A astronauta norte-americana Jasmin Moghbeli, a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), conseguiu registrar uma aurora verde se estendendo do polo sul da Terra até o espaço distante. As fotografias foram publicadas no X, antigo Twitter, no dia 14 de fevereiro.
"Às vezes, eu não consigo acreditar que este é o nosso planeta, NOSSO lar", escreveu Moghbeli, em um tuíte. "Como somos sortudos por viver em um lugar tão espetacular e vivo. Com certeza vou sentir falta dessas vistas, mas estou ansiosa para explorar mais do nosso planeta e as belas paisagens a partir do solo".
Durante uma coletiva de imprensa no último dia 21 de fevereiro, a astronauta disse ao site Space.com que as auroras do espaço são espetaculares. Ela afirma que foi um dos destaques de sua missão espacial testemunhar "um pouco de verde, um pouco de vermelho que simplesmente varreu a superfície da Terra".
Entenda as auroras
Chamadas de auroras austrais por ocorrerem na região sul, essas fitas coloridas decoram o céu devido aos fluxos de partículas atômicas eletricamente carregadas (íons e elétrons) provenientes do Sol. Após serem ejetadas, essas partículas se aproximam da atmosfera superior da Terra a uma altitude de várias centenas de quilômetros — interagindo com as moléculas de oxigênio e hidrogênio lá presentes e emitindo fótons coloridos.
A Nasa conta que imagens de espaçonaves nos deram uma visão mais espetacular das auroras do que aquela que temos na Terra. No espaço, as auroras se revelam como um anel contínuo ou "oval auroral", ao redor da calota polar, "causado principalmente pelos elétrons vazando ao longo das linhas de campo magnético da folha de plasma da cauda magnética da Terra".
Segundo o site da National Geographic, as diferentes cores de auroras tem ligação com qual elemento químico as partículas solares estão interagindo: azul e roxo quando ligam-se ao nitrogênio, verde e vermelho com o oxigênio.
Os astronautas estão conseguindo presenciar esses fenômenos com uma certa recorrencia nesse último mês. Isso porque o Sol está atingindo seu “máximo solar” — período de um ciclo que dura 11 anos no total. Durante ele, a atividade solar, incluindo explosões solares e ejeções de massa coronal de partículas, fica mais intensa, resultando em uma maior aparição das auroras.
"Toda vez que olho pela janela [da Estação Espacial], fico maravilhada", relata Moghbeli. "Cada vez é um pouco diferente, mesmo que estejamos passando sobre a mesma parte da Terra. Sejam as luzes diferentes, ou as nuvens ou as estações ou os ângulos do sol, toda vez eu fico surpresa com o quão vivo e bonito é nosso planeta".