Espaço

Por Redação Galileu

Lançada em novembro de 2013, a missão Mars Atmosphere and Volatile Evolution (MAVEN), da Nasa, entrou na órbita de Marte em setembro do ano seguinte. Em 2022 e 2023, a sonda obteve duas imagens ultravioleta impressionantes ao longo da órbita do Planeta Vermelho ao redor do Sol.

As imagens podem ajudar os cientistas a obter informações sobre a atmosfera marciana e visualizar características de sua superfície. Os registros foram feitos quando Marte estava perto de extremidades opostas de sua órbita elíptica.

O instrumento Imaging Ultraviolet Spectrograph (IUVS) da MAVEN, que mede comprimentos de onda entre 110 e 340 nanômetros fora do espectro visível, captou as imagens em pontos diferentes. Para tornar os comprimentos de onda visíveis ao olho humano, as fotos foram renderizadas em cores falsas, com os vários níveis de brilho em três faixas de comprimento de onda ultravioleta representadas por vermelho, verde e azul.

“Nesse esquema de cores, o ozônio atmosférico aparece roxo, enquanto nuvens e neblinas aparecem brancas ou azuis”, explica a Nasa, em comunicado. “A superfície pode aparecer bege ou verde, dependendo de como as imagens foram otimizadas para aumentar o contraste e mostrar detalhes”.

Missão MAVEN obteve duas imagens ultravioleta tiradas em pontos diferentes ao longo da órbita de Marte ao redor do Sol — Foto: NASA/LASP/CU Boulder
Missão MAVEN obteve duas imagens ultravioleta tiradas em pontos diferentes ao longo da órbita de Marte ao redor do Sol — Foto: NASA/LASP/CU Boulder

Verão marciano

A primeira imagem, tirada em julho de 2022, mostra a temporada de verão do hemisfério sul marciano. No canto inferior esquerdo da foto (veja abaixo), é possível ver a Bacia de Argyre, uma das crateras mais profundas de Marte, preenchida por neblina atmosférica (representada em rosa pálido).

Já no canto superior esquerdo, estão os desfiladeiros profundos de Valles Marineris cheios de nuvens (na cor bege). Além disso, a calota polar do sul é visível na parte inferior (em branco), encolhendo devido ao calor relativo do verão.

Marte em julho de 2022 durante a temporada de verão do hemisfério sul, que ocorre quando o planeta passa perto do Sol — Foto:  NASA/LASP/CU Boulder
Marte em julho de 2022 durante a temporada de verão do hemisfério sul, que ocorre quando o planeta passa perto do Sol — Foto: NASA/LASP/CU Boulder

Conforme descobriu a MAVEN, a maior perda de hidrogênio de Marte acontece nessa época do ano devido ao aquecimento no sul e por causa das tempestades de poeira, que levam o vapor de água a altitudes muito altas.

Inverno repleto de Ozônio

Depois que Marte passou pelo ponto mais distante em sua órbita pelo Sol, MAVEN flagrou esta imagem (abaixo) de seu hemisfério norte em janeiro de 2023. O ozônio, que aparece na cor magenta, se acumulou durante as frias noites polares do inverno do norte marciano.

Hemisfério norte de Marte em janeiro de 2023, depois que o planeta vermelho passou pelo ponto mais distante em sua órbita do Sol — Foto: NASA/LASP/CU Boulder
Hemisfério norte de Marte em janeiro de 2023, depois que o planeta vermelho passou pelo ponto mais distante em sua órbita do Sol — Foto: NASA/LASP/CU Boulder

Dá para notar uma rápida mudança das estações na região, o que causa uma abundância de nuvens brancas. Os desfiladeiros profundos de Valles Marineris podem ser vistos no canto inferior esquerdo, junto com muitas crateras.

Mais tarde, na primavera do norte marciano, o ozônio é destruído por reações químicas com o vapor d'água, que fica restrito a baixas altitudes da atmosfera nessa época do ano.

A equipe da MAVEN, que tem sua investigação principal baseada na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, e seu gerenciamento realizado no Centro Espacial Goddard da Nasa, espera comemorar o 10º ano da espaçonave em Marte em setembro de 2024.

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