História

Por Redação Galileu


Ku Klux Klan atua, de forma oscilada, desde 1886 (Foto: Wikimedia commons) — Foto: Galileu
Ku Klux Klan atua, de forma oscilada, desde 1886 (Foto: Wikimedia commons) — Foto: Galileu

Na última segunda-feira (20), o vídeo de um homem vestindo roupa e capuz em referência à Ku Klux Klan, organização racista e terrorista dos EUA também conhecida como KKK, ganhou as redes sociais. As imagens foram gravadas por uma aluna durante um desfile de fantasias na Escola Estadual Amaral Vagner, em Santo André, na região do ABC paulista. Segundo uma postagem do grêmio estudantil da escola, o homem é um professor da instituição e o desfile teria acontecido em 8 de dezembro.

Com a repercussão do caso, o grêmio e a atlética da escola fizeram publicações em repúdio ao episódio, afirmando que o professor foi vaiado pelos estudantes e retirado do desfile. A Secretaria estadual da Educação afirmou à imprensa que o professor será afastado e que não admite qualquer forma de discriminação e injúria racial.

Entenda a seguir o que foi a Ku Klux Klan e por que a apologia a ela é um problema.

A origem da KKK

O surgimento da Ku Klux Klan enquanto uma organização remete ao final da Guerra Civil nos Estados Unidos, em 1865. Derrotados, os sulistas, que lutavam pela manutenção da escravidão e pela conquista de novos territórios, viram-se obrigados a abolir o regime escravista e a incorporar as pessoas negras libertas à sociedade.

Nos anos que se seguiram, a reação dos estados do sul no campo legal foi a criação de uma legislação que segregava a população negra. O conjunto de leis conhecido como “Jim Crow” limitava o acesso de pessoas pretas a espaços públicos e privados.

Em paralelo, ganhavam força outras formas de resistência à abolição, entre elas a criação de uma organização supremacista branca que perseguia, torturava e assassinava pessoas negras. Em meados de 1866, um grupo de seis soldados que lutaram pelo sul na Guerra Civil americana criou a Ku Klux Klan.

As fases da KKK

A expansão da Ku Klux Klan foi, de certa forma, impulsionada pela criação de leis segregacionistas no sul dos Estados Unidos. Para perseguir pessoas negras que fugiam para outros estados, cada vez mais homens brancos, supremacistas e protestantes juntavam-se ao grupo, que a essa altura se capilarizava por todo o país.

Em 1870, a KKK foi declarada como uma organização terrorista pelos Estados Unidos. Já no ano seguinte, o governo lançou o Third Enforcement Act of 1871, que aumentou a repressão ao grupo. Mas foi somente no final dessa década que a Ku Klux Klan começou, pela primeira vez, a perder força.

A nova ascensão do grupo racista aconteceu quase 40 anos depois, entre 1914 e 1915. A partir daí, o grupo se reorganizou e tornou-se ainda mais violento. Em seu auge, a organização chegou a ter 4 milhões de membros. Os supremacistas adeptos do grupo promoviam ataques com bombas, enforcavam pessoas negras e praticavam diversas formas de torturas.

Nessa época, judeus, pessoas LGBT e outros grupos tidos por eles como inferiores também passaram a ser alvos de perseguição. Com a Grande Depressão, em 1929, a Klan perdeu força novamente.

A última grande aparição do grupo foi a partir de 1950, quando o movimento negro ganhou força nos Estados Unidos e passou a organizar protestos por mais direitos. A Ku Klux Klan então reapareceu como uma reação a essas demandas e praticando novamente atos terroristas por todo o país.

Foi apenas com a aprovação dos Direitos Civis, em 1964, e com a queda das leis “Jim Crow”, no ano seguinte, que o grupo supremacista sofreu seu último grande declínio. Em 1981, a KKK passou a ser formalmente considerada extinta. Ainda assim, o grupo atua de forma velada nos dias de hoje.

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