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Por — São Paulo


Ninguém gosta de pensar na morte, o que torna um desafio vender de seguro de vida a produtos e serviços relacionados a cuidados paliativos no país — setor que, lá fora, está ficando conhecido como “end of life”. Mas o envelhecimento da população nacional já tem começado a provocar também os investidores. A recém-criada Amparo está chegando ao mercado com a proposta de apoiar famílias em luto com um mapeamento da burocracia e recomendação de profissionais da área financeira, jurídica e de saúde.

A startup acaba de levantar seu primeiro US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões) em uma rodada pré-operacional liderada por Canary e QED, que tem no portfólio a FreeWill, plataforma americana de testamentos digitalizados. O lançamento do aplicativo da Amparo acontece nesta quarta-feira, Dia Nacional do Luto.

Fundada pelo jovem advogado Matheus Drummond, a Amparo nasceu a partir da perda de um familiar do carioca, que passou a se interessar mais pelo tema. Antes de embarcar na jornada empreendedora, o CEO fez estágios na Unesco e na CVM e advogou em escritórios como Pinheiro Neto e FCDG. A formação em tecnologia aplicada ao direito em Berkeley abriu os horizontes.

“Nessa hora, ninguém sabe o que fazer, como fazer, quem contratar, e não existe hoje uma infraestrutura financeira e de dados para pessoas em luto”, diz Drummond. “Muitas vezes a perda de um familiar pode representar um retrocesso grande no padrão de vida daquele núcleo, por exemplo. Há quem não saiba que tem direito a pensão por morte ou que, se não abrir um inventário dentro do prazo, será multado. O mais urgente é indicar o caminho.”

Advogado carioca, Matheus Drummond fundou a Amparo para lidar com a burocracia do luto — Foto: Divulgação
Advogado carioca, Matheus Drummond fundou a Amparo para lidar com a burocracia do luto — Foto: Divulgação

Na vertical B2C, o aplicativo oferece um mapeamento de todas as mais de 100 tarefas que uma família em luto precisa executar após o falecimento de um membro. Com assinaturas de R$ 199 por mês ou uma anuidade de R$ 399, a plataforma ainda fornece apoio operacional para a burocracia e conecta o usuário a uma lista recomendada de advogados e psicólogos. Um dos exemplos mais práticos é o orçamento de serviços funerários.

É no corporativo, porém, que a startup espera levantar a maior parte das receitas, como um complemento para a indústria de seguros e benefícios, ou em contratos com negócios relacionados ao seu mercado. A Amparo já fechou com a A Casa Humana, de reabilitação e cuidados paliativos domiciliares, e com a mexicana Kavak, que vai incluir a startup em seus benefícios a funcionários. A plataforma também já nasce com uma parceria com a Flash, que vai distribuir os serviços da Amparo às 25 mil companhias plugadas a seu marketplace.

App de suporte guia famílias por mais de 100 tarefas — Foto: Divulgação
App de suporte guia famílias por mais de 100 tarefas — Foto: Divulgação

A nível global, o setor de “end of life” está mais desenvolvido e deve ver em breve seus primeiros unicórnios. Em março, a americana Empathy captou US$ 47 milhões em sua série B, liderada pela Index Ventures, para avançar com modelo de negócios semelhante ao da Amparo. Outras plataformas incluem a Cake, que permite o planejamento do funeral e outras decisões de pacientes terminais ainda em vida.

“Na nossa cultura ainda tem muito tabu. Além disso, os prazos são muito mais curtos: as funerárias fazem o velório de 24 horas a 48 horas depois do falecimento. Nos Estados Unidos isso leva uma semana”, compara o fundador da Amparo. “Em outros países, a principal discussão nesse momento é sobre não corroer e distribuir patrimônio. Aqui, a questão é que muita gente não tem os recursos para ser apoiado por um profissional. Tudo isso em meio a muita dor."

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