Construindo o Futuro, investindo na Primeira Infância
Por Adriane Menna Barreto *
Investir no desenvolvimento da primeira infância é fundamental para construirmos uma sociedade mais equitativa e sustentável. É nesse período, da gestação aos 6 anos de idade, que o cérebro humano estabelece 90% das conexões cerebrais e forma as bases do desenvolvimento físico, intelectual e psicossocial do indivíduo.
A plasticidade cerebral, única desse período, destaca a urgência de direcionar atenção e recursos para crianças nos primeiros anos de vida. Comprometer-se com o desenvolvimento infantil impacta positivamente não apenas o presente, mas também as futuras dinâmicas sociais, econômicas e culturais. Crianças estimuladas e valorizadas tornam-se adultos mais seguros, saudáveis e proativos.
No entanto, diante dos altos níveis de desigualdade no Brasil, os desafios enfrentados pelas crianças, desde antes do seu nascimento, são preocupantes. Dependendo de onde o bebê nasce, a lacuna de oportunidades pode perpetuar desigualdades ao longo da vida, impactando o seu potencial de desenvolvimento e o seu futuro.
Superar essa questão exige investimento em políticas públicas voltadas para a primeira infância, considerando as diferenças regionais e garantindo oportunidades equitativas.
Precisamos olhar para a desigualdade e trabalhar a sua complexidade de forma multisetorial, reconhecendo que uma mesma família enfrenta diferentes desafios, que se interconectam. Crianças que não têm acesso à saúde e à educação de qualidade, muitas vezes fazem parte das mesmas famílias que lidam com dificuldades relacionadas ao saneamento básico, à geração de renda e ao acesso a seus direitos como cidadãos. Uma abordagem multidimensional é essencial para compreender o ecossistema destas famílias, além de otimizar os esforços e a oferta de soluções.
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A escassez de recursos financeiros é um desafio, limitando a implementação efetiva de políticas para a primeira infância. Comprometimento contínuo dos governos e parcerias estratégicas são fundamentais para garantir recursos necessários ao longo do tempo.
A filantropia desempenha um papel importante nesse contexto, ampliando o alcance e a eficácia das ações. Organizações filantrópicas podem oferecer flexibilidade, agilidade, medição de impacto e uma maior capacidade de inovar, preenchendo lacunas imediatas e impulsionando experimentações para desafios complexos.
Reconhecendo a importância da primeira infância e a atuação colaborativa entre organizações filantrópicas, setor público e sociedade civil, podemos impulsionar o desenvolvimento infantil. Parcerias estratégicas entre estes setores podem ampliar o alcance e o impacto das intervenções, contribuindo com oportunidades para que cada criança alcance seu pleno potencial.
*Adriane Menna Barreto atualmente ocupa o cargo de Diretora Executiva do Instituto Tecendo Infâncias , filantropia estratégica com foco no desenvolvimento de crianças na primeira infância. Tem experiência no setor privado, público, e no setor cidadão, na gestão de pessoas, processos e recursos.
Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do GIFE e de seus associados.
Analista de Suporte Warner Bros Discovery
5 mParabéns Dri muito bom. 🎉🎉🎉
Muito bom 👏👏👏
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Diretor de Operações - WarnerMedia
5 mExcelente!
Strategy & Consulting Manager at Accenture
5 mExcelente!!!