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Por Paola Antonini


Paola Antonini (Foto: Instagram/Reprodução) — Foto: Glamour
Paola Antonini (Foto: Instagram/Reprodução) — Foto: Glamour

A minha relação com a moda mudou muito depois da amputação. Você provavelmente já ouviu falar sobre moda inclusiva, né? Mas pouca gente sabe como realmente funciona.

Look do dia

Quando perdi minha perna, tive que readaptar o meu guarda-roupa para me vestir. Por exemplo: já reparou que eu raramente uso calças? Isso acontece por dois motivos:
o primeiro, é que eu sinto que está “faltando alguma coisa” quando a pernoca brilhante não aparece. Amo mostrar ela, adoro quando as pessoas olham, perguntam – acho muito importante que as próteses se tornem algo “comum” no cotidiano (assim como outras deficiências também). O seghundo motivo é que as calças limitam o movimento da prótese – por isso, quando as uso, escolho modelos larguinhos ou rasgados, que se tornam mais confortáveis para mim. Calça skinny eu nunca mais usei desde o acidente de 2014.

Paola Antonini (Foto: Instagram/Reprodução) — Foto: Glamour
Paola Antonini (Foto: Instagram/Reprodução) — Foto: Glamour

Minha relação com as outras peças de roupa – vestidos, saias, shorts – não mudou muito com a prótese; consigo usá-las normalmente. Agora, com calçados, eu passei a ter algumas limitações: não posso usar salto fino, nem muito alto, nem muito estreito na frente.

Mais que um acessório


Depois de amputar a minha perna, o que realmente mudou na minha vida em relação a estilo foi a minha conexão com as próteses. Elas, que no passado eram somente um meio para ajudar as pessoas a voltarem a andar, se tornaram um verdadeiro acessório fashion. Existem prótese brilhante, metálica, com formas e cores diferentes... Não há limites quando a questão é criatividade, e eu acho isso incrível! Cada vez mais vemos mulheres e homens na internet mostrando isso – adoro seguir os perfis @mamacaxx, @viktoriamodesta, @theimpossiblemuse, @marshaellemusic e @angelicalundin_ para me inspirar.

Paola Antonini (Foto: Instagram/Reprodução) — Foto: Glamour
Paola Antonini (Foto: Instagram/Reprodução) — Foto: Glamour

O fato da prótese ser considerada um acessório não só torna a aceitação mais fácil, como deixa tudo mais divertido. Muitas vezes, ao visitar pessoas recém amputadas no hospital, vejo a alegria nos olhos delas quando falo que a prótese vai ser rosa, azul, lilás ou brilhante. Uma criança quer da Frozen, outro menino quer uma do time que ele torce. E, sim, tudo é possível!

Algumas marcas têm investido em moda inclusiva e além de próteses, com fechos, bolsos e velcros em lugares estratégicos que facilitam a nossa vida – tudo pensando em como dar mais independência ao deficiente físico.

Paola Antonini (Foto: Instagram/Reprodução) — Foto: Glamour
Paola Antonini (Foto: Instagram/Reprodução) — Foto: Glamour

Carreira de modelo


Sabe algo incrível que aconteceu desde que sofri meu acidente? Depois que perdi minha perna, passei a trabalhar muito mais como modelo. Tipo, real oficial!
Entre fotos e desfiles (e olha que tenho só 1,61m de altura), todos os meses faço vários jobs na frente das câmeras.

Sabe o que isso mostra? Que tudo é possível. Que cada vez mais a moda caminha para o lado da inclusão. Que ela é, sim, para todos.

Hoje sinto que não estou ali só trabalhando, mas também representando mulheres e meninas que precisam acreditar que podem chegar aonde elas quiserem. Que a deficiência não é uma limitação; pelo contrário: é uma oportunidade pra gente ir atrás dos nossos sonhos e mostrar que tudo é possível.

Paola Antonini (Foto: Instagram/Reprodução) — Foto: Glamour
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