Hospital que forçou mãe a segurar saco com restos mortais de seu bebê depois de sofrer aborto recebe recomendações urgentes

“Perdi meu bebê e minha dignidade foi tirada”, disse Nikkole, sobre a terrível experiência

Por Crescer online


O Hospital Ipswich, na Austrália, recebeu uma recomendação urgente para revisão de práticas depois que uma mãe viveu momentos terríveis no atendimento, depois de sofrer um aborto espontâneo, em abril deste ano.

Nikkole passou por um aborto espontâneo com 12 semanas — Foto: Reprodução/Mirror

Nikkole Southwell, de Queensland, estava grávida de 12 semanas quando acordou com um sangramento intenso e correu para buscar atendimento médico. No hospital, a equipe usou a lanterna do celular do parceiro dela para examinar o colo do útero. Além disso, a fizeram segurar um saco com os restos mortais do bebê. A mãe ficou enrolada em lençóis, sentada no próprio sangue.

“Senti que meu bebê não significava nada”, disse ela, em junho, em uma entrevista. “Perdi meu bebê e minha dignidade também foi tirada de mim”, afirmou. De acordo com Nikkole, o cubículo em que ela foi colocada tinha cortinas cobertas com o sangue de outro paciente.

Os funcionários da Queensland Health realizaram uma revisão do hospital e fizeram nove recomendações urgentes, de acordo com o Courier Mail. Uma delas esclareceu à equipe médica que lanternas móveis não deveriam ser usadas para inspecionar o colo do útero de uma paciente. O relatório também descobriu que “espéculos vaginais iluminados” não estavam disponíveis no momento devido a uma “escassez global” e um produto alternativo deveria ser adquirido.

A equipe do hospital também foi aconselhada a verificar as cortinas do departamento de emergência e “substituí-las se necessário”, além de relatar todas as fontes de luz quebradas “imediatamente para permitir o reparo oportuno”.

O hospital também foi orientado a fornecer um “espaço mais sensível” para pacientes e familiares, onde podem receber cuidados seguros, ao sofrer abortos espontâneos. Outra recomendação incluiu “protocolos de entrega com o Serviço de Ambulância de Queensland para garantir a identificação precoce de itens, como bolsas de risco biológico, que se sabe estar em posse de um paciente”.

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Nikkole disse que estava feliz com o resultado do relatório, mas havia mais trabalho a ser feito. “Eu também gostaria que muitas dessas recomendações não fossem apenas para WMH (West Moreton Health), mas para todos os hospitais públicos em Queensland”, disse ela ao Courier Mail. “Meu parceiro e eu tivemos efeitos na saúde mental, a partir daquela situação e das e das circunstâncias, mas estamos aprendendo a superá-los”, completou.

As nove recomendações foram passadas ao ministro da Saúde, Shannon Fentiman. Na época da revisão, ela admitiu que Queensland precisava de um guia de melhores práticas para mulheres que sofrem aborto espontâneo. Assim, ela ordenou que o Departamento de Saúde desenvolvesse com urgência um guia para pessoas que estão abortando e marcasse uma reunião de emergência para buscar melhores soluções. “As mulheres em Queensland merecem ser tratadas com compaixão e receber informações sobre o trauma quando se apresentam em nossos hospitais”, disse Fentiman.

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