Saúde & bem-estar
 

Por Vanessa Lima


Uma doença que afeta pulmões e sistema respiratório e que, durante muito tempo, foi a primeira causa de óbito por um único agente infeccioso, no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Não. Não estamos falando de covid-19 e sim da tuberculose. Em 2020, foi ultrapassada, sim, pela covid-19, neste critério, mas, ainda assim, preocupa autoridades de saúde em todo o mundo. Ainda de acordo com a OMS, a doença afetou 9,9 milhões de pessoas, globalmente, e foi responsável por 1,3 milhões de óbitos. Só no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, em 2021, foram quase 70 mil pessoas afetadas, uma incidência de 32 casos a cada 100 mil habitantes. Os números ainda parecem altos, para uma doença que pode ser prevenida com uma vacina.

Grávida pode ter tuberculose? — Foto: Pexels/ Andrea Piacquadio
Grávida pode ter tuberculose? — Foto: Pexels/ Andrea Piacquadio

Embora 70% dos casos notificados em 2021 tenham ocorrido em pessoas do sexo masculino, as mulheres também devem ter atenção, sobretudo em fases mais críticas da vida, como a gestação e o pós-parto. Será que o risco é maior? Para entender melhor sobre os perigos e os cuidados com a doença ao longo destes períodos, conversamos com a ginecologista e obstetra Ana Correa, especialista em gestações de alto risco do Hospital e Maternidade Sepaco (SP). De acordo com ela, o Brasil faz parte dos 30 países em que a doença se faz mais presente no mundo. “A tuberculose, no nosso país, é causada, principalmente, por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis. A principal forma de tuberculose é a pulmonar”, explica. Existe também a tuberculose extrapulmonar, que pode afetar outras partes do corpo, como os nódulos linfáticos, o abdômen, a pele, os ossos e as meninges, por exemplo, mas são formas mais raras.

Tuberculose na gravidez: diagnóstico mais difícil

As grávidas e puérperas não são mais suscetíveis à doença e a gestação, em si, também não altera o curso da infecção, os sintomas ou o tratamento. No entanto, a gravidez pode dificultar o diagnóstico. “Principalmente pelo fato de sintomas como inapetência, mal estar e cansaço confundirem-se com queixas comuns da gestação”, aponta a obstetra.

Outros sintomas da tuberculose, na população em geral, podem ser fraqueza, febre baixa, sudorese noturna, perda de apetite e de peso e tosse persistente, seca ou produtiva (com muco). Para confirmar o diagnóstico, o médico pode pedir exames como baciloscopia iretama (o escarro é coletado e analisado), um teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) (também analisa o escarro), cultura para micobactérias e radiografia de tórax.

Segundo a especialista, não tratar a doença ao longo da gravidez aumenta o risco de mortalidade materna e fetal. “O tratamento adequado e precoce, por sua vez, causa um grande impacto positivo”, afirma. Em situações mais raras, mães com formas mais graves da doença podem apresentar risco aumentado para trabalho de parto prematuro e restrição de crescimento fetal.

Quando o quadro de tuberculose é confirmado na gestante, ela pode fazer o tratamento normalmente. “As drogas pertencentes ao esquema básico do tratamento da tuberculose apresentam vasta evidência de segurança na gestação, não se justificando a interrupção ou o adiamento do tratamento na gravidez”, explica Ana. De acordo com ela, são utilizados antibióticos em forma de comprimidos e com dose única diária, ao longo de um período de seis meses.

A recomendação, segundo a obstetra, é evitar levar a gestação após 40 semanas. Sobre o parto, não há nenhuma contra-indicação ao nascimento via vaginal. “Pode ocorrer, com os mesmos cuidados necessários a uma gestante que não tenha tuberculose”, afirma. “Caso a mãe esteja com a doença pulmonar ativa, será necessário o uso de máscara durante a assistência ao parto”, explica.

Dá para prevenir?

Dá, sim - e a prevenção é muito importante! A máscara no parto e na amamentação, caso a doença pulmonar esteja ativa, se dá justamente para evitar a transmissão da doença para outras pessoas, já que isso acontece pela inalação de gotículas contendo bacilos, liberadas ao tossir, falar ou espirrar. “Mas, além disso, a principal forma de prevenção da doença é a vacina BCG, aplicada no primeiro mês de vida do recém-nascido, obrigatória no Brasil”, diz a obstetra. “A imunização previne contra as formas mais graves da doença”, acrescenta.

A identificação rápida das pessoas acometidas pela doença também é importante. “O início do tratamento faz com que indivíduos doentes transmitam menos”, ressalta. “Melhorar condições de moradia de populações vulneráveis é outro ponto importante para a prevenção”, diz a médica. Segundo ela, as populações consideradas mais vulneráveis ao adoecimento por tuberculose são as pessoas portadoras de HIV, pessoas em situação de rua, privadas de liberdade e indígenas.

Tuberculose e amamentação: cuidados

A mãe diagnosticada com tuberculose, pode amamentar? Segundo a obstetra, pode sim. “A amamentação deve ser encorajada quando a mãe já está em tratamento há, pelo menos, quinze dias”, pontua. A doença não é transmitida pelo leite e sim pelas gotículas de saliva - por isso é recomendado usar máscara cirúrgica. O tratamento também é compatível com o aleitamento materno, já que os medicamentos são seguros para o bebê durante esse período.

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