Saúde

Por Redação Galileu

“Agora, de ano em ano, um médico diz que eu estou doente, pega um novo saco de truques mágicos e joga em cima de mim. No começo, era meu cérebro, agora, é um esqueleto com dor”. Por meio da letra do single The End, lançada na terça-feira (04), a cantora Halsey indicou aos seus fãs que ela estaria doente e passando por tratamentos médicos.

Após uma onda de mensagens de suporte, a cantora veio a público e, pelo Instagram, confirmou que, ainda em 2022, foi diagnosticada com lúpus LES e um raro distúrbio linfoproliferativo de células T. Segundo ela, ambas as doenças estão sendo tratadas ou estão em estágio de remissão. Leia o post, na íntegra e traduzido, abaixo:

Obrigado a vocês pela incrível quantidade de amor por “The End” e pelo apoio que me deram desde seu lançamento. Sei que todos estão se atualizando com as notícias que guardei por muito tempo e não tinha certeza do quanto eu queria compartilhar. Todos vocês foram muito gentis, então quero compartilhar um pouco mais. Em 2022, fui diagnosticada pela primeira vez com Lupus SLE e depois com um raro distúrbio linfoproliferativo de células T. Ambos estão sendo gerenciados ou tratados atualmente. Ambas as doenças estão sendo tratadas ou estão em remissão; e provavelmente terei ambas durante toda a minha vida. Depois de um início difícil, aos poucos consegui controlar tudo com a ajuda de médicos incríveis. Depois de dois anos, estou me sentindo melhor e sou mais grata do que nunca por ter a música como recurso. Mal posso esperar para voltar ao meu lugar: Com todos vocês 🤍 Cantando e gritando com meu coração.

Assim como descrito por Halsey, tanto o lúpus LES quanto o distúrbio linfoproliferativo de células T são doenças possivelmente crônicas que enfraquecem o sistema imunológico e têm como sintomas comuns fadiga, dor ou inchaço nas articulações e febre. A seguir, entenda melhor cada uma das condições de saúde:

Lúpus LES

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é a forma mais comum da doença, que acomete cerca de 70% das pessoas diagnosticadas com lúpus. É, inclusive, o mesmo quadro de outros artistas do pop internacional, como Lady Gaga, Michael Jackson e Selena Gomez.

Trata-se de uma condição inflamatória crônica de origem autoimune que pode causar inflamação de vários órgãos ou sistemas de órgãos do corpo. Não se sabe ao certo o que causa o LES, mas é mais comum entre as mulheres de 15 a 44 anos.

Os seus sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva ao longo de meses ou mais rapidamente, em semanas, com fases de atividade e de remissão. É comum que pessoas diagnosticadas com lúpus experienciem erupções cutâneas, artrite, inchaço nos pés e ao redor dos olhos, fadiga extrema, febres baixas, emagrecimento, perda de apetite e desânimo.

Além disso, segundo a Fundação Lúpus da América, em casos mais graves, o paciente pode apresentar complicações como:

  • Inflamação dos rins: o que pode afetar a capacidade do corpo de filtrar os resíduos do sangue. Em casos extremos, pode ser necessária diálise ou transplante de rim;
  • Inflamação do sistema nervoso e do cérebro: causa problemas de memória, confusão, dores de cabeça e derrames;
  • Inflamação nos vasos sanguíneos do cérebro: pode levar a febre alta, convulsões e alterações comportamentais;
  • Endurecimento das artérias ou doença arterial coronariana: o acúmulo de depósitos residuais nas paredes das artérias coronárias pode levar a um ataque cardíaco; e
  • Inflamação da pele: pode causar erupções cutâneas, feridas e úlceras por todo o corpo. Cerca de metade de todas as pessoas com LES desenvolve erupção cutânea malar – que tem formado de borboleta, é observada principalmente nas bochechas e no nariz e piora à luz do sol.

O tratamento da LES depende do tipo de manifestação apresentada. Assim, o paciente pode necessitar de um, dois ou mais medicamentos em uma fase ativa da doença e, poucos ou nenhum medicamento em outras fases de remissão.

Distúrbio linfoproliferativo de células T

Os distúrbios linfoproliferativos são um grupo de doenças que causam uma produção descontrolada de linfócitos – um tipo de glóbulo branco – e ocorrem frequentemente em indivíduos imunocomprometidos (como são os pacientes diagnosticados com lúpus). No caso de Halsey, a condição atua sobre as suas células T, que são responsáveis por destruir células cancerosas e outras organelas infectadas por patógenos.

Embora a cantora não tenha especificado qual é o “raro distúrbio” que foi diagnosticada, o grupo dos linfoproliferativos das células T refere-se a uma série de doenças. Alguns exemplos são: Síndrome de Sezary, leucemia prolinfocítica de células T, leucemia-linfoma de células T do adulto, leucemia de linfócitos granulados grandes e distúrbio linfoproliferativo ligado ao X.

A causa dos distúrbios linfoproliferativos é um problema com o mecanismo que controla o crescimento normal dos linfócitos. Embora a causa exata possa variar conforme a doença específica, os fatores desencadeantes comuns incluem infecções virais, genética e disfunção do sistema imunológico.

Os sintomas também variam segundo o seu tipo específico. Entretanto, algumas características são comuns, como anemia, fraqueza, inchaço dos gânglios linfáticos, aumento do baço ou do fígado, contagem elevada de glóbulos brancos, sangramento atípico ou hematomas, perda de peso, suores noturnos, dor óssea, erupções cutâneas e infecções frequentes.

Em relação ao tratamento, o portal Medical News Today indica que as abordagens podem incluir:

  • Quimioterapia: medicamentos potentes matam ou retardam o crescimento dos linfócitos cancerosos;
  • Transplante de células-tronco: os transplantes especializados de células-tronco envolvem a infusão no indivíduo de células-tronco saudáveis de um doador;
  • Redução da imunossupressão: os médicos podem usar essa abordagem nos casos em que ocorrem distúrbios linfoproliferativos relacionados ao transplante de órgãos. A redução dos medicamentos imunossupressores pode permitir que o sistema imunológico monte uma resposta contra o distúrbio;
  • Terapia antiviral: Se o distúrbio for causado por infecções virais, a terapia antiviral pode ajudar a controlar a infecção subjacente e, consequentemente, o distúrbio linfoproliferativo.

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