Saúde & bem-estar
 

Por Luciana Borges


Saber a quantidade de açúcar no sangue é um marcador que serve para entender muito sobre o funcionamento do nosso organismo. Por isso, o exame de curva glicêmica é importante para medir as taxas de glicose e mapear não só a existência do diabetes, mas também diversas outras questões como o sedentarismo e a obesidade, por exemplo. Mulheres grávidas também precisam ter o exame da curva glicêmica na lista de testes essenciais a serem feitos na gestação, durante o pré-natal, principalmente para combater o diabetes gestacional.

A curva glicêmica é um exame da rotina pré-natal e deve ser realizado entre as 24 e 28 semanas de gestação — Foto: Getty Images
A curva glicêmica é um exame da rotina pré-natal e deve ser realizado entre as 24 e 28 semanas de gestação — Foto: Getty Images

Para entender todas as informações a respeito deste exame relativamente simples, conversamos com o Dr. Mário Macoto Kondo, chefe do departamento de Obstetrícia do Hospital e Maternidade Santa Joana. Veja as principais dúvidas abaixo:

O que é o exame de curva glicêmica?

O exame de curva glicêmica consiste na análise da concentração de glicose no sangue, em jejum de oito horas e após a ingestão de 75 gramas de um líquido açucarado, podendo ter de duas a cinco dosagens, de acordo com o pedido do médico. O resultado é expresso em miligramas por decilitro (mg/dl).

E para que serve esse exame?

Para diagnosticar o diabetes mellitus, pré-diabetes (tolerância pequena à glicose), além de auxiliar na análise da resistência da insulina e de outras alterações das células do pâncreas.

Quem deve fazer o exame de curva glicêmica?

É recomendado para rastrear o diabetes e o pré-diabetes em adultos com sobrepeso (Índice de massa corporal, o IMC, maior ou igual a 25 kg/m2) associado a outros fatores de riscos adicionais, como sedentarismo; parente em primeiro grau com diabete; hipertensão arterial; alterações do colesterol e/ou triglicérides; obesidade grave; mulher que teve bebê macrossômico (recém-nascido com peso maior que 4 kg); e mulher com síndrome dos ovários policísticos. Em mulheres grávidas, o exame deve ser realizado entre 24 e 28 semanas de gestação. Na ausência destes critérios, recomenda-se a realização deste exame a partir dos 45 anos.

Que marcadores do exame dão um sinal de alerta? Como ele costuma ser interpretado?

A análise do resultado tem como foco a dosagem em jejum de oito horas e duas horas após a ingestão do líquido açucarado. É considerado normal quando a paciente em jejum apresenta resultado abaixo de 100 mg/dl e menor que 200 mg/dl após duas horas. O diabetes mellitus é diagnosticado com jejum maior ou igual a 126 mg/dl ou maior ou igual a 200 mg/dl após duas horas. Já o pré-diabetes é diagnosticado com jejum entre 100 e 126 mg/dl ou duas horas após entre 140 e 200 mg/dl.

Estima-se que cerca de 20% das gestantes desenvolvem o diabetes mellitus gestacional (DMG) — Foto: Getty Images
Estima-se que cerca de 20% das gestantes desenvolvem o diabetes mellitus gestacional (DMG) — Foto: Getty Images

No caso de mulheres grávidas, por que esse exame é solicitado?

O exame de curva glicêmica faz parte dos exames de rotina do pré-natal. Estima-se que cerca de 20% das gestantes desenvolvem o diabetes mellitus gestacional (DMG). O seu diagnóstico e tratamento são essenciais para evitar o impacto na saúde materna e fetal a curto e a longo prazo. O exame deve ser realizado entre a 24 e 28 semanas de gestação com 3 dosagens da glicemia, além de jejum de 1 e 2 horas após a ingestão de 75 gramas de glicose. O resultado esperado para a paciente em jejum deve ser menor que 95 mg/dl; com 1 hora deve ser menor que 180 mg/dl; e após 2 horas o resultado deve ser menor que 155 mg/dl. Qualquer alteração em uma das dosagens é considerada como diabetes gestacional.

Qual é a importância desse exame em casos de diabetes gestacional? Ele é feito mais de uma vez?

O exame é realizado uma única vez. A partir do momento em que o diabetes gestacional é diagnosticado, é importante que a gestante receba orientação alimentar especializada com um nutricionista, além de incluir a atividade física na rotina. Com essas medidas, muitas vezes já é possível controlar a glicose no sangue. Também é essencial que se faça o monitoramento da glicemia capilar, que nada mais é do que o exame feito com um aparelho de glicemia que realiza a análise a partir de uma pequena gota de sangue retirada da ponta do dedo. Esse teste de dosagem deve ser feito quatro vezes ao dia: a primeira em jejum, a segunda após o café da manhã, a terceira depois do almoço e, por fim, depois do jantar. Se 70% dos resultados forem adequados, a princípio não é preciso usar insulina. No caso da necessidade de aplicação da insulina, acrescentamos o controle antes do almoço, antes do jantar e de madrugada.

Quais são os riscos do diabetes gestacional para a mãe e para o bebê?

O diabetes mellitus gestacional não controlado pode ter repercussões no bebê, como a macrossomia fetal, aumento do líquido amniótico, óbito fetal, maior risco de distócia de ombros no parto, tocotraumatismo e de intervenções cesarianas. Após o nascimento, pode existir desconforto respiratório, hipoglicemia e icterícia pelo aumento das bilirrubinas. O controle glicêmico reduz as complicações na gravidez, no parto e no período neonatal. As evidências atuais indicam risco futuro dos fetos em que a mãe teve DMG para obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular. As mulheres com DMG têm mais risco de desenvolverem diabetes mellitus tipo 2 ao longo da vida.

Como melhorar os indicadores de curva glicêmica? É possível controlá-los ou alterá-los?

É possível controlar a glicemia por meio de uma boa orientação nutricional, prática de atividade física, uso de medicação adequada para o controle glicêmico, além de determinação da paciente e da equipe de saúde que a acompanha, reduzindo assim os riscos para o binômio materno-fetal a curto e a longo prazo.

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