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Por Crescer online


Entre os mitos que existem sobre a gestação, um dos mais comuns é a crença de que ter muita azia na gravidez é sinal de que o bebê nascerá cabeludo. Mas será que é verdade? Pra responder essa pergunta, primeiro é preciso entender o que é a azia. "A azia, também conhecida como pirose, é caracterizada por uma sensação de desconforto e queimação na garganta e nas regiões superior e média do peito, além de um gosto ácido na boca pode ser leve ou muito forte", explica Priscila Salvador, enfermeira obstetra, parteira e doula da Clínica Parto Com Amor, de São Paulo.

Azia na gravidez; gestação — Foto: Freepik
Azia na gravidez; gestação — Foto: Freepik

Mas, afinal, azia na gravidez = bebê cabeludo?

Segundo Priscila Salvador, esse é um mito infundado sobre gestação. "Algumas mulheres têm azia durante a gestação simplesmente como efeito dos hormônios da própria gravidez, que podem irritar o estômago. Não temos nenhuma evidência científica que comprove uma relação entre o bebê ter uma grande quantidade de cabelo e o aparecimento ou aumento da azia", esclarece.

O que sabemos, diz a profissional, é que a azia pode ser causada pelos hormônios da própria gestação, como a progesterona, que ajuda a preparar o organismo para o parto. Entretanto, ela também pode relaxar o anel muscular na base esôfago, o que permite que ácido gástrico escape para o esôfago. "As alterações anatômicas também podem ser motivo da azia, pois à medida que o útero se expande, ele pode pressionar a área ao redor do estômago, afetando o funcionamento do anel muscular na base do esôfago", explica.

O que pode desencadear a azia na gravidez?

Segundo Jaime Zaladek Gil, gastroenterologista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, fatores que influenciam no aparecimento da azia durante a gestação são:

  1. O número de partos que a grávida já teve: quanto mais partos realizados anteriormente, maior a chance de a mãe ter refluxos na gravidez atual;
  2. A quantidade de episódios de azia em gestações anteriores: se ela já teve os sintomas, a possibilidade de apresentar novamente é maior;
  3. A etapa do período gestacional: no primeiro trimestre da gravidez, apenas 22% das mães têm sintomas de azia; no segundo, 39%; e no terceiro, o valor chega a 72%. Isso se dá por conta do aumento do crescimento do útero.

Como aliviar o desconforto da azia na gravidez?

Para amenizar as dores da azia e a sensação de queimação, o médico dá algumas dicas que podem ser adotadas no dia a dia:

  • Diminua o volume das refeições. Coma menos, mas mais vezes durante o dia. O ideal é a alimentação de três em três horas.
  • Não beba líquidos durante as refeições. Tome água pelo menos meia hora antes ou duas horas depois de se alimentar.
  • Evite as bebidas gasosas ou quentes. Elas aumentam a sensibilidade do estômago.
  • Não deite logo após as refeições.
  • Alimentos muito gordurosos também retardam o esvaziamento do estômago. Dê preferência aos pratos assados ou cozidos.
  • Atenção aos antiácidos e outros medicamentos contra azia: eles só devem ser usados com o aval do seu obstetra.

Para melhora da azia, a enfermeira Priscila Salvador costuma recomendar inicialmente métodos não farmacológicos. Dentre mudanças possíveis na alimentação, algumas dicas podem ajudar a grávida a lidar com esses sintomas:

  • As amêndoas são ricas em óleos que ajudam a acalmar os níveis de ácido. Por isso, tente comer de 4 a 5 amêndoas diariamente. Amêndoas também podem ajudar a nutrir o bebê;
  • A água de coco ajuda a neutralizar os ácidos do estômago;
  • Já as sementes de erva doce podem ajudar a melhorar a digestão. Ferva 15g de sementes de erva doce em 1 litro de água e beba durante a semana;
  • O vinagre de maçã ajuda a neutralizar os efeitos de alimentos geradores de ácido. Dilua uma colher de sopa de vinagre de maçã em um copo de água e beba esta solução para reduzir os sintomas da azia;
  • O mamão é rico em enzimas que melhoram o processo de digestão e acalma o estômago. Consumir mamão maduro ajuda a reduzir a azia;
  • O gengibre é um popular auxiliador da digestão. Você pode tomar um chá de gengibre ou consumir pequenas lascas de gengibre;
  • Os antiácidos, que neutralizam o ácido do estômago (ácido gástrico), também podem oferecer alívio da azia durante a gravidez. Lembrando sempre que é importante seguir orientação médica antes de adquiri-los.

A azia durante a gravidez é tão comum que é frequentemente vista como uma parte completamente normal da gravidez. Entretanto, Priscila Salvador reforça que muitas vezes ela causa um incômodo significativo: é importante que a grávida fique de olho nos sintomas e, caso necessário, busque avaliação médica. "A azia pode ser muito desagradável, bastante dolorosa e perturbar o sono quando mais se precisa dormir. Se vier acompanhada de dores fortes nas costelas ou no lado direito superior da barriga, procure o médico para um tratamento adequado", indica a enfermeira obstetra.

Ter muita azia na gravidez pode afetar a saúde do bebê?

Apesar do incômodo para a gestante, a azia não é diretamente prejudicial para a saúde dos bebês. Estudos apontam que 8 a cada 10 mulheres sofrem com azia durante a gestação. Se os sintomas de azia foram muito intensos, o que não é comum, é possível que a mulher tenha dificuldade de engolir, vomite com frequência e acabe emagrecendo. Se a perda de peso for intensa, isso pode sim afetar a saúde do bebê. Mais um motivo para ter um acompanhamento médico adequado e manter os sintomas da azia sob controle.

Como saber se o bebê tem cabelo durante a gravidez?

Durante a gestação, é impossível saber com 100% de certeza se o bebê nascerá ou não cabeludo. Quando estão no útero, os bebês ficam envoltos por líquido amniótico e seus cabelos estão molhados, o que pode distorcer a quantidade e comprimento dos fios nos exames de ultrassom. Nessa fase, a maior pista sobre os cabelos do seu filho é a genética. Se os bebês da sua família nasceram carecas, há uma boa chance de que seu bebê também seja, mas existem exceções. Para ter certeza, só no dia do parto mesmo.

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