Celebridades
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Por Mariana Araújo


Hannah (Lena Dunham) no último episódio de "Girls" (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour
Hannah (Lena Dunham) no último episódio de "Girls" (Foto: Divulgação) — Foto: Glamour

É o fim de uma era: "Girls" contou sua última história na noite deste domingo, dia 16. E o título da série, enfim, pode ser atualizado.

A produção cumpriu seu último arco nesta 6ª temporada de maneira quase-satisfatória e, ao que parece, propositalmente. Se é porque Lena Dunham pretende transformá-la em filme, à la "Sex and the City" -- outro título com que foi exaustivamente comparada lá no começo --, só o tempo dirá.

Mas esta sensação de que fios foram deixados soltos não parece ter muito a ver com inabilidade na bancada dos roteiristas; mas, sim, com a maneira com que as tramas foram tratadas até aqui: ainda que dentro de seus próprios universos excêntricos e lacradíssimos, Hannah (Dunham), Marnie (Allison Williams), Shoshanna (Zosia Mamet), Jessa (Jemima Kirke) & companhia foram expostas a questões com um pé desconcertante na realidade.

Por isso, não dá para acusar "Girls" de inconsistência: nada é resolvido ou visto de maneira muito redonda nesta meia hora final da série. "Latching", aliás, é um episódio-epílogo, nas palavras da própria Lena à revista americana Rolling Stone.

O que isso quer dizer? Que a jornada dessas garotas, sempre tão juntas quanto separadas (o que rompe com qualquer estereótipo de amizade feminina na ficção), se completou no episódio anterior, "Goodbye Tour". Jessa e Shoshanna, por exemplo, não estão nem presentes em "Latching". O que se vê aqui é um pouco do que seria a vida de Hannah após "Girls".

E tudo começa de maneira muito dolorosamente -- e apropriadamente -- parecida com a dinâmica da primeira temporada. Até o cabelo de Lena é o mesmo do início da série, em 2012. Enquanto Hannah e Marnie acordam mais uma vez deitadas de conchinha, fica claro pra gente que o laço delas é o restou dos 20 e tantos e da vida que Hannah conhecia antes.

Hannah (Lena Dunham) no último episódio de "Girls" (Foto: Reprodução/Instagram) — Foto: Glamour
Hannah (Lena Dunham) no último episódio de "Girls" (Foto: Reprodução/Instagram) — Foto: Glamour

Marnie, divorciada e perdida, não sabe qual é seu próximo passo e decide se dedicar à amizade das duas. E Hannah, um pouco menos indefinida por força das circunstâncias, mas ainda sozinha depois de ter dito não para Adam, aceita a ajuda que a amiga oferece para criar o bebê.

O tempo então avança para mostrar Hannah frustrada porque seu filho, Grover, não pega o peito. Ela surta com a amiga, Marnie, que começa a sentir o peso de ter escolhido Hannah ao invés de explorar os caminhos em direção à própria felicidade. Marnie então liga para Loreen, a mãe de Hannah, que aparece e passa mais tempo com ela do que com a filha, que "foge" de casa como uma criança.

Juntas, as duas refletem sobre as escolhas necessárias para ser feliz versus as escolhas que se faz porque se ama alguém -- e se coloca o bem-estar do outro acima do seu. Enquanto isso, Hannah explora um último momento solitário contemplando o próprio umbigo: isto porque, no meio do caminho, tem uma adolescente com quem ela, enfim, não se identifica -- ao contrário da época em que dava aula para o ensino médio.

A menina também havia fugido de casa, mas porque não queria fazer a lição que sua mãe pediu. Hannah, daquele jeito clichê com o qual fomos avisadas pelas nossas mães, entende como é estar do outro lado. Suas últimas dores do crescimento, então, fazem sentido. Ela volta para o seu filho, para tentar. Tentar ser mãe, do seu jeito, com seus desafios e imperfeições. No último momento de "Girls", Hannah vira mulher ao sorrir e amamentar o filho pela primeira vez.

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