Arqueologia

Por Redação Galileu

Em locais arqueológicos em toda a Mesopotâmia, onde hoje fica o Iraque, arqueólogos identificaram 32 tijolos de argila que revelam uma misteriosa anomalia no campo magnético da Terra ocorrida há 3 mil anos. Os resultados foram registrados ontem (18) no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.

Os pesquisadores descobriram que a força do campo magnético do planeta ficou impressa nos minerais de óxido de ferro incorporados nos tijolos quando eles foram assados por trabalhadores milhares de anos atrás.

Para medir os grãos de óxido de ferro, a equipe retirou cuidadosamente pequenos fragmentos das faces quebradas dos tijolos e os examinou com um magnetômetro. Cada bloco apresentava uma inscrição do nome do rei governante em sua época de fabricação.

Juntos, o nome impresso e a força magnética medida dos grãos de óxido de ferro ofereceram um mapa histórico das mudanças magnéticas da Terra. "Ao comparar artefatos antigos ao que sabemos sobre as condições antigas do campo magnético, podemos estimar as datas de quaisquer artefatos que foram aquecidos na antiguidade", afirma em comunicado o autor principal do estudo, Matthew Howland, da Universidade Estadual de Wichita, no Kansas, Estados Unidos.

A partir das estimativas, os pesquisadores dizem ter confirmado a existência da chamada "Anomalia Geomagnética da Idade do Ferro Levantina", período entre cerca de 1050 e 550 a.C no qual o campo magnético terrestre estava incomumente forte em torno do Iraque moderno .

Evidências do período haviam sido detectadas na China, Bulgária e Açores, mas dados da parte sul do Oriente Médio em si eram escassos. O motivo da anomalia é desconhecido, mas os arqueólogos esperam que estudar assinaturas do campo magnético possa ajudá-los a datar melhor artefatos que antes não podiam ser datados com precisão.

"Muitas vezes dependemos de métodos de datação, como datas de radiocarbono, para ter uma noção da cronologia na antiga Mesopotâmia", diz Mark Altaweel, coautor do estudo, que atua no Instituto de Arqueologia da University College London (UCL). "No entanto, alguns dos vestígios culturais mais comuns, como tijolos e cerâmicas, normalmente não podem ser facilmente datados porque não contêm material orgânico", explica.

A datação arqueomagnética dos artefatos pode ajudar historiadores a localizar com mais precisão os reinados de antigos reis, já que delimitar os anos precisos que alguns deles assumiram o trono ainda gera discordância.

Os pesquisadores descobriram que sua técnica estava alinhada com a compreensão dos reinados conhecida pelos arqueólogos como a "Baixa Cronologia". Em cinco das amostras de tijolos, tiradas durante o reinado de Nabucodonosor II de 604 a 562 a.C., o campo magnético da Terra parecia mudar drasticamente em um período relativamente curto de tempo. Isso acrescentou pistas à hipótese de que picos rápidos de intensidade são possíveis.

"Os restos arqueológicos bem datados das ricas culturas mesopotâmicas, especialmente tijolos inscritos com nomes de reis específicos, proporcionam uma oportunidade sem precedentes para estudar mudanças na força do campo com alta resolução temporal, rastreando mudanças que ocorreram ao longo de várias décadas ou até menos", avaliou a coautora Lisa Tauxe, da Instituição de Oceanografia Scripps, em San Diego, nos Estados Unidos.

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