Ciência

Por Redação Galileu

Conhecidas e temidas, as baratas (Blattaria) existem há mais de 300 milhões de anos e podem ser encontradas ao redor do mundo. Ao pesquisar sobre como o inseto conquistou o globo, uma equipe de cientistas descobriu que as baratas tiveram origem no sul da Ásia e se disseminaram pelo mundo graças à sua afinidade com ambientes habitados por humanos.

Em estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences na última segunda-feira (20), os pesquisadores descrevem a realização de uma análise genômica, utilizada para exploração da hereditariedade genética de espécies, para uma melhor compreensão quando e onde diversas populações podem ter se estabelecido. A popularmente conhecida como barata-alemã (Blatella germanica), a mais comum nos ambientes domésticos, foi a escolhida para o experimento.

Amostras genômicas de 281 baratas-alemãs foram coletadas em 17 países diferentes, incluindo Austrália, Etiópia, Indonésia, Ucrânia e Estados Unidos. A partir da comparação e o apontamento de diferenças entre os genomas, a equipe de cientistas descobriu que o parente vivo mais próximo da barata-alemã é provavelmente a barata-asiática (Blattella asahinai), encontrada ao sul do continente asitático. Estima-se que a B. germanica tenha se separado dessa espécie há 2.100 anos.

Em seguida, foi traçado um trajeto da “dominação” das baratas. Há cerca de 1.200 anos, a barata-alemã aproveitou o tráfego comercial e militar dos califados islâmicos e viajou da Ásia em direção ao Oriente Médio. Há 390 anos, a barata passou então a se espalhar para o leste do globo, no continente africano, impulsionada pelo colonialismo europeu e pelo surgimento de empresas comerciais internacionais.

Um século depois, a espécie chegou na Europa e, de lá, se espalhou para o mundo todo. A pesquisa aponta que a barata-alemã, na verdade, não é alemã – ao contrário do que se pensava. O biólogo sueco Carl Linnaeus foi o primeiro cientista a descrever a barata, a nomeando em 1776. Como foi encontrada na Europa, os cientistas da época traçaram uma suposição sobre suas origens alemãs.

A impressionante capacidade adaptativa das baratas foi destacada como a principal explicação para seu sucesso mundial. De acordo com Franz Essl, ecologista da Universidade de Viena, na Áustria, esses insetos se adaptam facilmente a ambientes altamente modificados, como aqueles ocupados por humanos, possuem um ciclo reprodutivo curto e são altamente oportunistas. “Essa é uma combinação perfeita de ingredientes para tornar uma espécie muito bem sucedida num mundo em forma humana”, diz o pesquisador em entrevista à revista Nature.

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