Reprodução assistida
 

Por Crescer online


Nicola Kelleher estava há um ano e meio com seu parceiro, Bradley Benjamin, quando ele abriu o jogo com ela e contou que tinha uma doença renal grave e que precisava de um rim. Ainda que o relacionamento não fosse, assim, tão antigo e ela fosse muito jovem, com 26 anos, Nicola não hesitou em dizer que cederia um rim para ele, se fossem compatíveis.

Nicola e a filha, Ivy: graças à técnica genética, a menina nasceu sem a doença hereditária do pai — Foto: Reprodução/ The Mirror
Nicola e a filha, Ivy: graças à técnica genética, a menina nasceu sem a doença hereditária do pai — Foto: Reprodução/ The Mirror

Eles fizeram todos os testes e descobriram que o sangue dela não era compatíveis, mas os cirurgiões conseguiram fazer o transplante mesmo assim. Houve complicações cerca de 10 dias depois, o rim começou a falhar e, desde então, Bradley precisa fazer diálise, enquanto espera por uma nova chance.

Tudo porque ele tem uma doença renal hereditária rara conhecida como Doença Renal Policística (PKD). Sua mãe também tinha, assim como sua avó. Bradley, agora com 43 anos, não sabia que tinha o distúrbio - que causa o desenvolvimento de um aglomerado de cistos dentro dos rins, fazendo com que os órgãos inchem e percam a função com o tempo - até que os sintomas surgiram, aos 26 anos.

Então, quando Nicola e Bradley souberam que, com ajuda da reprodução assistida, eles poderiam evitar que sua filha herdasse o problema, eles nem pensaram duas vezes. Ambos passaram por terapia genética via fertilização in vitro - onde os óvulos são colhidos, fertilizados e rastreados para certos problemas genéticos para prevenir doenças. Foi só depois de todo esse processo que, há três anos, eles deram as boas-vindas a uma menina saudável, a quem deram o nome de Ivy.

"É muito importante, pois significa que nossa família nunca mais passará por isso", disse Nicola, 41, em entrevista ao The Mirror. "Mesmo que existam pessoas na família que sejam portadoras do gene, porque não têm a doença real, o risco de transmiti-la é muito baixo. Se Ivy tivesse nascido com isso, as gerações futuras também teriam. Ela é um bebê muito importante para o futuro”, afirma a mãe.

Nicola, atriz, que é de Bournemouth e agora mora em Londres, conheceu Bradley em 2004, na escola de teatro, e os dois começaram a namorar um ano depois. Bradley,que também é ator, foi diagnosticado em 2007 com insuficiência renal. Os testes mostraram que ele tinha PKD e, se não tivesse feito diálise imediatamente, teria morrido em quinze dias.

Ivy, agora com três anos e meio, nunca mais terá que sofrer com a mesma doença e preocupação de seu pai, graças à terapia genética. Antes de Ivy, Nicola engravidou inesperadamente, em 2014, mas acabou sofrendo um aborto espontâneo, com 12 semanas. Então, decidiu investigar as possíveis causas e os médicos disseram que o problema poderia estar relacionado a um problema de tireoide. Durante esse check-up, o casal foi aconselhado a fazer a fertilização in vitro e a terapia genética - em uma tentativa de impedir que o distúrbio de Bradley fosse transmitido, já que a chance era de 50%.

Bradley precisa fazer diálise três vezes por semana, durante quatro horas, assim como sua mãe. Por causa do problema, ele não consegue trabalhar e precisa seguir uma dieta restritiva. Ele também precisa ficar atento à quantidade de líquido em sua comida (que não pode ser grande), pode ficar extremamente cansado e mal-humorado.

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Como não há nenhum membro da família capaz de doar um rim, ele precisa esperar na fila de transplante, até que apareça uma opção viável. "É muito estressante e bastante deprimente. Muitas pessoas que estão em diálise tomam antidepressivos. É um estilo de vida horrível", admitiu Nicola. "Às vezes, ele sente dores nas costas e na região do braço, onde recebe a diálise. É assustador. Eu penso o tempo todo sobre como eu lidaria se ele morresse e não é uma sensação agradável de se ter”, conta.

"Durante todo o tempo que estivemos juntos, fui eu quem cuidou da diálise dele, garantindo que tudo fosse pago. Não temos ninguém para ajudar com Ivy nem por 30 minutos, não temos grupo de apoio. Então, fico tentando fazer tudo funcionar", diz a mãe.

Ainda assim, Nicola está prestes a completar 42 anos, em novembro, e o casal ainda pensa se deveria ter mais um filho. Eles ainda têm um embrião armazenado, mas, desta vez, teriam de pagar pela fertilização in vitro privada.

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