Arqueologia

Por Redação Galileu

A 1,5 mil metros de profundidade no Mar da China Meridional, arqueólogos encontraram dois naufrágios de cerca de 500 anos, datados da Dinastia Ming (1368-1644). A descoberta foi anunciada no domingo (21) pela Administração Nacional Cultural do Patrimônio chinês.

Os barcos fornecem pistas sobre as trajetórias comerciais marítimas da Rota da Seda e foram encontrados em outubro de 2022, por uma equipe de pesquisadores do Instituto de Ciência e Engenharia do Mar Profundo e da Academia Chinesa de Ciências.

Os veículos marítimos, nomeados como naufrágios nº1 e nº 2, estavam em uma encosta continental, cheios de porcelana e madeira empilhada. Os achados marcam a primeira vez que a China descobriu um local de naufrágio antigo em grande escala no fundo do mar.

Uma investigação preliminar mostrou que as relíquias do naufrágio nº1 estavam espalhadas por uma área de cerca de 10 mil m², segundo informa Yan Yalin, diretor do departamento de arqueologia da Administração Nacional Cultural do Patrimônio, em comunicado da Academia Chinesa de Ciências.

A estimativa é de que haja mais de 100 mil artefatos, principalmente porcelanas, no naufrágio, que ainda está enterrado na areia e data do reinado de Zhengde (1505-1521). Algumas partes do barco estão cobertas por uma camada de relíquias de 3 metros de espessura.

As porcelanas podem ter vindo principalmente de Jingdezhen, na província de Jiangxi, e Longquan Kiln, na atual província de Zhejiang, ambos os principais centros de fabricação e exportação de porcelana da China antiga.

A cerca de 20 km de distância, está o naufrágio nº 2, que contém numerosas toras de madeira junto de um pequeno número de cerâmicas. Esse veículo provavelmente foi do reinado de Hongzhi (1488-1505) e pode ter servido para o comércio de importação, já que a madeira está na lista de importações da antiga documentação chinesa de sua época.

Segundo Yalin, as relíquias dos naufrágios são de "alto valor histórico, científico e artístico" e os barcos podem ser achados arqueológicos de classe mundial no fundo do mar. "As descobertas são evidências importantes da antiga Rota da Seda Marítima e são estudos relevantes para a história do comércio, navegação e porcelana chinesa no exterior", ele destaca.

Os naufrágios fornecem “referências importantes para entender as mudanças nas rotas comerciais históricas no Mar da China Meridional”, segundo acrescenta Tang Wei, diretor do Centro Nacional de Arqueologia, afiliado à Administração Nacional Cultural do Patrimônio.

A primeira rodada de investigação subaquática dos veículos afundados durará até junho de 2023. Para proteger as relíquias, a localização exata dos dois naufrágios não foi divulgada. Mas, no último sábado (20), um marcador de metal foi colocado no naufrágio nº1 para facilitar futuras pesquisas.

No próximo ano, estima-se que 50 viagens de mergulho serão feitas por submersíveis nos locais das embarcações, conforme conta Song Jianzhong, pesquisador do Centro Nacional de Arqueologia. "Descobrindo a condição dos naufrágios, podemos esboçar planos futuros de escavação arqueológica e conservação", ele afirma.

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