Menina sofre com doença mais dolorosa do mundo após acidente em cama elástica

Australiana de 12 anos sofre com Síndrome de Dor Regional Complexa, desencadeada pelo acidente no brinquedo


Jazmin Farr tinha apenas 8 anos, quando machucou o pé, brincando em uma cama elástica. O que ela não imaginava era que a lesão desencadearia uma das doenças “mais dolorosas do mundo”, conhecida como Síndrome de Dor Reginal Complexa (CRPS, na sigla em inglês). Agora, a menina, que é de Adelaide, na Austrália, tenta arrecadar dinheiro para financiar o tratamento.

A menina sofre com dores mais intensas que as de um parto sem anestesia — Foto: Reprodução/ Daily Mail

A CRPS é um distúrbio neurológico classificado como a condição mais dolorosa, de acordo com um índice comparativo de dor na medicina, conhecido como Índice de Dor McGill. Nesta escala, a CRPS causa mais dor do que um parto sem anestésicos. Segundo Jazmin, a dor que sente é como se seu “corpo inteiro estivesse em chamas”, mesmo ao realizar tarefas aparentemente pequenas, como mover um cobertor. Ela costuma ter inchaços, hematomas, fadiga e insônia, além da dor intensa.

A mãe dela, Mandy Farr, disse, em entrevista ao Daily Mail Australia, que uma segunda lesão piorou drasticamente a condição de sua filha. “A síndrome de Jazmin se espalhou rapidamente no ano passado, depois que ela sofreu outra lesão. Agora, está por todo o corpo”, afirmou. “Implorar para que essa dor horrível pare tem sido uma frase regular de Jazmin. Houve incontáveis ​​dias em que ela física e mentalmente não conseguia mais tolerar. Dá para entender claramente a razão pela qual esta doença horrenda é conhecida como 'doença do suicídio'”, lamenta.

Jazmin tenta arrecadar dinheiro para tratamento promissor nos Estados Unidos — Foto: Reprodução/ Daily Mail

Cerca de 5 mil australianos sofrem com a mesma síndrome da menina, mas as opções de tratamento disponíveis são limitadas e, por enquanto, não há nenhuma cura conhecida. Apenas uma instalação no mundo, a Clínica Spero, nos Estados Unidos,, conseguiu tratar com sucesso a causa da CRPS com terapia não invasiva. A abordagem tem sido muito bem-sucedida, com um grande número de pacientes entrando em remissão. Por isso, a mãe de Jazmin acrecita que tentar um tratamento lá seria a única opção para sua filha.

“A vida cotidiana com essa doença é extremamente imprevisível. Mesmo em um dia bom, a dor está sempre presente. Os níveis de dor mudam literalmente de minuto a minuto”, disse ela. “A Clínica Spero utiliza equipamentos e técnicas de ponta para tratar condições neurológicas. Infelizmente na Austrália temos poucos tratamentos disponíveis, devido à falta de conhecimento e reconhecimento da CRPS. Opções de tratamento como infusões de cetamina, raquianestesia e estimulantes não são exatamente terapias ideais para ninguém, muito menos para uma criança de 12 anos”, explica Mandy.

Porém, há um grande entrave: o alto custo de se mudar temporariamente para os EUA para fazer terapia na clínica. “Estamos arrecadando fundos há cinco meses e meio. Foram muitas noites e muito trabalho para chegar onde estamos”, relata a mãe. “Nossa meta no GoFundMe é de US$ 200 mil e, atualmente, estamos em US$ 136.400. Os fundos cobrirão tratamento, viagem, acomodação, despesas de moradia e todos os custos médicos necessários”, detalhou.

Segundo a mãe, a generosidade que sua família recebeu “certamente nos impactou da melhor maneira possível”, mas o maior conforto deles tem sido encontrado uns nos outros. “Esses últimos quatro anos foram definitivamente os mais difíceis que já tivemos que passar. Foi um sofrimento enorme e muita dor”, disse ela. “Como mãe, sentar e ver seu filho sofrer dia após dia é algo que ninguém deveria ter de suportar. Nosso vínculo como família só se fortaleceu, permitindo que todos nós superássemos isso”, afirma.

Assim que a família conseguir arrecadar US$ 200 mil, eles ocuparão a próxima vaga disponível na Clínica Spero e, com sorte, poderão dar a Jazmin a vida que ela merece. “Fizemos inúmeras arrecadações de fundos e eventos para juntar doações. Ficamos emocionados e impressionados com a gentileza e o apoio que recebemos das pessoas”, disse a mãe. “A generosidade, o apoio e as palavras de encorajamento das pessoas ao longo deste período difícil desempenharam um papel positivo e poderoso. Saber que não estamos mais sozinhos neste caminho de isolamento significa o mundo não apenas para Jazzy, mas para todos nós como uma família”, completou.

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