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Por Por Roberto Abolafio Junior


Sem processamento ou adição de componentes sintéticos, a alimentação natural - também chamada de não convencional porque foge do padrão das rações - tem sido adotada por muitos tutores precupados com seus pets. “A definição de alimentação natural é muito ampla: pode ir da comida feita em casa a uma presa encontrada na natureza, passando por rações 100% naturais”, explica o médico-veterinário que atua na área de nutrição animal Fabio Alves Teixeira, colunista do Vida de Bicho.

Corriqueiramente ela é conhecida como a dieta caseira, que pode ser oferecida a cães e gatos de qualquer idade, desde que devidamente suplementada. Mas há médicos-veterinários que preferem recomendá-la somente em casos em que o bicho tenha duas ou mais enfermidades, para as quais não haja ração específica – o que é tecnicamente mais adequado. Por exemplo, para um animal com obesidade e cardiopata ou diabético e com problemas renais.

A dieta caseira pode ser oferecida a partir de qualquer idade, mas deve ser suplementada — Foto: ( Unsplash/ Anna Kumpan/ CreativeCommons)
A dieta caseira pode ser oferecida a partir de qualquer idade, mas deve ser suplementada — Foto: ( Unsplash/ Anna Kumpan/ CreativeCommons)

Outros optam por só ministrar a alimentação natural quando o pet atinge certa idade. “Prefiro prescrever esse tipo de alimentação depois de um ano completado, quando o animal já passa à ração para adultos”, comenta a médica-veterinária Michele Carregalo, que faz atendimento especializado em nutrição no Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi.

Isso é para não haver risco de certa desnutrição, uma vez que existem tutores que não seguem de maneira correta o cardápio e não suplementam a dieta como se deve. “Pesquisas indicam que 30% não seguem as recomendações prescritas”, diz Fábio.

“Um detalhe importante é que os gatos, que são bastante seletivos na alimentação, tendem a se “viciar” na comida que ingerem nos primeiros meses de vida, recusando as demais depois disso”, diz a médica-veterinária especializada em nutrição animal Sylvia Angélico. É recomendado, portanto, que os bichanos experimentem alimentos diversos na fase inicial da vida, com diferentes sabores e consistências.

A dieta caseira exige mais dedicação dos tutores, quando comparada às rações — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons)
A dieta caseira exige mais dedicação dos tutores, quando comparada às rações — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons)


A alimentação caseira, sempre definida por um médico-veterinário, compõe-se de carboidratos, proteínas e gorduras, traduzida, por exemplo, em grãos, vegetais e carnes. “É necessário que, a partir do quadro de saúde do animal, o especialista indique uma dieta individualizada, que atenda às necessidades específicas de cada animal”, aponta a médica-veterinária especializada em nutrição Carla Cattapan, do Hospital Veterinário Sena Madureira.

Hoje existem no mercado empresas especializadas nesse tipo de alimentação, o que poupa tempo na rotina dos tutores. A dieta caseira precisará sempre de mais dedicação dos responsáveis pelos pets em comparação com as rações.

Porém é importante ter em mente que mesmo um cardápio rico, personalizado e equilibrado para determinado animal, não conseguirá reunir todos os nutrientes necessários, como explica a médica-veterinária Laís de Moraes Antunes, da Organnact: “Ele não fornece os 42 aminoácidos, minerais e vitaminas essenciais para ajustar a formulação da dieta”.

Os especialistas indicam que tutor procure um médico-veterinário para montar a dieta caseira e acompanhá-la. O profissional poderá também indicar a suplementação necessária para aquele pet — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons)
Os especialistas indicam que tutor procure um médico-veterinário para montar a dieta caseira e acompanhá-la. O profissional poderá também indicar a suplementação necessária para aquele pet — Foto: ( Unsplash/ CreativeCommons)

Pet shops oferecem esses multivitamínicos, em geral apresentados como pó a ser adicionado à alimentação natural no comedouro. É importante a avaliação de um profissional especializadas porque alguns deles não têm níveis de substâncias capazes de preencher as lacunas da alimentação natural. A suplementação com ômega 3 e ômega 6, que fazem bem ao organismo, também é indicada.

“Vale lembrar que há poucas evidências científicas acerca do emprego da dieta caseira a longo prazo, classificado por entidades como pouco seguras, com o risco de deficiência nutricional”, lembra o Dr. Marcio Antonio Brunetto, médico-veterinário especializado em nutrição de cães e gatos e professor na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP).

Doenças mudam o apetite e, quando a dieta caseira é usada, o animal mais bem nutrido tende a responder de maneira melhor. Para Michele, não existe vilão e mocinho no cenário que envolve ração versus dieta caseira. Cada qual tem suas peculiaridades e podem ser ministradas a cães e gatos, desde que sejam seguidos os cuidados necessários.

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