• Por Diego Revollo
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A integração assídua com a natureza e as mudanças de layout para agregar canto de trabalho e estudo são algumas das mudanças decorrentes ao confinamento (Foto: Arquivo Pessoal / Diego Revollo)

A integração assídua com a natureza e as mudanças de layout para agregar canto de trabalho e estudo são algumas das mudanças decorrentes ao confinamento (Foto: Arquivo Pessoal / Diego Revollo)

Se em 2020 não tivemos alternativa a não ser passar a valorizar mais a nossa casa, este ano temos a chance de reforçar nos nosso lares tudo que aprendemos com a pandemia. Ainda que a normalidade aos poucos retorne, sabemos que a forma como passamos a enxergar os nossos imóveis e a relação com esse lugar especial permanecerá forte em 2021 e nos próximos anos.

A preocupação com o conforto e, para alguns, a necessidade de se sentir acolhido foi um dos pontos principais que vimos no último ano. Se muitos, às pressas, trataram de reformular espaços, visando o melhoramento e a qualidade desse excesso de horas em casa, outros definitivamente mudaram valores estéticos, assumindo uma nova postura em busca do que verdadeiramente nos traz bem-estar.

1. Áreas de estudo e de trabalho

Ter um ou mais espaços para estudo e trabalho passará a ser a nova necessidade daqui pra frente, segundo Revollo (Foto: Arquivo Pessoal / Diego Revollo)

Ter um ou mais espaços para estudo e trabalho passará a ser a nova necessidade daqui pra frente, segundo Revollo (Foto: Arquivo Pessoal / Diego Revollo)

No ano passado aprendemos que podemos trabalhar e estudar a distância. Ainda que tudo tenha sido adaptado rapidamente, já que não existia outro caminho, é inegável o impacto que isso trouxe a rotina interna das casas. Obviamente que isso influencia na forma direta que concebemos do zero os layouts de casas e de apartamentos e, para muitos que não pretendem mudar de caso, é motivo de encarar uma boa reforma este ano.

Da mesma forma que o trabalho a distância será a opção definitiva para muitos que não querem mais abrir mão do convívio familiar o do ensino online, por ser uma opção mais acessível, irá se aprimorar, e com o auxílio da tecnologia, certamente ultrapassará a maneira tradicional que até então conhecíamos.

Ter um ou mais espaços para estudo e trabalho passará a ser a nova necessidade daqui pra frente e isso inclui novas demandas, desde áreas mais privativas e silenciosas para trabalhar nas nossas casas, até espaços com fundos mais interessantes e pensados para fazer vídeo-chamadas e reuniões.

2. Integração com a natureza

Grandes áreas envidraçadas, portas de correr e até a ausência de fechamentos serão solução recorrente para minimizar a sensação de estarmos confinados (Foto: Arquivo Pessoal / Diego Revollo)

Grandes áreas envidraçadas, portas de correr e até a ausência de fechamentos serão solução recorrente para minimizar a sensação de estarmos confinados (Foto: Arquivo Pessoal / Diego Revollo)

Reflexo do confinamento, principalmente em apartamentos e espaços reduzidos, é inegável o quanto passamos a desejar estar próximos à natureza ou mesmo buscarmos a sensação exterior em espaços internos. Partindo desse propósito, hoje é impensável projetarmos casas ou apartamentos fechados, resolvidos apenas internamente.

Por melhor que uma decoração possa transformar um ambiente, ela não consegue mudar problemas estruturais em relação a vãos e aberturas nas fachadas e nos espaços com pouca iluminação natural. Mantemo-nos em 2021 buscando trazer o externo para dentro da casa; principalmente a natureza.

Grandes áreas envidraçadas, portas de correr e até a ausência de fechamentos serão solução recorrente para minimizar a sensação de estarmos confinados. Quanto mais conseguirmos transitar entre o externo e o interno de maneira sutil ou mesmo enganarmos os nossos sentidos com espaços internos ventilados e claros, mais nos sentiremos melhores.

