Arara ameaçada de extinção nasce no aniversário de 66 anos do Zoo de SP

O filhote de sexo ainda não identificado é filho de duas araras-azuis-de-lear, aves da caatinga baiana que chegaram ao zoológico após serem vítimas do tráfico animal

Por Redação Galileu


Arara-Azul-de-Lear nasce no dia em que Zoológico de São Paulo completa 66 anos Zoo SP

O Zoológico de São Paulo registrou no último sábado (16) o nascimento de uma arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), ave endêmica ameaçada da caatinga baiana. O pássaro vem ao mundo justamente no dia do aniversário da instituição, que completa 66 anos desde sua inauguração.

A espécie está classificada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), como em Perigo (EN) de extinção. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), atribui a mesma categoria de gravidade.

Ave endêmica da Bahia, Arara-Azul-de-Lear, recém-nascida no Zoológico de São Paulo — Foto: Divulgação

As araras-azuis-de-lear Maria Clara e Francisco são os pais do novo filhote. As duas araras chegaram ao Zoo SP em 2004 e 2006, respectivamente, e são vítimas do tráfico animal. Elas ganharam um novo lar após serem apreendidas.

O novo membro da família é irmão de uma ave chamada Teobaldo, que há oito anos foi a primeira arara da espécie a nascer no Brasil dentro do programa de preservação. Nos próximos dias, o recém-nascido vai passar por exames de DNA, para que consigam saber seu sexo.

Arara-Azul-de-Lear nascendo — Foto: Divulgação/Zoológico de São Paulo

“A chegada deste filhote no dia do aniversário do Zoo SP é um presente para toda a equipe que atua diariamente na conservação e no cuidado de espécies tão importantes para a nossa biodiversidade”, relata Fernanda Guida, bióloga responsável pelo setor de aves e colaboradora da instituição há mais de 20 anos, em comunicado do Zoo.

Após avaliação técnica de profissionais, o novo filhote, assim como os demais filhotes nascidos no Zoo, podem fazer parte do Projeto de Soltura Monitorada da Arara-Azul-de-Lear. O programa é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa e Conservação da Arara-Azul-de-Lear, formado por profissionais da biologia que conduzem pesquisas para a conservação da espécie a longo prazo na Caatinga.

Casal de araras-azuis-de-lear fotografado na Estação Biológica de Canudos, na Bahia — Foto: Wikimedia Commons

Até 2019, no Boqueirão da Onça, na Bahia, restavam apenas duas araras-azuis-de-lear. Elas eram sobreviventes da população original que foi quase extinta na região baiana na década de 1990 devido, principalmente, ao tráfico de animais silvestres.

A partir de então, 19 araras da espécie já foram soltas na natureza — sendo cinco delas encaminhadas pelo Zoológico de São Paulo. Nesta semana, a expectativa é que novas araras sejam introduzidas na região nordestina, sendo três oriundas do Zoo. A empresa Enel Green Power Brasil financia as solturas dos animais.

O Zoo SP foi inaugurado em 16 de março de 1957. Sua história começou em junho daquele ano, quando o governador Jânio Quadros acertou com Emílio Varoli (diretor do Departamento de Caça e Pesca da Secretaria da Agricultura), a criação da instituição, conforme relata seu site oficial.

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