Viagem
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Por Por Mariana Nogueira; Ilustrações Victoria Polak


"Mas você vai sozinha?" E por que não? Conversamos com cinco mulheres para te encorajar a cair na estrada desacompanhada numa experiência de autoconhecimento e liberdade. Spoiler: pode ser que você não queira mais viajar em grupo...

Mas você vai sozinha? (Foto: Luisa Moraleida, Paolo Altruda e divulgação. Ilustração: Victoria Polak) — Foto: Glamour
Mas você vai sozinha? (Foto: Luisa Moraleida, Paolo Altruda e divulgação. Ilustração: Victoria Polak) — Foto: Glamour

Manda jobs

As aventuras da vira-lata Lisa estão no @debbiecorrano (Foto: Luisa Moraleida, Paolo Altruda e divulgação. Ilustração: Victoria Polak) — Foto: Glamour
As aventuras da vira-lata Lisa estão no @debbiecorrano (Foto: Luisa Moraleida, Paolo Altruda e divulgação. Ilustração: Victoria Polak) — Foto: Glamour

Há sete anos, a publicitária Debbie Corrano, 29 anos, resolveu trocar a vida de agência de publicidade pela de freelancer. Queria ter uma rotina mais flexível e passar mais tempo com seus cachorros (alguém se identifica aí?). Ao perceber que, no conforto do lar, conseguia trabalhar tanto quanto no escritório, teve uma segunda ideia: e se pudesse entregar seus jobs de qualquer lugar do mundo, com seus pets a tiracolo (na época ela tinha três)? Dito, feito e mais de 20 países com conexão de wi-fi visitados até agora. Além de fazer estratégia de marketing para empresas, ela lançou o e-book Viajar com Animais e o curso on-line “Passaporte Freela”, com lições para ser uma nômade digital. Uma dica? “Observe como as pessoas se comportam. Isso é informação valiosa para aprendermos sobre os hábitos locais.” Anotado!

Apoio virtual

Gilsimara Caresia (Foto: Luisa Moraleida, Paolo Altruda e divulgação. Ilustração: Victoria Polak) — Foto: Glamour
Gilsimara Caresia (Foto: Luisa Moraleida, Paolo Altruda e divulgação. Ilustração: Victoria Polak) — Foto: Glamour

Em 2015, quando largou o emprego depois de 17 anos num banco para realizar o sonho de rodar o mundo, Gilsimara Caresia, 40 anos, notou que havia poucas mulheres que viajavam sozinhas como ela. A cada post de suas aventuras – ela conhece a maioria dos estados brasileiros e mais de cem países – , recebia uma enxurrada de dúvidas. “Me perguntavam, principalmente, sobre segurança e organização financeira”, lembra. Foi aí que decidiu criar o “Mulheres Que Viajam e Mochileiras”. Hoje com mais de 75 mil membros, o grupo no Facebook troca dicas, fotos e já ajudou muita gente em enrascadas, como uma participante que quebrou o pé na Índia e descobriu o que fazer graças a uma postagem. O sucesso foi tamanho que Gilsimara criou também um evento, o Encontro Brasileiro de Mulheres Viajantes, e abriu uma agência de turismo só para mulheres, a @GirlsGo.

Low budget

Manoela Ramos (Foto: Luisa Moraleida, Paolo Altruda e divulgação. Ilustração: Victoria Polak) — Foto: Glamour
Manoela Ramos (Foto: Luisa Moraleida, Paolo Altruda e divulgação. Ilustração: Victoria Polak) — Foto: Glamour

