Saúde
 

Por Crescer Online


De todas as doenças respiratórias, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) tem sido o que mais tem levado as crianças aos hospitais. Segundo o último Boletim Infogripe, publicado pela FioCruz nesta quinta-feira (12), pelo menos 59% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrados neste ano em crianças de até 4 anos foram causados justamente pelo VSR.

 (Foto: Shutterstock) — Foto: Crescer
(Foto: Shutterstock) — Foto: Crescer

Ainda que seja um vírus típico de outono e inverno, o VSR está circulando fora de sua temporada, causando um aumento da procura por atendimento nos hospitais pediátricos. A FioCruz alerta que os estados com o maior número de casos são São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais e Roraima.

Segundo a médica Heloísa Giamberardino, coordenadora do Serviço de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Pequeno Príncipe (PR), o alto número de casos "fora de época" ainda é um reflexo da pandemia de covid-19 e do tempo que passamos em isolamento social. Alguns bebês que nasceram nessa época, inclusive, só começaram a viver em um menos com menos restrições sanitárias agora.

“É algo bem atípico do nosso histórico. Muitas crianças começaram a ter contato com outros vírus respiratórios de uma forma muito súbita no ano de 2022, o que foi complicado”, apontou. A condição climática em alguns estados brasileiros, como em São Paulo, que vem registrando baixas temperaturas em pleno verão, também pode estar contribuindo para a prevalência do vírus.

O que é o VSR

Talvez você nunca tenha ouvido falar em VSR, mas é bem provável que conhece alguém que já tenha se contaminado por ele. O vírus sincicial respiratório é um dos mais comuns na infância: há pesquisas indicando que até 77% dos casos de infecções em crianças de 0 a 9 anos são causadas por ele.

Ainda que seja inofensivo para a maioria dos adultos, o VSR pode ser perigoso para os pequenos, especialmente nos dois primeiros anos de vida. "Quase dois terços dos casos de sintomas gripais, como febre, tosse e coriza, são causados pelo VSR nessa faixa etária", diz o pediatra e infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

O VSR pode causar desde uma simples tosse até uma pneumonia mais grave. A manifestação mais comum é a bronquiolite viral aguda. "No bebê pequeno, produz uma inflamação nos brônquios, diminui o calibre das vias aéreas e gera uma dificuldade de trazer o ar pra dentro do pulmão, deixando-o cansado e com dificuldade respiratória. É quando o médico ausculta e ouve aquele sibilo ou chiado", explica.

Por que o VSR é tão perigoso para bebês e crianças pequenas?

Ainda que seja um vírus comum, ele não costuma levar a doenças graves. Fora do grupo de risco, menos de 2% dos bebês são hospitalizados e a taxa de mortalidade é muito baixa. Quando crianças mais velhas, adolescentes ou adultos são contaminados, a manifestação acontece de maneira muito leve, às vezes até sem sintomas.

Isso acontece porque o VSR tem uma característica muito específica: uma vez contaminado, o paciente não desenvolve imunidade para a vida toda, diferente do que acontece com a catapora, o sarampo ou a caxumba, por exemplo. Segundo o pediatra, no entanto, o corpo cria algum grau de memória, que torna as próximas infecções menos graves.

As primeiras vezes em que as crianças são expostas tendem a ser as mais perigosas, até porque o sistema imunológico ainda não está totalmente desenvolvido. "Como as primeiras vezes são as mais graves, os bebês menores de um ano são do grupo de risco. Prematuros, os que já têm uma doença pulmonar (pela prematuridade ou qualquer outra causa) e os que já nascem com problemas cardíacos têm 16 vezes mais riscos de serem hospitalizados do que crianças nascidas a termo", explica Renato Kfouri.

Como evitar que meu filho pegue o VSR?

Dificilmente, uma criança passará pela infância sem ter contato com o famoso Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Infelizmente, mesmo sendo um vírus tão comum, ainda não existem vacinas aprovadas para prevenir a infecção. No entanto, muitas farmacêuticas vêm trabalhando no desenvolvimento de imunizantes e anticorpos que possam evitar que os pequenos tenham quadros graves por causa do VSR.

Por enquanto, apenas bebês do grupo de risco têm direito a uma medicação que ajuda a proteger contra o vírus. "Já temos prevenção contra ele, é um imunizante, não é exatamente uma vacina, mas um imunizante pronto, chamado palivizumabe, que deve ser oferecido para essas crianças mais vulneráveis, prematuros ou com doenças cardíacas ou pulmonar. É uma injeção mensal que o bebê toma durante o período em que o vírus mais circula", afirma Kfouri.

Agora, está sendo desenvolvido um novo imunizante, chamado nirsevimab, que, em breve, deve estar disponível para todos os bebês, sem exceção. "A grande novidade é que esse anticorpo é de longa duração. Não é preciso dar injeções mensais, é uma única dose, já que o produto tem uma vida média-longa de cinco meses e protege durante toda estação do VSR. Então, ele protege tão bem quanto o palivizumabe, com a grande vantagem de ser uma única dose", avaliou o especialista.

Como acontece a transmissão do VSR?

A transmissão do VSR se dá de duas formas: de pessoa para pessoa ou pelo contato com superfícies contaminadas. Para evitar que isso aconteça, alguns cuidados são fundamentais:

- Evitar o contato das crianças com adultos que apresentem sintomas de resfriado ou gripe;
- Evitar aglomerações de pessoas;
- Prezar sempre pela higiene correta das mãos: em você, no seu filho e em todos que convivem com ele;
- Amamentar: o leite materno é fundamental para fortalecer o sistema imunológico da criança.

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