática sexual, muitas mulheres gostam de se tocar durante a transa”. Segundo o sexólogo, a masturbação deve ser vista como um facilitador. “Sua prática sem repressão cria os caminhos emocionais a serem percorridos com muito mais facilidade na hora H”.

Ajudinha extra?
Não force a barra se não estiver rolando. Uma dica do especialista é não transar se você não consegue ter intimidade com o seu parceiro. No lugar de continuar insistindo, prefira buscar ajuda de um terapeuta sexual. “A mulher precisa se permitir, liberar a sua fêmea interior, assumir seu desejo, seu tesão. Vencer o bloqueio, é vencer algo que foi reprimido por muitos anos, o caminho mais fácil é uma terapia sexual”. Com terapia, você deve conseguir ressignificar a sua sexualidade e conseguir finalmente chegar ao orgasmo.

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