Arqueologia

Por Redação Galileu

Pesquisadores a bordo de um navio de pesquisa desvendaram um mistério de 50 anos ao descobrirem a localização do naufrágio do M.V. Blythe Star, na década de 1970. O achado foi anunciado em 15 de maio pelo órgão de investigação científica australiano Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO).

Pesquisadores realizaram uma viagem de pesquisa em 12 de abril, em um navio RV Investigator, na costa oeste da Tasmânia. O objetivo principal era estudar um enorme deslizamento submarino na plataforma continental da região, mas os cientistas aproveitaram para investigar também um naufrágio não identificado.

O trabalho mapeou o navio afundado usando sondas (operação chamada batimetria) e, em seguida, realizou uma inspeção visual do naufrágio com dois sistemas de câmeras subaquáticas. O mapeamento revelou o navio a cerca de 150 metros de profundidade, em estado de preservação intacta e com as mesmas dimensões do M.V. Blythe Star.

A equipe então manobrou as câmeras subaquáticas na popa e na proa do barco, procurando por características para confirmar sua identidade. Após uma comparação da visão obtida com fotos históricas, a inspeção visual reconheceu o naufrágio, sendo que a palavra “Star” estava na proa. Apesar das condições boas de conservação, o navio tinha crescimento de algas, ainda que mínimo.

O navio MV Blythe Star que  afundou na costa sudoeste da Tasmânia em 197 — Foto: Queen Victoria Museum via AUCHD
O navio MV Blythe Star que afundou na costa sudoeste da Tasmânia em 197 — Foto: Queen Victoria Museum via AUCHD

“Muitas criaturas marinhas agora o chamavam de lar, com cardumes de peixes, lagostins e várias focas filmadas pelas câmeras subaquáticas”, conta a equipe do CSIRO, em comunicado. “Espera-se que a batimetria e as imagens de vídeo coletadas possam fornecer informações adicionais para ajudar a responder a perguntas sobre o que causou o naufrágio da embarcação”.

Marinheiros ficaram perdidos em mata

O argueiro costeiro de 44 metros M.V Blythe Star partiu da costa da cidade de Hobart, na Austrália, com destino à ilha de King Island, no estado australiano da Tasmânia, em 12 de outubro de 1973. A bordo estavam 10 tripulantes e uma carga de cerveja e fertilizante.

Dias se passaram e o navio desapareceu misteriosamente, desencadeando a maior busca marítima já realizada na Austrália até então. A procura pela tripulação e embarcação foi encerrada após sete dias, sem resultados.

O que aconteceu foi que o MV Blythe Star afundou na manhã de sábado, 13 de outubro de 1973, na costa sudoeste da Tasmânia. Todos os 10 tripulantes escaparam em um bote salva-vidas inflável.

Mapeamento batimétrico (no fundo do mar) mostrando a vista de bombordo do naufrágio do MV Blythe Star — Foto: CSIRO
Mapeamento batimétrico (no fundo do mar) mostrando a vista de bombordo do naufrágio do MV Blythe Star — Foto: CSIRO

A tripulação ficou à mercê das correntes oceânicas e, finalmente, chegou a uma pequena praia no sopé de penhascos íngremes na Península Forestier. Tragicamente, três tripulantes morreram antes que finalmente pudessem encontrar ajuda.

Em 24 de outubro de 1973, três dos sobreviventes escalaram os penhascos da península e se embrenharam pela mata fechada para finalmente encontrar socorro. Após se identificarem como a tripulação do Blythe Star, as primeiras palavras que ouviram teriam sido: "Não, vocês estão todos mortos".

Equipe do projeto CSIRO procura o nome do navio na proa do naufrágio — Foto: CSIRO
Equipe do projeto CSIRO procura o nome do navio na proa do naufrágio — Foto: CSIRO

Mas os marinheiros se salvaram daquele apuro. Após a tragédia, ocorreram mudanças importantes nas leis de segurança marítima na Austrália.

Segundo a equipe do CSIRO, “confirmar o local de descanso do Blythe Star tem um significado importante para muitos na comunidade”. O órgão forneceu dados da pesquisa às agências estaduais e nacionais de patrimônio marítimo.

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