Quem já quis viajar sozinha, mas desistiu por falta de grana, levanta a mão! A publicitária carioca Manoela Ramos, de 26 anos, sabe bem o que é isso, mas encontrou um jeito de colocar sua alma livre na estrada. Desde 2017, viaja sola pelo Brasil (neste ano ela completa todos os estados nacionais) e com pouco, ou quase nada de dinheiro. Mas como é possível? Manoela financia suas andanças com a venda de seu livro independente, Confissões de Viajante (sem grana), além de artefatos e roupas que vende nas praias. Manu, que vive em média com R$ 1.000 por mês, também não gasta com hospedagem. “No início tinha mais receio, ficava sempre em hostel. Mas, depois que peguei confiança, passei a usar o Couchsurfing”, diz, sobre o site/app que conecta turistas a locais dispostos a receber hóspedes sem cobrar. “É preciso estar aberta à desconstrução. Eu mesma perdi muitos preconceitos.” Em 2019, começou a escrever o seu segundo livro, Em Busca do Norte, lançado durante a pandemia, e, seu próximo desejo viajante? Se aventurar em Moçambique, na África. Inspire-se com essa vibe no @escritoraviajante

Além do óbvio

Renata Telles (Foto: Luisa Moraleida, Paolo Altruda e divulgação. Ilustração: Victoria Polak) — Foto: Glamour
Renata Telles (Foto: Luisa Moraleida, Paolo Altruda e divulgação. Ilustração: Victoria Polak) — Foto: Glamour

“Na primeira vez que sentei num bar sozinha, tremia. Demorou, mas entendi que a melhor companhia que posso ter sou eu mesma. É libertador”, diz a jornalista carioca Renata Telles, 38 anos, que cansou de esperar os outros se decidirem e começou a viajar sozinha há 15. Desde então, explorou destinos menos turísticos, como Malásia, Etiópia, Camboja, Vietnã e Palestina. Para isso, faz uma extensa pesquisa antes das aventuras. “Quando fui para a Índia, virei uma enciclopédia ambulante. Já sabia dos muitos casos de estupros no país. Segui algumas regrinhas, como cobrir todo meu corpo e não chamar a atenção com decotes e roupas curtas. Por mais que a gente não concorde, é preciso respeitar a cultura local”, acredita. Em 2016, Rê criou um blog e um perfil no Insta, o @elaqueamaviajar, hoje com mais de 34 mil seguidores. Nas redes, divide suas experiências, dá dicas e até fecha negócios com marcas interessadas em suas viagens.

Minimalista

@luisamoraleida (Foto: Luisa Moraleida, Paolo Altruda e divulgação. Ilustração: Victoria Polak) — Foto: Glamour
@luisamoraleida (Foto: Luisa Moraleida, Paolo Altruda e divulgação. Ilustração: Victoria Polak) — Foto: Glamour

Menos bens e mais experiências: esse é o lema das viagens da jornalista mineira @luisamoraleida, 24 anos, que desbrava o globo há dois anos apenas com um mochilão nas costas. Lu segue um estilo de vida sustentável e vegetariano, e acredita que o conceito minimalista muitas vezes é distorcido. “Carrego comigo aquilo que é essencial para mim. Mas isso depende de cada um. Ando com quatro livros, cristais e roupas curingas, que vão do supermercado ao rolê, por exemplo”, conta. Ela fez sua primeira viagem sozinha aos 15 anos, quando participou de um voluntariado com crianças no Texas, nos EUA. Desde então, não parou mais. Em 2018, foi para o Peru, Cuba, Califórnia, Alasca, Havaí e ainda teve tempo para viajar pelo Brasil! “Para fazer a mala, levo em conta alguns fatores: o que vou usar mais de uma vez, o que vou com certeza abandonar, e o que estou disposta a carregar”, dá a dica, lembrando que não leva muda de roupa para mais de uma semana. O segredo? Repetir look e lavar as peças durante a viagem. Será que a gente consegue, Luisa?

Guia de expert

O melhor amigo da turista sola é o hostel, opção de estadia barata e ideal para fazer novas amizades. Atenta às indicações das nossas viajantes:
• Para meditar: Hostel Shalom Backpackers Rishikesh, na Índia
• Para quem é roots: Natura Hostel, em Jericoacoara
• Para quem é chique: Hostel Seaesta Komodo, na Indonésia

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