Thiago Queiroz - Paizinho, vírgula
 
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Precisamos combinar: não há nada que atrapalhe mais as nossas vidas de pais e mães do que conselhos não solicitados. E, por mais que a maioria deles venham cobertos de boa intenção, os danos podem ser bem grandes, porque implantam dúvida, medo e insegurança em mentes de pais e mães que já são normalmente inquietas e carregadas de culpa.

Maos dadas adulto e criança — Foto: Freepik
Maos dadas adulto e criança — Foto: Freepik

Até onde podemos entender o que deve ser esperado como natural de crianças? Se uma criança chora em uma loja de brinquedos, isso faz dela uma pequena manipuladora? Um bebê que insiste em pegar o que é proibido faz isso apenas para nos testar?

A resposta é não para ambos os casos, mas decidi trazer cinco julgamentos frequentes sobre crianças e que precisam de um olhar mais empático.

“Não para quieta”

O movimento faz parte da natureza dos pequenos. É assim que exploram o ambiente, desenvolvem habilidades motoras e se regulam. Exigir que fiquem paradas e quietas é contra a sua natureza. O que podemos fazer é canalizar o movimento para uma atividade direcionada quando estivermos em um contexto em que não possam ficar livres.

“Mexe em tudo”

Crianças são naturalmente curiosas e isso é fundamental para o seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Elas vão ter interesse nas coisas, querer tocar, explorar e fazer muitas perguntas. Isso é normal e esperado para que aprendam sobre o mundo e as relações. Então não rotule esse interesse, pelo contrário, proporcione um ambiente seguro e estimulante.

“Está mentindo ou inventando coisas”

A criatividade é outro aspecto essencial do desenvolvimento das crianças, e desempenha um papel importantíssimo na sua jornada de aprendizado e autodescoberta. São imaginativas e, muitas vezes, não conseguem diferenciar fantasia de desejo da realidade. Então é o nosso papel ajudá-las, sem rótulos, a aperfeiçoar essa análise.

“Não sabe esperar”

Sabendo que os pequenos têm necessidade de se movimentar e de explorar o ambiente, chegamos facilmente à conclusão de que eles vão ter dificuldade em esperar. Então precisamos ter paciência e direcionar atividades para que aumentem o tempo de espera. Use o lúdico a favor.

“Chora por tudo”

Sim, crianças vão sentir intensamente. Por medo, por dor, por frustração, por sono, por vários motivos que vamos julgar bobos e sem sentido, mas que são significativos para elas. Podemos ajudá-las a lidar com esses grandes sentimentos acolhendo, validando e dando nome a eles. Elas precisam saber que aquilo que sentem importa e não precisam passar por isso sozinhas. No fim do dia, a mensagem que fica é a mais importante: a sociedade em que vivemos não tolera crianças e é urgente que mudemos a forma de enxergar a infância.

Thiago Queiroz é educador parental, escritor e palestrante, ajudando famílias a criar filhos com mais afeto e respeito. Pai de Dante, Gael, Maya e Cora, é fundador do site e canal do YouTube Paizinho, Vírgula! e autor dos livros Queridos Adultos, Abrace seu Filho e A Armadura de Bertô. — Foto: Divulgação
Thiago Queiroz é educador parental, escritor e palestrante, ajudando famílias a criar filhos com mais afeto e respeito. Pai de Dante, Gael, Maya e Cora, é fundador do site e canal do YouTube Paizinho, Vírgula! e autor dos livros Queridos Adultos, Abrace seu Filho e A Armadura de Bertô. — Foto: Divulgação

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