3. Espaços multifuncionais

Passaremos a levantar segundos usos para um mesmo ambiente, como a possibilidade de trabalhar na mesa de jantar (Foto: Arquivo Pessoal / Diego Revollo)

Passaremos a levantar segundos usos para um mesmo ambiente, como a possibilidade de trabalhar na mesa de jantar (Foto: Arquivo Pessoal / Diego Revollo)

Portas de correr, painéis e outros tipos de divisores móveis, como cortinas e até mesmo biombos e estantes, ajudarão-nos a criar separações para novas funções em espaços antes engessados, designados a uma única função ou mesmo mal aproveitados. Se a pandemia nos ensinou que dentro das nossas casas não devemos ter áreas inutilizadas ou mesmo mal aproveitadas, ainda após uma análise criteriosa é comum faltar espaços para estudar, trabalhar ou mesmo praticar alguma atividade física ou hobby.

Ainda nesse sentido, passaremos a levantar segundos usos para um mesmo ambiente, como a possibilidade de trabalhar na mesa de jantar, estudar junto à bancada da cozinha, treinar junto a TV, entre tantas outras possibilidades. Estes questionamentos trarão ajustes possíveis no dimensionamento de layouts ou mesmo na escolha do mobiliário, que facilitarão o equilíbrio de funções em ambientes quase híbridos.

4. Materiais naturais

Materiais naturais e área para estudos e trabalhos moldam a casa de 2021, segundo Revollo (Foto: Pexels / Catherine Augustin / Creative Commons)

A madeira se mantém atemporal e é uma das principais escolhas para aquecer a casa (Foto: Pexels / Catherine Augustin / Creative Commons)

Ainda mantendo uma forte relação com a natureza, muito mais do que apenas na decoração, materiais naturais, como a pedra, madeira e fibras aparecem sempre na versão mais próxima a originária. Bruta ou mesmo simulando a ausência de tratamento, versões de rochas nesse estado trazem textura, aconchego e se dissociam completamente do aspecto luxuoso de suas versões polidas.

A madeira se mantém atemporal e é uma das principais escolhas para aquecer a casa. Ainda que bastante presente na estrutura dos ambientes, ela avança de forma mais bruta no mobiliário e acentua presença nos mais variados estilos de decoração. Marcas consagradas, nesse sentido, miram seus desenhos para formas mais orgânicas e acabamentos menos sofisticados para simular a irregularidade da natureza ou mesmo fugir da padronização comum à indústria.

No mesmo sentido, a fibra natural avança, não apenas em cadeiras e poltronas, que são bem-vindas nas áreas externas e outros ambientes, mas por meio de acessórios e peças decorativas, conquistando espaço em arranjos sofisticados.

5. Inspiração nos anos 1970

Quem trabalha na área já percebeu o número de relançamentos de peças consagradas autenticas, principalmente de sofás e poltronas (Foto: Arquivo Pessoal / Diego Revollo)

Quem trabalha na área já percebeu o número de relançamentos de peças consagradas autenticas, principalmente de sofás e poltronas (Foto: Arquivo Pessoal / Diego Revollo)

É possível trazer mais nostalgia a espaços conectados à natureza, e isso não é uma grande ousadia, sendo frequente e bem-vinda à mistura de estilos na decoração. Além do caráter afetivo que peças antigas nos trazem por remeter a lembranças, móveis ou objetos trazidos de outras épocas, quando bem inseridos, quebram a previsibilidade da composição, enriquecem o projeto de decoração e deixam a casa mais interessante, muitas vezes carregando até histórias.

Quem trabalha na área já percebeu o número de relançamentos de peças consagradas autenticas, principalmente de sofás e poltronas, desse período ou, claramente, inspiradas em desenhos da época. Com formas arredondadas, principalmente, e às vezes até futuristas, itens vintage serão bem-vindos nesse mix com elementos naturais e peças contemporâneas. Para os mais contidos, objetos decorativos menores, como vasos, ajudam a trazer uma atmosfera do passado sem maiores riscos à decoração.