Quando uma mãe recebe um diagnóstico, apontando que seu filho tem algum problema sério de saúde e corre risco de vida, muitas coisas se transformam. No caso de Calley Burnett, uma mãe de Indiana, nos Estados Unidos, a experiência interferiu até em sua vida profissional. Depois de passar dois meses ao lado do filho, internado em uma UTI Neonatal, por conta de uma cardiopatia congênita, ela decidiu se tornar enfermeira.
Calley trabalhava em uma empresa familiar e, atualmente, é enfermeira da UTI Neonatal do Hospital Infantil Riley, exatamente o local em que seu filho, Spencer, ficou internado depois de nascer, em 26 de julho de 2016.
A convivência da mãe com as enfermeiras e os médicos que cuidaram de seu bebê, durante este período delicado, foi tão marcante para ela que, em 2019, resolveu estudar em uma escola de enfermagem e, assim, poder ajudar outras famílias.
“Spencer nasceu com defeitos cardíacos congênitos e isso me levou ao programa de enfermagem depois de ficar ao lado da cama por várias semanas, em Riley”, disse a mulher de 39 anos. em entrevista ao Good Morning America.
Embora tenha sido um momento “muito assustador”, a família pode contar com uma equipe de profissionais de saúde atenciosos e dedicados, que ajudavam o bebê em seus muitos tratamentos e obstáculos.
Spencer precisou ser tratado por múltiplos defeitos cardíacos, incluindo coarctação da aorta , defeito do septo ventricular e persistência do canal arterial. Uma parte da aorta de Spencer era mais estreita do que o normal. Além disso, ele tinha um buraco na aorta e um buraco na parede que separava os dois ventrículos do coração. Ele teve de passar por uma cirurgia cardíaca em agosto de 2016, antes de receber alta. Quase um ano depois, ele passou por outra cirurgia, em julho de 2017.
“Tínhamos enfermeiras fenomenais, com quem ainda converso hoje… A maneira como elas me fizeram sentir e a confiança que eu tinha e o vínculo que criamos, apenas abriu meus olhos para dizer: 'Quer saber, eu acho que isso é algo que eu adoraria fazer'", explicou a mãe.
Calley levou cerca de dois anos para concluir a escola de enfermagem e disse que, embora tenha sido difícil, os sacrifícios e o trabalho duro “valeram muito a pena”. Depois de se formar, ela conseguiu um emprego em outro hospital, mas sabia que queria voltar para Riley, onde a equipe significava muito para ela e para o seu filho, Spencer.
"Eu soube imediatamente que queria estar com os bebês. Há algo em estar em Riley e estar com crianças e bebês pequenos que eu sabia que era onde meu coração estaria assim que eu chegasse à escola de enfermagem", declarou ela.
Hoje, Spencer, o filho de Calley estuda na segunda série, joga basquete e futebol. "Ele é um menino de 7 anos muito corajoso. Ele é muito atlético. Ele está sempre em movimento, sempre me fazendo rir. Ele está simplesmente amando a vida", relata a mãe.
Já Calley está totalmente adaptada à nova profissão e ao local de trabalho. “É uma sensação fenomenal poder ajudar os pais, porque sinto que já estive lá. Posso dizer a essas mães e pais: 'Ei, estive onde vocês estão e entendo.' E eu simplesmente adoro isso", explicou. Ela também incentiva outras pessoas inspiradas a mudar de carreira e seguir no caminho da enfermagem. “Se essa é a sua paixão, eu a seguiria 100%. Vale a pena”, disse ela. “A viagem vale a pena. É duro. Mas o que você ganha com isso é cem vezes melhor”, completa.