Saúde
 

Por Crescer online


Uma menina de 8 anos, moradora da cidade de Ibagué, na Colômbia, tentou tirar a própria vida na última quinta-feira (24). As informações são do site El Nuevo Dia.

Suicídio entre crianças e adolescentes: "Elas sempre dão sinais de que algo não vai bem", alertam especialistas — Foto: Crescer
Suicídio entre crianças e adolescentes: "Elas sempre dão sinais de que algo não vai bem", alertam especialistas — Foto: Crescer

De acordo com a publicação, uma vizinha presenciou a tentativa de suicídio da criança e chamou as autoridades imediatamente. A garota, então, foi atendida por psicólogos e transferida para uma unidade de saúde mental.

Segundo as autoridades que atenderam o caso, aparentemente, a garota era vítima de violência doméstica, o que a teria motivado a não querer mais viver.

“A comunidade nos notificou sobre uma situação de tentativa de suicídio de uma criança de 8 anos, e nossa equipe se deslocou imediatamente ao local para prestar apoio emocional e primeiros socorros psicológicos”, disse Liliana Ospina, secretária de saúde de Ibagué.

“Felizmente conseguimos agir e o suicídio da menina foi evitado”, complementou Milton Restrepo, secretário de governo.

Saúde mental infantil

O suicídio é um fenômeno de causa múltipla e está totalmente ligado às doenças mentais. “Cerca de 90% dos casos tem associação com transtornos psiquiátricos. Depressão e transtorno bipolar do humor são os quadros mais associados às tentativas de suicídio. Em crianças e adolescentes, a impulsividade e o acesso aos meios favorecem o comportamento suicida”, observa Orli Carvalho, psiquiatra da infância e adolescência do Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (FIOCRUZ), no Rio de Janeiro.

Ele também pode ser desencadeado devido à dificuldade que as crianças têm em lidarem com algumas situações. “Crianças que sofrem bullying, que perderam uma pessoa querida, que têm problemas de serem aceitas pelos grupos sociais, que sentem rejeição por parte dos pais ou amigos, que têm dificuldades no aprendizado escolar e até que os pais se separaram, podem sofrer consequências emocionais graves”, fala Tania Paris, presidente da Associação pela Saúde Emocional de Crianças (SP).

Por isso, é importante observar o comportamento delas. Se os pais perceberem que o filho está diferente, devem buscar ajuda médica. “Os pediatras são atores importantes na identificação de comportamentos suspeitos, tais como tristeza acentuada, irritabilidade, agressividade, flutuações de humor, queda do rendimento escolar, alterações de sono e/ou apetite. Quando eles notam que há algo fora do normal, encaminham para psiquiatras e psicólogos para uma avaliação mais criteriosa e identificação do sofrimento psíquico da criança e do adolescente. Vale lembrar que cada pessoa apresenta características próprias e deve ser avaliada individualmente”, diz Orli.

Mas, calma, não precisa se desesperar, pois ninguém desiste da vida de um dia para o outro. Segundo Tania, existem três fases no processo de suicídio. A primeira é a ideação, quando a pessoa começa a pensar na ideia de colocar um fim no sofrimento. A segunda é o planejamento, que é quando ela realmente vai pensar em como pode fazer aquilo e, a terceira, é a idealização, o ato propriamente dito.

Durante estas etapas, a pessoa geralmente diz ou deixa pistas. A criança pode falar que quer morrer, que não quer sair mais da cama, que deseja não acordar mais ou expressar este sentimento por meio de um desenho. “É por isso que precisamos acabar com o mito de que alguém que fala que vai se matar não se mata. Isso já é um pedido de socorro. Se os pais ou a pessoa a quem ela fez o pedido não percebem e não tentam ajudá-la, o pior acontece”, diz.

Prevenção é fundamental

Como 9 a cada 10 casos de suicídio (ou seja, 90%), segundo a Organização Mundial de Saúde, poderiam ser evitados, é importante prevenir. Mas, como? Primeiro é preciso acabar com o tabu que ainda envolve o tema. As pessoas têm dificuldade em falar sobre isso e a informação não circula, não chegando a quem precisa. Para aumentar este alerta, foi criado o Setembro Amarelo, movimento mundial que tem como objetivo conscientizar a população sobre a realidade do suicídio. O movimento é estimulado mundialmente pela Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio. Depois, é necessário o acolhimento, entender o sofrimento da criança, observando seu estado emocional e tentar ajudá-la. “Os pais devem perguntar, por exemplo, por que o filho está triste e o que eles podem fazer para ele se sentir melhor”, fala Tania. Se perceberem que as mudanças no comportamento persistem, o ideal é levar a criança a um especialista. “Dependendo do que for, se houver uma doença, pode ser necessário um tratamento medicamentoso ou uma internação”, finaliza Tania.

Precisa de ajuda?

O Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, em sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. Informações sobre o atendimento pelo número 188.

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