Espaço

Por Redação Galileu

A sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), da Nasa, pousou em Marte em 2006 para procurar evidências de água no passado remoto do planeta. Dados da missão agora foram usados para criar algo inédito: um mosaico interativo da superfície marciana, chamado Global CTX.

O conjunto de fotos criado com 110 mil imagens da MRO, tiradas pela câmera em preto e branco Context Camera (CTX) da sonda, cobre quase 25 metros quadrados de superfície por pixel. Isso torna o mosaico a imagem global de maior resolução já criada de Marte.

O registro do planeta pode ser usado por cientistas, mas também pelo público, para navegar online por sua superfície. É possível visitar e fazer medições em penhascos, crateras de impacto e ver até mesmo rastros de redemoinhos de poeira.

 O mosaico, detalhado à esquerda, é costurado a partir de imagens da Context Camera da Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), que captura a superfície marciana em longas tiras. O processo é revelado à direita, mostrando como partes das imagens foram combinadas — Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS
O mosaico, detalhado à esquerda, é costurado a partir de imagens da Context Camera da Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), que captura a superfície marciana em longas tiras. O processo é revelado à direita, mostrando como partes das imagens foram combinadas — Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS

Isso inclui, entre outros locais, a cratera Jezero, explorada pelo rover Perseverance; a cratera Gale, alvo da sonda Curiosity; o Olympus Mons, vulcão mais alto do Sistema Solar; e ainda o conjunto de cânions Valles Marineris, o maior do nosso sistema, onde cientistas acreditam ter existido água corrente há centenas de milhões de anos.

Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) capturou 110 mil imagens que compõem o mosaico global interativo — Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS
Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) capturou 110 mil imagens que compõem o mosaico global interativo — Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS

A sonda MRO tira fotos do planeta desde que pousou nele, documentando quase toda sua superfície. Se fosse impresso, o mosaico de fotos Global CTX, de 5,7 trilhões de pixels (ou 5,7 terapixels), seria grande o suficiente para cobrir o estádio Rose Bowl Stadium, na Califórnia, que comporta mais de 92 mil torcedores.

Global CTX Mosaic of Mars mostra a cratera Jezero, explorada pelo rover Perseverance, em Marte  — Foto: Nasa/Global CTX Mosaic of Mars
Global CTX Mosaic of Mars mostra a cratera Jezero, explorada pelo rover Perseverance, em Marte — Foto: Nasa/Global CTX Mosaic of Mars

O invento foi desenvolvido durante seis anos por cientistas do Laboratório Bruce Murray para Visualização Planetária do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos. Para criar o novo mosaico, Jay Dickson, cientista de processamento de imagens, desenvolveu um algoritmo que combina as fotos.

Dickson juntou manualmente as 13 mil imagens restantes que o algoritmo não conseguiu igualar. As lacunas no mosaico representam partes de Marte que não haviam sido fotografadas pelo CTX na época em que o pesquisador começou a trabalhar no projeto ou áreas obscurecidas por nuvens ou poeira.

“Eu queria algo que fosse acessível a todos”, diz o cientista, em comunicado. "As crianças em idade escolar podem usar isso agora. Minha mãe, que acabou de fazer 78 anos, pode usar isso agora. O objetivo é diminuir as barreiras para as pessoas interessadas em explorar Marte", afirma.

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