Comportamento

Por Redação Galileu

Estudantes de medicina da Noruega aplicaram questionários curtos sobre qualidade do sono e doenças em mais de 1,8 mil pacientes em salas de espera. Os resultados mostram que pessoas que dormem pouco ou demais são mais propensas a apresentar infecções.

A equipe por trás da pesquisa é da Universidade de Bergen e publicou os achados no último dia 2 de março no periódico Frontiers in Psychiatry. O grupo avaliou as respostas coletadas pelos estudantes da instituição, que atuaram em 2020 em consultórios de clínica geral por seis meses.

Cada aluno coletou dados de 20 pacientes consecutivos, independentemente do motivo da consulta. Com base na amostra de pessoas atendidas, os pesquisadores notaram que aquelas que apresentam problemas crônicos de sono, insônia ou dormem pouco são mais propensas a relatar a necessidade de antibióticos.

Os pacientes que disseram dormir menos de seis horas por noite têm 27% maior probabilidade de se queixarem de uma infecção, enquanto nos indivíduos que dormem mais de nove horas esse risco é de 44%.

Para Ingeborg Forthun, autora correspondente do estudo, o maior risco de infecção entre quem dorme pouco ou muito não é tão surpreendente, pois pegar uma doença pode causar sono ruim e sonolência. Ainda assim, o maior risco de ser infectado entre aqueles com um distúrbio crônico de insônia indica que a falta de sono pode tornar essas pessoas mais suscetíveis.

“A maioria dos estudos observacionais anteriores analisou a associação entre sono e infecção em uma amostra da população em geral”, observa Forthun. “Queríamos avaliar essa associação entre os pacientes da atenção primária, onde sabemos que a prevalência de problemas de sono é muito maior do que na população em geral”.

Embora a pesquisa tenha algumas limitações, como dados autodeclarados e nenhuma informação clínica coletada dos médicos que posteriormente atenderam os pacientes, o estudo permitiu obter informações de um grande grupo, experimentando condições do mundo real.

“Não sabemos por que os pacientes visitaram seus médicos de família, e pode ser que um problema de saúde subjacente afete tanto o risco de sono ruim quanto o risco de infecção, mas não achamos que isso possa explicar completamente nossos resultados”, pondera Forthun.

As conclusões indicam que um sono equilibrado, que não seja de menos de seis horas por noite ou mais de nove, pode diminuir o risco de infecção e a necessidade de antibióticos. Se uma ligação entre doenças e dormir bem for confirmada, poderá ser possível reduzir o uso desses fármacos e proteger as pessoas contra infecções antes que elas aconteçam.

“A insônia é muito comum entre os pacientes na atenção primária, mas é subestimada pelos clínicos gerais”, destaca a pesquisadora. "É necessária uma maior conscientização sobre a importância do sono, não apenas para o bem-estar geral, mas também para a saúde, tanto entre os pacientes quanto entre os médicos de clínica geral”.

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