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Por e , Em Bloomberg

O Irã ainda não está reabastecendo os rebeldes houthis com armas por via marítima desde os ataques aéreos dos EUA e do Reino Unido no Iêmen, na semana passada, disseram autoridades ocidentais. A declaração sinaliza um otimismo cauteloso de que a ação militar teve algum sucesso em interromper o fornecimento de armas ao grupo iemenita, uma das milícias que compõem o chamado "eixo da resistência" financiados pela República Islâmica.

Pelo menos temporariamente, os ataques americanos e britânicos parecem ter cortado as principais linhas de suprimento do Irã para o Iêmen, disseram as fontes, ressaltando que ainda é muito cedo para avaliar seu impacto a longo prazo. As autoridades falaram sob condição de anonimato para discutir a inteligência que não foi tornada pública.

O ataque da semana passada teria sido uma resposta às agressões da facção iemenita contra embarcações no Mar Vermelho, uma importante rota marítima por onde passam 12% do comércio global. O governo de Joe Biden, presidente dos EUA, procurou liderar os esforços para impedir novos ataques do grupo na região, equilibrando o desejo de proteger a rota marítima vital e evitar uma guerra mais ampla no Oriente Médio.

Nesta quarta-feira, os EUA anunciaram a reinclusão dos houthis na lista de grupos terroristas do país. A sanção entrará em vigor em 30 dias e tem o objetivo de pressionar o grupo rebelde sem afetar a entrega de ajuda humanitária ao Iêmen, de acordo com uma declaração do chefe diplomático dos EUA, Antony Blinken.

— Essa designação tem o objetivo de responsabilizar o grupo por suas atividades terroristas — disse Blinken. — Se os houthis cessarem seus ataques no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, os Estados Unidos reavaliarão essa designação.

O anúncio da classificação do grupo como terrorista veio horas depois dos EUA atingiram quatro mísseis houthi no Iêmen em um ataque preventivo na terça-feira, uma ação muito mais limitada do que a realizada em 11 de janeiro. Esses novos ataques ocorreram depois que dois navios comerciais no Mar Vermelho foram atingidos por mísseis em um espaço de 24 horas.

O graneleiro Zografia, de propriedade grega, foi atingido por um míssil enquanto navegava no sul da hidrovia iemenita na terça, ao passo que um dia antes, um cargueiro a granel de propriedade dos EUA, chamado Gibraltar Eagle, foi atingido. Isso sugere que a ação conjunta dos Estados Unidos e do Reino Unido na semana passada não impediu que os houthis realizassem outros ataques.

Ainda assim, as autoridades americanas e britânicas informaram que nenhuma carga foi atacada desde 11 de janeiro ao longo das rotas de suprimento que, segundo as autoridades, o Irã tem usado há anos para transportar armas para os houthis através do Mar Vermelho e do Golfo de Omã, inclusive através da Somália.

Uma autoridade descreveu o ocorrido como um sinal positivo, embora tenha advertido que Teerã poderia reiniciar os esforços para armar a facção iemenita. Outra autoridade disse que o principal objetivo dos ataques contra os houthis era eliminar sua capacidade de reabastecer armas rapidamente, embora tenham dito que os rebeldes recebem armas por várias rotas, inclusive por terra.

Na Casa Branca, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, reconheceu que os primeiros ataques aéreos em larga escala dos Estados Unidos não interromperam completamente os ataques dos houthis, embora tenha enfatizado que isso não era esperado.

— Vimos alguns ataques adicionais de retaliação em menor escala por parte dos houthis nos últimos dias, muito menores do que os que havíamos visto antes e nenhum deles eficaz. — disse.

Ao falar sobre os ataques dos EUA no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, na terça-feira, Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, disse que "não estamos buscando um conflito regional". Mas, ele destacou que "nos reservamos o direito de tomar outras medidas", porque não se pode permitir que os houthis "basicamente sequestrem" o comércio mundial.

Nesta quarta-feira, os EUA anunciaram que irão designar novamente o grupo rebelde como "terroristas globais especialmente designados". A nomeação não entrará em vigor 30 dias e poderá ser retirada "se os houthis não cessarem seus ataques". A inclusão dos houthis na lista de terrorismo significa um recuo da administração Biden, que revogou nomeações similares feitas pelo Gabinete de Donald Trump, pouco antes de deixar a Casa Branca, em 2021.

Entenda o ataque

Na semana passada, os Estados Unidos e o Reino Unido bombardearam posições dos rebeldes houthis, no Iêmen, em resposta aos ataques ao transporte marítimo internacional no Mar Vermelho. A ofensiva foi promovida pela coalizão Ocidental, formada nas últimas semanas para garantir a livre circulação de navios comerciais na região, em um momento de forte tensão no Oriente Médio.

Este foi o primeiro ataque direto dos EUA contra os rebeldes houthis dentro do território iemenita desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em 7 de outubro.

Desde o início da guerra em Gaza, os houthis já lançaram diversos ataques contra embarcações no Mar Vermelho e contra alvos israelenses em apoio ao Hamas. Com isso, diversas empresas de navegação passaram a evitar a rota e dar a volta pelo continente africano, aumentando os custos de frete e seguro marítimo.

Desde 2002, os EUA já lançaram cerca de 400 ataques aéreos no Iêmen, segundo o Conselho de Relações Exteriores do país. No entanto, o governo americano tem buscado evitar um conflito direto desde a crise em Gaza, temendo uma escalada regional.

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