Desenvolvimento do bebê
 

Por Crescer online


Logo após a notícia da descoberta da gravidez, uma leve cólica. Poucos dias depois, um sangramento discreto e o aumento da dor, que se intensifica apenas de um lado. Esses são os principais sintomas da gravidez ectópica, que ocorre quando o óvulo fecundado se implanta fora do útero. Mas também são muito comuns no início de gestações normais, por isso, muitas vezes, não levantam suspeitas. O problema atinge 1% das gestantes, embora pareça baixo, é alarmante e deve ser diagnosticado logo nos primeiros sintomas para preservar a saúde da mulher. Saiba mais detalhes a seguir.

Mulher fazendo ultrassom no início da gravidez — Foto: Freepik
Mulher fazendo ultrassom no início da gravidez — Foto: Freepik

O que é uma gravidez ectópica?

A gravidez ectópica ocorre quando o embrião não consegue migrar para dentro do útero, logo, é uma gestação que se desenvolve fora dele. Na maioria dos casos, a implantação do embrião acontece em uma das trompas, sem possibilidade de evolução da gravidez.

"Não é possível levar uma gravidez ectópica até o fim, pois durante o processo, ocorrem vários problemas que fazem tanto com que o bebê não se desenvolva adequadamente, quanto que a mãe corra alguns riscos, como o rompimento da trompa, que é o local principal onde a gravidez ectópica se aloja", explica Braulio Zorzella, obstetra, representante da rede ReHuNa (Rede de Humanização do Parto e Nascimento) e colunista da CRESCER.

Quais são os sintomas?

Flávia Fairbanks, ginecologista e obstetra da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP), esclarece que, como a trompa não é elástica como o útero, é comum sentir cólicas. Dói mais de um lado do que do outro e, além disso, sangramentos podem acontecer por causa do rompimento de pequenos vasos sanguíneos. Com o passar dos dias, esses sinais vão se intensificando.

Quando a gravidez ectópica pode acontecer?

Segundo Flávia Fairbanks, qualquer mulher pode desenvolver gravidez ectópica. Normalmente, a fecundação acontece nas trompas e depois, o embrião "caminha" para o útero. Quando tem algum problema nessa comunicação, como uma inflamação, lesão ou endometriose, ele se mantém nas trompas e começa a se desenvolver, provocando uma gestação ectópica.

Quanto tempo de duração tem uma gravidez ectópica?

Em geral, a gravidez ectópica dura, no máximo, nove semanas, pois, depois disso, o embrião e o saco gestacional ficam grandes demais para continuar se desenvolvendo na trompa e, se não houver tratamento, costumam rompê-la.

As causas podem variar?

Sim, as causas são variáveis. Segundo Geraldo Caldeira, membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo, explica que uma das principais causas está relacionada à uma doença inflamatória pélvica — uma bactéria vaginal — chamada salpingite. "Ela causa um processo inflamatório nas trompas, destruindo o 'aspiradorzinho' dos embriões. Com isso, eles não conseguem mover-se para o útero. Então, toda paciente que teve a doença, tem grande chances de ter uma gravidez ectópica.", diz.

Quem corre mais risco?

Apesar de rara, algumas condições tornam a mulher mais predisposta a isso. "Um exemplo é a tortuosidade da tuba – aderências e estreitamentos nesses canais, o que pode fazer com que o embrião fique preso. Outros fatores são cicatrizes tubárias, que podem surgir depois de uma cirurgia na região e também aumentam o risco de gravidez ectópica", explica o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli.

Mulheres com histórico de infecção no útero ou nas trompas também têm mais chances de desenvolver o problema. A idade da gestante, porém, não é fator de risco para a gravidez ectópica.

Como se descobre o problema?

Para se detectar a gravidez ectópica, o obstetra deve fazer o pedido de um ultrassom transvaginal para certificar se o saco gestacional está dentro do útero.

Se você está tentando engravidar há mais de um ano sem sucesso, converse com seu médico sobre a possibilidade de fazer um exame chamado histerossalpingografia, que é um raio-x da cavidade uterina e de suas tubas. Ele é realizado com a injeção de iodo através do orifício do colo do útero. Um cateter fino vai marcar o formato do útero e das trompas e verificar se a comunicação entre eles está perfeita.

Qual é o tratamento para a gravidez ectópica?

Assim que a gravidez ectópica for confirmada, o especialista tem dois caminhos a seguir e sua decisão vai depender do tamanho do saco gestacional. Se ele ainda estiver pequeno (entre 2 ou 3 cm) , o tratamento pode ser feito com uma droga quimioterápica que é capaz de dissolver o tecido embrionário e preservar a trompa.

Caso contrário, deve ser feita uma videolaparoscopia e durante a operação, o cirurgião vai analisar também a situação da trompa afetada e decidir se deve mantê-la. Como a trompa é muito pequena — tem cerca de 2 milímetros —, quando o embrião começa a crescer pode ocorrer o rompimento, causando sangramento e dor para a gestante. "Quando isso acontece, é necessário uma cirurgia para fazer a retirada, e a mulher acaba perdendo a trompa", esclarece Geraldo Caldeira.

"A gravidez ectópica pode afetar a saúde da mulher, pois quando a trompa se rompe, pode causar uma hemorragia interna importante, inclusive com risco de morte. Quando ela é detectada precocemente, é possível realizar uma cirurgia para retirá-la antes que aconteça esse problema maior", completa Braulio Zorzella.

Pode afetar a fertilidade?

Mesmo que uma das trompas seja retirada, a fertilidade não se altera qualitativamente. Agora, se a outra trompa também tiver problemas, a fertilidade diminui. Nesse caso, os tratamentos de reprodução assistida podem ajudar, como a fertilização in vitro.

Quais são as chances de ter outra gravidez ectópica?

Se a trompa comprometida foi retirada, a chance de ter outra gravidez fora do útero é a mesma da população em geral – cerca de 1%.

Segundo o obstetra Domingos Mantelli, a gravidez ectópica também pode ser um evento aleatório. "Quando esse é o caso, a chance de que ela se repita é relativamente pequena. Mas, se a mulher tiver uma dessas condições [cicatrizes tubárias, infecções], o risco é um pouco maior", finalizou.

Existe prevenção?

Braulio Zorzella explica que uma das principais causas da gravidez ectópica é alguma infecção ou inflamação na trompa causada por alguma IST, ou seja, uma infecção sexualmente transmissível, sendo que um dos principais agentes de infecção nesse casos é a clamídia. "A prevenção da gravidez ectópica envolve a própria prevenção de ISTs, com a utilização de preservativos na relação para evitar que a pessoa tenha uma infecção e que obstrua o canal da trompa, consequentemente causando esse tipo de gravidez", pontua.

Fontes: Flávia Fairbanks, ginecologista e obstetra da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo / Domingos Mantelli, ginecologista e obstetra / Geraldo Caldeira, membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) / Braulio Zorzella, obstetra e colunista da CRESCER

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